Crianças e adolescentes: condutas do estilo de vida estão relacionadas ao excesso de peso corporal

A luta para manter o peso ideal não atinge somente os adultos. Crianças e adolescentes também vivem esse dilema que além de interfere no autoestima também pode desencadear sérios problemas de saúde. Condutas do estilo de vida são fatores que tendem a estarem relacionados ao excesso do peso corporal das faixas mais jovens. O uso demasiado das telas e a falta de atividade física são fatores agravantes para essas gerações.

O professor de educação física e coordenador do Curso de Educação Física da Universidade Paraense (Unipar), campus Toledo, Robson Recalcatti, destaca que essa realidade do sobrepeso e obesidade, atinge crianças e adolescentes que estão estudando e mesmo tendo orientação, integrarem projetos que visam uma vida saudável e que praticam educação física no ambiente escolar estão vulneráveis as condições de excesso do peso corporal que esse trabalho não continuar no contexto familiar.

Segundo o professor, dados preliminares de uma pesquisa – amostra utilizada no tratamento das informações que envolveram 17.074 escolares (8.776 moças e 8.298 rapazes), realizada entre os meses de agosto/2013 a junho de 2014, promovida por uma equipe de 40 investigadores, subdivididos em oito grupos que atuaram simultaneamente em diferentes regiões geográficas e cidades – apontam que mais de ⅓ dos escolares indicaram consumir pelo menos uma vez ao dia produtos açucarados/refrigerantes.

O USO DAS TELAS – “Coincidindo com tendências identificadas na literatura internacional, quantidade acentuada de escolares foi apontada como menos ativos fisicamente, mesmo nas soluções de cluster definidas por elevada atividade física. O comportamento sedentário foi tratado mediante o tempo de tela recreativo, equivalente ao tempo que se dispensa assistindo televisão ou usando computador, tablet e smartphone”, cita o professor. “Uma combinação de várias outras atividades sedentárias do cotidiano, como é o caso de permanecer sentado em sala de aula, lendo, ouvindo música, conversando com os amigos, etc., eventualmente possa ser considerada mais apropriada para análise do estilo de vida sedentário”, aponta.

Outra observação citada por Recalcatti é que, no estudo, optou-se por utilizar o tempo de tela recreativo considerando a tendência de maior variação entre os jovens e de mais efetivo controle voluntário. “Neste particular, diretrizes propostas por órgãos de saúde pública em todo o mundo recomendam que jovens em idade escolar acumulem passem menos de 2 horas/dia de tempo de tela”.

Nesse caso, a proporção de escolares reunidos no estudo que atendeu as diretrizes atuais de tempo de tela foi baixa (aproximadamente 30%); contudo, não parece ser diferente do que é observado em outros levantamentos realizados em nível nacional e internacional. Conforme o professor, resultados encontrados no estudo revelaram que, utilizando-se dos pontos de corte específicos para sexo e idade propostos pela pela International Obesity Task Force (IOFT), as proporções de escolares com excesso de peso corporal (24,1% das moças e 21,6% dos rapazes) coincidem com as taxas de prevalência global encontradas em meta-análise reunindo dados nacionais

ALERTA – “Este estudo está entre os primeiros a abordar a temática na América Latina; portanto, deverá acrescentar novos conhecimentos à literatura e fornecer importantes subsídios para o delineamento de intervenções mais eficazes direcionadas à promoção e à educação em saúde no ambiente escolar.  Com relação às cinco condutas do estilo de vida individualmente relacionadas ao excesso de peso corporal, similar ao que foi observado em levantamentos prévios, o consumo diário de frutas/hortaliças relatado pelos escolares reunidos no estudo foi pouco frequente (33,2% nas moças e 24,8% nos rapazes)”, declara

Outro dado preocupante identificado no estudo foi a elevada proporção de escolares que revelaram duração de sono inferior a 8 horas/noite (67,1% das moças e 63,4% dos rapazes). “Mais recentemente, o sono na população jovem vem sendo investigado intensamente em razão das implicações para a saúde mental e as regulações metabólicas nessa idade”, conclui.

Da Redação

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