Após dois meses consecutivos de queda, custo da cesta básica sobe 4%

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O valor da cesta básica ficou mais ‘salgado’ para as famílias de Toledo em setembro deste ano, segundo a pesquisa do Núcleo de Desenvolvimento Regional (NDR), composto pelo curso de Ciências Econômicas e pelos programas de pós-Graduação em Desenvolvimento Regional e Agronegócio (PGDRA) e de pós-Graduação em Economia (PGE), da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus Toledo.

A pesquisa mostra que ao analisar os índices acumulados dos últimos 12 meses e 2024, houve aumento de 4,46% no custo da cesta entre agosto e setembro deste ano. Com este resultado se observa um aumento depois de dois meses consecutivos de redução.

O estudo ainda apresenta que o índice acumulado de variação da cesta básica nos últimos 12 meses aumentou 9,48% e do ano corrente elevou 1,10%, ou seja, a cesta básica custava R$ 608,53 em janeiro de 2024 e R$ 615,22 no mês passado.

CUSTO DA CESTA BÁSICA SOBE EM TOLEDO – A coordenadora da pesquisa, Profª. Drª. Crislaine Colla, explica que a cesta básica custou para as famílias R$ 615,22 em setembro deste ano. Ela está 9,48% mais cara que o custo da mesma em outubro de 2023 (R$ 561,92). “Como este resultado, entre os últimos 12 meses, foram seis meses com aumentos e seis meses com reduções no custo”.

Crislaine complementa que como reflexo do aumento do índice de variação percentual do custo da cesta básica individual, ela passou de R$ 588,94 em agosto de 2024 para R$ 615,22 em setembro de 2024.

SALÁRIO E A CESTA BÁSICA – De acordo com a pesquisa, o percentual do salário-mínimo líquido necessário para adquirir a cesta básica para uma pessoa adulta apresentou aumento no mês passado, quando seria necessário 47,10% do salário-mínimo para adquiri-la (comparado aos 45,09% do salário-mínimo em agosto). A coordenadora da pesquisa salienta que um trabalhador precisa de quase a metade do salário-mínimo para comprar a cesta básica individual.

Ela recorda que quando a pesquisa foi iniciada no município em abril de 2021, há 42 meses, a cesta básica custava R$ 488,61 e, em setembro de 2024, seu custo é de R$ 615,22, o que significa ter sofrido aumento acumulado de 25,91%.

Com relação ao valor do salário-mínimo necessário para adquirir a cesta básica e suprir as despesas domiciliares mensais com habitação, vestuário, transporte, entre outros, em Toledo, a professora afirma que precisaria ser de R$ 4.947,66 em agosto de 2024 e R$ 5.168,45 em setembro de 2024.

“Ao comparar o salário-mínimo necessário de Toledo e a média nacional para setembro de 2024, nota-se que o valor nacional precisaria ser de R$ 6.657,55, ou seja, 28,81% maior. Ainda, deve-se levar em consideração que o salário-mínimo necessário em Toledo no mês passado corresponderia a 3,66 vezes o piso nacional vigente, que é de R$1.412,00”, conclui a coordenadora da pesquisa.

Da Redação

TOLEDO

Farinha de trigo apresentou o aumento superior a 18% em setembro de 2024

A farinha de trigo foi a vilã no custo da cesta básica de Toledo em setembro. O produto apresentou o maior aumento no período analisado, de 18,65%. Essa ampliação se deve, principalmente, em função das questões climáticas e do mercado internacional.

Após a farinha de trigo, o tomate apresentou o segundo maior aumento, de 12,78%. Conforme a coordenadora da pesquisa do custo da cesta básica em Toledo, Profª. Drª. Crislaine Colla, esse aumento destoa dos dados do Dieese para as capitais brasileiras, já que o tomate apresentou redução no custo.

Dos 13 itens da cesta básica apresentados, nota-se que oito produtos apresentaram aumento do preço médio:

– Farinha de trigo (18,65%);

– Tomate (12,78%);

– Café (10,76%);

– Banana (10,66%);

– Feijão (10,02%);

– Carne (5,48%);

– Leite (3,76%); e,

– Óleo de soja (1,11%).

Crislaine comenta que o café foi o produto que apresentou o terceiro maior aumento. “Isso está relacionado à oferta restrita de grão no Vietnã, o aumento do preço internacional, a desvalorização do real em relação ao dólar e as oscilações no volume da colheita devido às mudanças climáticas”.

