Em 40 meses, custo da cesta básica de Toledo aumentou quase 26%

O custo da cesta básica no município de Toledo teve uma redução de -5,80% entre os meses de junho e de julho deste ano é o que aponta a pesquisa desenvolvida pelo Núcleo de Desenvolvimento Regional (NDR), composto pelo curso de Ciências Econômicas e pelos programas de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional e Agronegócio (PGDRA) e de Pós-Graduação em Economia (PGE), da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus local.

A coordenadora da pesquisa Profª. Drª. Crislaine Colla explica que a pesquisa da cesta básica de alimentos de Toledo ocorre há 40 meses e se consolida como uma importante ferramenta para que a sociedade possa acompanhar de modo mais objetivo o comportamento dos preços analisados pela pesquisa.

“Além de contribuir para a identificação das variações no poder de compra do consumidor. Dessa forma, se postula que Toledo, de modo geral, segue as tendências nacionais de aumentos, reduções e variações oscilantes no custo da cesta básica”, afirma a professora.

Crislaine pondera que quando a pesquisa foi iniciada no município de Toledo, em abril de 2021, a cesta básica custava R$ 488,61 e, em julho de 2024, seu custo foi de R$ 614,83, o que significa um aumento acumulado de 25,83%.

OSCILAÇÃO – Segundo a professora, o valor da cesta básica, em Toledo, em julho de 2024 (R$ 614,83) está 5,52% maior que o custo da mesma em agosto de 2023 (R$ 582,68). A pesquisa – que também faz parte de um convênio entre a Unioeste e a Prefeitura de Toledo – aponta que entre os últimos 12 meses, foram seis meses com aumentos e seis meses com reduções no custo.

Crislaine destaca que o índice acumulado para 2024 (janeiro a julho) soma 1,03% de aumento no valor da cesta, mostrando que a cesta básica custava R$ 608,53 em janeiro deste ano e R$ 614,83 em julho de 2024. “Como reflexo da redução do índice de variação percentual do custo da cesta básica individual, esta passou de R$ 652,68 em junho para R$ 614,83 em julho de 2024”.

Em agosto de 2023, a cesta básica custava R$ 582,68 e observou-se reduções nos meses de setembro e outubro. Em seguida, em novembro e dezembro de 2023 e em janeiro, fevereiro e março de 2024 o custo se eleva, resultando em cinco meses consecutivos de aumento. Nos meses de abril e maio de 2024 se observam reduções e os valores voltam a subir em junho de 2024. O mês de julho de 2024 se caracteriza pela redução do custo em relação a junho.

SALÁRIO – Para uma pessoa adulta adquirir uma cesta básica, o percentual do salário mínimo líquido necessário apresentou uma redução no mês passado. A pesquisa identificou que em julho seria necessário 47,07% do salário-mínimo (comparado aos 49,91% do salário-mínimo em junho). “Um trabalhador precisa de quase a metade do salário-mínimo para comprar a cesta básica individual”, afirma a coordenadora da pesquisa.

Crislaine destaca que o valor do salário-mínimo necessário para adquirir a cesta básica e suprir as despesas domiciliares mensais com habitação, vestuário, transporte, entre outros, em Toledo, precisaria ser de R$ 5.483,14 em junho de 2024 e R$ 5.165,18 em julho de 2024.

A professora complementa que ao comparar o salário-mínimo necessário de Toledo e a média nacional para o mês de julho de 2024, nota-se que o valor nacional precisaria ser de R$ 6.802,88, ou seja, 31,71% maior que o de Toledo. “Deve-se levar em consideração que o salário-mínimo necessário em Toledo durante o mês de julho de 2024 corresponderia a 3,66 vezes o piso nacional vigente, que é de R$ 1.412,00”.

VARIAÇÕES – Ela ainda observa a volatilidade no custo da cesta básica nos últimos 12 meses e no mês passado, Toledo segue a tendência preponderante do Brasil, que foi de redução no custo da cesta básica. “Por último, aponta-se que as variações ocorridas nos últimos meses e durante o ano de 2023 e 2024 retratam primeiramente um aumento no custo da cesta básica de Toledo nos primeiros meses deste ano, porém se observou uma redução no custo em julho, após um mês de aumento”.

