Custo da cesta básica reduziu -2,43% em setembro
A pesquisa da cesta básica de alimentos de Toledo ocorre há 30 meses e se consolida como uma importante ferramenta para que a sociedade possa acompanhar de modo mais objetivo o comportamento dos preços analisados pela pesquisa, além de contribuir para a identificação das variações no poder de compra do consumidor.
No último levantamento, a pesquisa identificou que, entre agosto e setembro de 2023, houve redução de -2,43% no custo da cesta. Com este resultado, se observa uma importante redução que se sustentou pelo segundo mês consecutivo.
Outra informação apresentada é o índice acumulado de variação da cesta básica nos últimos 12 meses. Desde outubro de 2022 até setembro de 2023 é observada uma redução acumulada da cesta. Neste intervalo, o valor da cesta básica em setembro de 2023 (R$ 568,53) está -6,97% menor que o custo da mesma em outubro de 2022 (R$ 611,15), verificando-se uma diferença expressiva neste período.
A pesquisa da cesta básica de alimentos de Toledo é produzida pelo Núcleo de Desenvolvimento Regional da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus Toledo. A coordenadora da pesquisa, professora e doutora Crislaine Colla explica que nos últimos 12 meses, foram cinco meses de aumentos e sete meses de redução no custo. Além do acumulado nos últimos 12 meses, também foi possível visualizar a variação do custo da cesta básica no ano corrente, ou seja, do mês de janeiro a setembro de 2023, período no qual a cesta básica apresentou uma redução significativa de -6,33%.
“Como reflexo da redução do índice de variação percentual do custo da cesta básica individual, esta passou de R$ 582,68 em agosto de 2023 para R$ 568,53 em setembro de 2023. Assim, o percentual do salário-mínimo líquido necessário para adquirir a cesta básica para uma pessoa adulta apresentou redução no mês de setembro, quando seria necessário 46,56% do salário-mínimo para a cesta em setembro de 2023. Com isso, um trabalhador precisa de quase a metade do salário mínimo para comprar a cesta básica individual”.
Do mesmo modo que a cesta básica individual, houve redução de -2,43% no custo da cesta básica familiar, passando de R$ 1.748,03 em agosto de 2023 para R$ 1.705,59 em setembro de 2023. “Nesse sentido, um trabalhador que receba um salário mínimo ainda não teria condições de adquirir a cesta básica familiar, uma vez que o valor de R$ 1.705,59 ultrapassa o valor do salário mínimo líquido em 39,69%, não conseguindo, dessa forma, arcar com as demais despesas domiciliares mensais”.
ITENS – Dos 13 itens da cesta básica, quatro produtos apresentaram aumento do preço médio, que foram: o tomate (19,55%); o arroz (7,76%); o pão francês (3,50%); e o óleo de soja (1,44%). Porém, nove produtos apresentaram redução no preço médio no período: a batata (-24,18%); a farinha de trigo (-9,44%); o leite (-7,47%); o café (-6,86%); a carne (-6,72%); a banana (-3,39%); a margarina (-3,00%); o açúcar (-0,66%) e, por último, o feijão (-0,02%).
“O tomate foi o produto que apresentou o maior aumento no período analisado, de 19,55%, em razão da desaceleração da colheita de inverno. O preço do arroz apresentou aumento de 7,76%, o que também ocorreu na maior parte das capitais analisadas pelo Dieese, em razão da menor oferta, do maior nível de preços internacionais e da demanda que se manteve”, explica.
Já a batata foi o produto que apresentou a maior queda de preço entre agosto e setembro de 2023 (-24,18%), em função da maior oferta da safra de inverno. O leite foi o produto com a terceira maior redução (-7,47%), o que também ocorreu na maior parte das capitais analisadas pelo Dieese. “O baixo consumo interno e a maior oferta de leite são os fatores que explicam o movimento de queda no varejo”, complementa.
E o café foi o produto com a quarta maior redução no preço no período (-6,86%), que ocorreu em razão da colheita do grão que aumentou a sua oferta. A carne foi o quinto produto com maior redução (-6,72%), assim como ocorreu em todas as capitais brasileiras analisadas.
Já os produtos que apresentaram maior aumento de preços nos últimos 12 meses foram: o tomate, que acumulou aumento de 24,57%; o arroz, que aumentou 20,23%; o açúcar com aumento de 9,58%; e o feijão com um aumento acumulado de 7,84% nos últimos 12 meses. Contudo, nove produtos apresentaram variação acumulada negativa: a batata (-35,64%), o óleo de soja (-26,87%), o café (-18,79%), a farinha de trigo (-16,90%), a banana (-15,14%), a carne (-11,28%), a margarina (-11,25%), o leite (-8,35%) e o pão francês (-2,30%).
“É importante destacar que nos últimos 12 meses se observou uma volatilidade no custo da cesta básica, resultando em um índice negativo expressivo de -6,97% no custo da cesta básica de Toledo. Percebe-se que em 2023 ocorreu uma redução acumulada de -6,33%, que também pode ser considerado significativo para o período”, pontua Crislaine.
A pesquisa
A metodologia utilizada na pesquisa da cesta básica de alimentos de Toledo está baseada nos pressupostos metodológicos do Dieese. Para o cálculo da cesta básica, são coletados os preços de 13 produtos: carne (patinho, coxão mole e coxão duro), leite integral, arroz parboilizado, feijão preto, farinha de trigo, batata monalisa, tomate longa vida, pão francês, café em pó, banana caturra, açúcar cristal, óleo de soja e margarina.
Para o levantamento foram selecionados estabelecimentos de Toledo que estão distribuídos em todas as regiões da cidade. São coletados os preços de três marcas de cada produto, calculando-se o preço médio do produto para cada estabelecimento e, posteriormente, o preço médio do produto entre todos os estabelecimentos.
Da Redação
TOLEDO