Por sua vez, cinco produtos apresentaram redução no preço médio no período: a batata (-5,58%); o pão francês (-4,27%); o arroz (-4,26%); a margarina (-3,90%); e, por último, o açúcar (-2,30%). “A batata apresentou a maior redução no preço devido ao aumento do calor, o que aumentou a oferta e reduziu os preços no varejo. O outro produto com a segunda maior redução é o pão francês, que se mostra diferente do que ocorreu com o preço da farinha de trigo (Dieese, 2024)”, destaca Crislaine.

De acordo com a coordenadora da pesquisa, diante da variação total da cesta básica individual para setembro de 2024, que foi de 4,46%, o aumento no preço da carne e da batata representaram o maior impacto para o aumento do índice. “Apesar da carne não estar entre os produtos que mais aumentaram no período, ela tem uma importância maior em relação ao custo total da cesta básica, pois ela representa cerca de 40% do custo total da cesta básica”.

12 MESES – Ela pontua que os produtos que apresentaram maior aumento de preços nos últimos 12 meses foram: o café (38,21%); a batata (35,98%); o leite (34,24%); o tomate (31,21%); a banana (29,94%); o feijão (23,38%); o arroz (20,31%), o óleo de soja (12,67%), a carne (8,69%) e a farinha de trigo (6,58%). A professora verificou que três produtos apresentaram variação acumulada negativa: a margarina (-13,05%); o açúcar (-8,05%) e o pão francês (-5,97%).

NO ANO – Quando se observa a variação acumulada de janeiro a setembro de 2024, os produtos que apresentaram aumento no preço foram: o café (31,94%). Na mesma direção, o leite é o produto com o segundo maior aumento acumulado, de 26,34%; a banana (20,22%); a farinha de trigo (15,23%); a carne (13,67%); o pão francês (2,14%) e o óleo de soja aumentou 0,54% no ano de 2024.

A pesquisa mostra que dos 13 produtos analisados, seis deles apresentaram redução neste ano: o tomate apresenta a maior redução de -36,52%. Em seguida vem a batata com redução de -32,53%; o feijão com redução de -14,96%; a margarina diminuiu -13,03%; o açúcar diminuiu -10,21%; e o arroz diminuiu -3,02% de janeiro a setembro de 2024.

Da Redação

TOLEDO

Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo ampliou 0,44%

Mais amplo do que a análise do custo da cesta básica, o cálculo da inflação no Brasil é feito a partir da variação nos preços de produtos e serviços que fazem parte de nove grupos: alimentação e bebidas; habitação; artigos de residência; vestuário; transportes; saúde e cuidados pessoais; despesas pessoais; educação e comunicação. Por meio desse cálculo, obtém-se o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em setembro de 2024, o índice apresentou aumento de 0,44%, enquanto em agosto de 2024 apresentou redução de -0,02%.

O IPCA acumula alta de 3,31% no ano de 2024. Nos últimos 12 meses acumula alta de 4,43%, acima dos 4,24% observados nos 12 meses imediatamente anteriores (IBGE, 2024).

GRUPOS – No mês passado, os grupos que apresentaram maior variação positiva para o cálculo da inflação foram habitação (1,80%), alimentos e bebidas (0,50%) e o de saúde e cuidados pessoais (0,46%).

De acordo com a coordenadora da pesquisa do custo da cesta básica em Toledo, Profª. Drª. Crislaine Colla, ao avaliar quais os grupos responsáveis pelo maior impacto para o aumento do IPCA de setembro de 2024, observa-se que esse resultado foi proveniente, principalmente, pelo aumento do grupo de habitação e alimentos e bebidas, justamente os dois grupos que apresentaram redução no índice em agosto de 2024. No grupo de habitação o aumento foi influenciado pelo aumento no custo da energia elétrica residencial.

No âmbito estadual, o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) divulga o índice de Preços Regional do Paraná (IPR), referente a alimentos e bebidas.

Conforme a professora, o índice apresentou aumento de 0,72% em setembro deste ano e nos últimos 12 meses foi de 9,05%. Em 2024, o dado acumula alta de 6,09%.

AVALIAÇÃO – Crislaine destaca que a pesquisa da cesta básica de alimentos de Toledo ocorre há 42 meses. “De modo geral, Toledo segue as tendências nacionais de aumentos, reduções e variações oscilantes no custo da cesta básica. É importante ressaltar que Toledo segue a tendência do país, que em setembro foi de aumento no custo da cesta básica”.

Por último, “aponta-se que as variações ocorridas nos últimos meses e durante o ano de 2023 e 2024 retratam primeiramente um aumento no custo da cesta básica de Toledo nos primeiros meses de 2024, mas se observou uma redução do custo em julho e agosto, voltando a aumentar em setembro”, finaliza a coordenadora da pesquisa.

Da Redação

TOLEDO

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