Crislaine ressalta que boa parte dos produtos que apresentavam maior aumento e estavam impactando mais nos aumentos dos custos da cesta básica sofrem a influência de fatores sazonais e climáticos e outros fatores relacionados à conjuntura macroeconômica, fatores externos, cambiais, entre outros.

Da Redação

TOLEDO

Farinha de trigo foi o produto que apresentou o maior aumento em julho

Dos 13 itens da cesta básica de Toledo, cinco produtos apresentaram aumento do preço médio em julho deste ano. São eles: a farinha de trigo (8,83%); o feijão (8,31%); a banana (5,12%); o óleo de soja (4,14%) e a carne (0,69%). Por sua vez, oito produtos apresentaram redução no preço médio no período: o tomate (-37,87%); a batata (-8,55%); o leite (-8,10%); o café (-2,65%); o arroz (-2,56%); o açúcar (-1,97%); a margarina (-1,15%); e, por último, o pão francês (-0,29%).

A coordenadora da pesquisa Profª. Drª. Crislaine Colla menciona que a farinha de trigo foi o produto que apresentou o maior aumento no período analisado, de 8,83%, principalmente pelo encarecimento das importações, pois ocorreu a desvalorização cambial que gerou redução da oferta do produto e um aumento no seu preço.

Conforme Crislaine, o feijão foi o produto que apresentou o segundo maior aumento (8,31%). “Este aumento destoa do que ocorreu na maioria das capitais brasileiras, que apresentaram redução no custo do feijão em julho de 2024”.

O tomate foi o item que apresentou a maior redução no preço (-37,87%), que ocorreu devido ao calor e o seu amadurecimento mais rápido, o que aumentou sua oferta. O outro produto com a segunda maior redução é a batata (-8,55%), pois houve maior oferta do produto com a colheita da safra de inverno (Dieese, 2024). “Diante da variação total da cesta básica individual para o mês de julho de 2024, que foi de -5,80%, a redução no preço do tomate representa o maior impacto para a redução do índice”.

EM ALTA – Por sua vez, os produtos que apresentaram maior aumento de preços nos últimos 12 meses foram: a batata, que acumulou aumento de 114,66%; o arroz, que aumentou 40,68%; o tomate que aumentou 13,45%; o leite com um aumento acumulado de 11,75%; o pão francês que aumentou 11,27%; o leite que apresentou aumento de 8,13%; o óleo de soja que aumentou 6,86%, o café acumula aumento de 6,15%, o feijão aumentou 4,29% e a banana aumentou 1,89% nos últimos 12 meses.

A coordenadora da pesquisa verifica que cinco produtos apresentaram variação acumulada negativa, que seriam: a margarina com uma redução de -17,24%; o tomate que reduziu -9,61%; a farinha de trigo, com uma redução de -8,52%; a carne, que diminuiu -3,59%; e o açúcar que reduziu -2,69% nos últimos 12 meses.

VARIAÇÃO ACUMULADA – De janeiro a julho de 2024, os produtos que apresentaram aumento no preço foram: o leite, que já apresentou aumento de 22,29%. Na mesma direção, a batata é o produto com o segundo maior aumento acumulado, de 15,75%; o café, com aumento de 12,63%; a carne com aumento de 6,74%; a farinha de trigo que aumentou 5,78%; o arroz aumentou 2,00%; e o pão francês aumentou 1,23% no ano de 2024.

Segundo Crislaine, dos 13 produtos analisados, seis deles apresentaram redução no ano de 2024: o feijão apresenta a maior redução de -23,95%. Em seguida vem o tomate com redução de -19,71%; a margarina com redução de -13,44%; a açúcar diminuiu -7,71%; o óleo de soja diminuiu -5,51%; e a banana reduziu em -1,41% de janeiro a julho de 2024.

Da Redação

TOLEDO

IPR

No âmbito estadual, o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e

Social (IPARDES) divulga o índice de Preços Regional do Paraná (IPR), referente a alimentos e bebidas. Observou-se que este índice apresentou redução de -1,29% no mês de julho de 2024. O índice acumulado dos últimos 12 meses foi de 6,85% e no ano corrente acumula alta de 5,97%.

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