Custo de cesta básica tem queda superior a 2% após meses de aumento em Toledo

O custo da cesta básica de alimentos do município de Toledo apresentou queda de -2,24% entre os meses de março e abril deste ano. Nos últimos 12 meses, foram sete meses com aumentos e cinco meses com reduções no custo. O índice acumulado para o ano de 2024 (janeiro a abril) soma 1,28% de aumento no valor da cesta básica. Entre maio de 2023 e abril deste ano houve uma redução acumulada da cesta básica de -1,53%.

Os dados são da Pesquisa da Cesta Básica de Alimentos de Toledo, realizada pelo Núcleo de Desenvolvimento Regional (NDR) da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus Toledo. A coordenadora do projeto professora Drª Crislaine Colla afirma que o valor da cesta básica em abril estava R$ 616,29 enquanto que o custo da mesma em maio de 2023 foi de R$ 625,85. Ela explica que o índice de variação percentual do custo da cesta básica individual passou de R$ 630,43 em março de 2024 para R$ 616,29 no mês passado.

“Em maio de 2023, a cesta básica custava R$ 625,85 e observou-se uma redução em junho, novo aumento em julho de 2023 e novas reduções nos meses de agosto, setembro e outubro de 2023. Em seguida, em novembro e dezembro de 2023 e em janeiro, fevereiro e março de 2024 o custo se eleva, resultando em cinco meses consecutivos de aumento. Por fim, se observa uma redução de -2,24 em abril de 2024”, recorda a professora Drª Crislaine.

A coordenadora da pesquisa ainda pontua que quando o estudo do custo da cesta básica foi iniciado em Toledo há 37 meses, em abril de 2021, a cesta básica custava R$ 488,61 e, em abril de 2024, seu custo foi de R$ 616,29, o que significa um aumento acumulado de 21,13%.

PRODUTOS

Dos 13 itens da cesta básica apresentados nota-se que cinco produtos apresentaram aumento do preço médio, que foram: o tomate (11,08%); o leite (7,15%); o café (6,11%); o óleo de soja (2,61%) e a carne (1,66%).

Crislaine menciona que o tomate foi o produto que apresentou o maior aumento no período analisado, de 11,08%, principalmente pelo menor nível de oferta, devido ao fim da Safra de Verão. O leite foi o produto que apresentou o segundo maior aumento (7,15%), pois houve uma redução da oferta no campo, aumentando o preço do leite cru.

Por sua vez, oito produtos apresentaram redução no preço médio no período: a banana (-23,58%); o feijão (-14,89%); a batata (-10,01%); a margarina (-4,75%); o arroz (-3,82%); o açúcar (-3,76%); o pão francês (-2,01%); e, por último, a farinha de trigo (- 0,34%).

A professora cita que a banana apresentou a maior redução no preço (-23,58%), que ocorreu devido ao aumento da oferta. Outro produto com a segunda maior redução é o feijão (-14,89%), pois houve maior oferta com a entrada da nova safra do Paraná (Dieese, 2024).

“Diante da variação total da cesta básica individual para o mês de abril de 2024, que foi de -2,24%, a redução no preço da banana e do feijão representaram o maior impacto para a redução do índice. A redução só não foi maior por causa do aumento do preço do tomate”, afirma Drª Crislaine.

ACUMULADO

Neste ano, os produtos que apresentaram aumento no preço foram: o tomate (16,42%). Na mesma direção, o leite é o produto com o segundo maior aumento acumulado (14,35%); a carne (8,02%) e o café (6,20%).

Observa-se que dos 13 produtos analisados, nove deles apresentaram redução no ano de 2024, que são: a batata (-27,02%). Em seguida vem o óleo de soja (-11,81%); o feijão (-10,11%); a banana (-9,34%); a margarina (-9,07%); o açúcar (-5,28%); a farinha de trigo (-3,88%); o arroz (-3,82%) e o pão francês reduziu em -1,13% de janeiro a abril de 2024.

De acordo com a professora, os produtos que apresentaram maior aumento de preços nos últimos 12 meses foram: o arroz (30,04%); a batata (23,71%); o tomate (11,32%); o feijão (7,88%); o açúcar (3,45%) e o pão francês que aumentou 1,24% nos últimos 12 meses.

A pesquisa ainda demonstra que sete produtos apresentaram variação acumulada negativa, que seriam: a farinha com uma redução de -19,86%; a margarina (-17,79%); o óleo de soja (-9,97%); a carne (-8,14%); o leite (-7,58%); a banana (-6,79%) e o café que reduziu -3,44% nos últimos 12 meses.

ANÁLISE

A Drª Crislaine destaca que se observou volatilidade no custo da cesta básica nos últimos 12 meses, resultando em uma redução de -2,24% no custo da cesta básica de Toledo em abril deste ano. “O resultado se apresenta como muito positivo, porque aparece depois de cinco meses consecutivos de aumento da cesta básica”.

Ela apontou ainda que as variações ocorridas nos últimos meses e durante o ano de 2023 e 2024 retratam um aumento no custo da cesta básica de Toledo nos últimos cinco meses antecessores, mas se percebe uma desaceleração deste aumento em março de 2024 e redução em abril de 2024.

“O aumento acumulado nos últimos 12 meses é negativo, ou seja, houve uma redução do custo nos últimos 12 meses. Ressalta-se que também tem se observado variações positivas no custo do grupo de alimentação e bebidas para o cálculo da inflação (IPCA). Parte desse aumento está relacionado com fatores sazonais e climáticos e outros fatores relacionados à conjuntura macroeconômica, fatores externos, cambiais, entre outros”, enfatiza a professora.

A coordenadora da pesquisa avalia que estes aumentos, reduções e mudanças importantes. Segundo ela, o crescimento da inflação no grupo de alimentos tende a ter efeitos negativos mais significativos para a população de renda mais baixa, que constitui a maior parcela da população. “Essa utiliza parte substancial de sua renda para a compra de alimentos e são mais sensíveis às variações verificadas”.

Da Redação

TOLEDO

SALÁRIO-MÍNIMO

A pesquisa mostra que o percentual do salário-mínimo líquido necessário para adquirir a cesta básica para uma pessoa adulta apresentou aumento em abril de 2024, quando seria necessário 47,19% do salário-mínimo para adquirir a cesta (comparado aos 48,27% do salário-mínimo em março). O valor do salário-mínimo necessário para adquirir a cesta básica e suprir as despesas domiciliares mensais com habitação, vestuário, transporte, entre outros, em Toledo, precisaria ser de R$ 5.296,27 em março de 2024 e R$ 5.177,50 em abril de 2024.

HORAS TRABALHADAS

Outro indicador observado foi o número de horas de trabalho necessárias para adquirir a cesta básica que, de março para abril de 2024, passou de 98 horas e 14 minutos para 96 horas e 01 minuto. Isso corresponde a 44,65% e 43,65% do total de horas trabalhadas nos meses de março e abril de 2024, respectivamente, para um trabalhador que recebe o salário-mínimo como remuneração mensal.

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