Custo da cesta básica tem segunda redução consecutiva

Pelo segundo mês consecutivo, a variação mensal no custo da cesta básica de Toledo teve uma redução. No período entre maio e junho, o custo dos alimentos que compõe a mesa do brasileiro reduziu -2,53%. Esse dado é apresentado na pesquisa da cesta básica de alimentos para o município de Toledo para o mês de junho de 2022, realizada pelo Núcleo de Desenvolvimento Regional da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, campus Toledo.

Apesar da variação negativa pelo segundo mês, a pesquisa apresenta que o índice acumulado de variação da cesta básica nos últimos 12 meses teve aumento acumulado significativo de 14,95%. No ano corrente, o custo da cesta básica também teve uma variação de 7,17% de janeiro a junho. De acordo com a pesquisa, o custo da cesta básica individual passou de R$ 609,37 em maio deste ano para R$ 593,95 em junho. O custo da cesta básica familiar também apresentou uma redução de -2,53%, passando de R$ 1.828,11 em maio para R$ 1.781,86 no mês seguinte.

A professora doutora e coordenadora da pesquisa Crislaine Colla explica que a redução do custo da cesta básica apresentada na pesquisa aconteceu, principalmente, pela redução do preço de alguns alimentos como a batata, o tomate e a carne. Ela salienta que a redução do preço da batata e do tomate está relacionada ao período de safra, que aumenta a oferta e reduz o preço.

“Espera-se que para o próximo período, estes produtos mantenham o preço, mas não há indicativo de grandes aumentos. Observamos uma redução do preço dos combustíveis, o que pode significar que este elemento não será uma pressão expressiva sobre os preços. Entretanto, alguns produtos podem pressionar o índice, como o leite, que já teve um aumento expressivo no mês de junho”.

ALIMENTOS – No período analisado na pesquisa, os produtos que apresentaram aumento no preço médio foram: o leite (14,83%); a farinha de trigo (8,31%); a margarina (4,85%) e o açúcar (2,88%). Por sua vez, os produtos que apresentaram redução no preço médio foram: a batata (-19,59%); o tomate (-7,42%); o café (-7,21%); o feijão (-4,97%); a carne (-2,40%); o pão francês (-1,62%); o óleo de soja (-1,06); o arroz (-0,23%) e a banana (-0,15%).

A coordenadora da pesquisa esclarece que a batata, o alimento que teve o maior impacto sobre o índice do mês de junho, vem de sucessivos aumentos, sendo o produto que mais aumentou nos últimos 12 meses (156,94%).

A mesma realidade ocorreu com o tomate, que vinha de sucessivos aumentos e reduziu seu valor nos últimos dois meses. “Isso indica a importância dos fatores climáticos e a sazonalidade dos preços. O leite apresentou um aumento expressivo de 14,83% em junho e parte deste aumento já é esperado para o período, já que estamos na entressafra. Além disso, este aumento está relacionado com aumento dos custos da alimentação do gado e medicamentos, o que gera aumento do preço no campo”.

Crislaine ainda pontua que também ocorre uma disputa entre as indústrias de laticínios na compra da matéria-prima para a produção dos derivados lácteos, o que também contribuiu para o aumento no preço do leite para o consumidor final. “Assim, considerando todos os produtos e suas variações, verifica-se que seus determinantes são múltiplos e que deve-se considerar os fatores macroeconômicos, sazonais, climáticos, externos”, complementa.

CUSTO – Segundo a pesquisa, o valor do salário-mínimo necessário para adquirir a cesta básica e suprir as despesas domiciliares mensais referentes à habitação, ao vestuário, ao transporte, entre outras, em junho deveria ser de R$ 4.989,81. “Ao comparar o salário-mínimo necessário de Toledo e a média nacional para o mês de junho, observa-se que o valor nacional seria de 30,82% maior que o de Toledo. Deve-se levar em consideração que o salário-mínimo necessário de Toledo corresponde a 4,54 vezes o piso nacional vigente, que é de R$1.212,00”, cita o levantamento ao complementar que no mês de junho, o custo da cesta básica de Toledo foi maior que o de Pato Branco e Francisco Beltrão, sendo, portanto, mais barata que as demais cidades listadas na pesquisa.

O levantamento destaca ainda que, apesar da redução verificada no custo da cesta básica de Toledo nos últimos dois meses, os aumentos ocorridos nos dois meses anteriores (março e abril) foram muito significativos. Do mesmo modo, o aumento acumulado nos últimos 12 meses resultou em um percentual de 14,95% e, somente no ano de 2022, a cesta básica de Toledo já aumentou 7,17%.

A pesquisa da cesta básica de alimentos para Toledo também aponta que o índice acumulado dos últimos 12 meses no município está acima do índice de inflação para os últimos 12 meses, que foi de 11,89%. Crislaine lembra que, apesar da redução no custo da cesta básica nos dois últimos meses, o país vive um longo período de aumentos, muitos deles bem expressivos, o que significou uma perda do poder de compra do consumidor.

“A inflação é um importante indicador e também vem apresentando aumentos sucessivos. Seu cálculo é composto por mais oito grupos, além do grupo de alimentos e bebidas. Ressalta-se que o grupo de alimentos e bebidas, com os transportes, têm sido responsáveis pelos maiores aumentos na inflação e é preciso um período consecutivo de reduções para diminuir os efeitos negativos observados nos períodos anteriores”, finaliza.

Da Redação

TOLEDO

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