Dengue também deve ser combatida no inverno em Toledo
As temperaturas começaram a cair no começo desta semana e o inverno finalmente ‘deu as caras’ na região Oeste do Paraná. Com o fim do calorão, muitas pessoas acreditam que um dos problemas que tem preocupado nos últimos meses também tenha acabado. Contudo, os cuidados para evitar a proliferação da dengue não podem diminuir na época mais fria do ano. A estação é ideal para intensificar o trabalho de prevenção do aparecimento de focos do Aedes aegypti nas residências e evitar um cenário preocupante no período mais quente do ano.
A diretora do departamento de Vigilância em Saúde Juliana Beux Konno comenta que em Toledo há uma leve redução no número de atendimentos de pacientes suspeitos e confirmados com a doença. “Diariamente são monitorados os atendimentos de suspeitos de dengue nos pronto atendimentos e unidades de saúde municipais e, atualmente, é observado que o Município de Toledo se encontra com queda nestes números. O que vemos como algo positivo”.
Ela explica que o setor de Vigilância Epidemiológica, responsável pelo lançamento das fichas de notificação de suspeitos e confirmados de dengue, continua com o trabalho de digitar os documentos no sistema, por esse motivo ainda é observado um número expressivo de casos semana a semana, como divulgado nos boletins.
Juliana recorda que no período de pico da doença chegavam centenas de fichas de notificação no setor e a digitação ocorre conforme capacidade técnica da equipe. “Diante disso, observamos certa desproporção no número de atendimentos com relação ao número de casos confirmados divulgados. Porém, para tomada de decisões utiliza-se como parâmetro o número diário de atendimentos na rede de saúde municipal”.
Com a chegada do frio, ela complementa que a expectativa é de queda realmente no número de casos. “Podemos ter casos de dengue durante o ano todo. Porém, historicamente observamos redução do número de casos de dengue nas estações mais frias”.
- Em audiência pública, comunidade do Carelli aprova alterações na Ângelo Donin
- Ações de combate à dengue em Toledo são analisadas por comitê intersetorial
ATENDIMENTOS
O boletim mais recente divulgado na última sexta-feira (10), confirmou 4.960 registros da doença no atual ano epidemiológico em Toledo. Foram 383 novos casos confirmados na última semana; 327 pacientes ainda aguardam resultados de exames. O município também contabiliza 2.716 casos descartados, com um total de 8.003 notificações.
A diretora do departamento de Vigilância em Saúde esclarece que através do monitoramento diário do número de atendimentos na rede pública de saúde observou-se nas últimas semanas importante redução no atendimento de suspeitos de dengue e aumento dos atendimentos decorrentes de problemas respiratórios. “Por esse motivo, foi necessária a alteração do modelo de atendimento da unidade de saúde localizada na Vila Paulista. A partir do dia 13 de maio (segunda-feira) a unidade deixou de ser Unidade Sentinela para Dengue e passou a ser Unidade Estratégia Saúde da Família, passando a atender toda a necessidade de saúde daquela região e não exclusivamente dengue”.
Com relação ao número de atendimentos, Juliana cita que a média diária nas unidades de pronto atendimento municipal variam entre 600 a 700 atendimentos/dia.
Com a chegada do inverno, a rotina de trabalho do setor de combate a endemias será a mesma desempenhada o ano todo. “Nos meses de inverno, o setor consegue desenvolver as vistorias de rotina de uma maneira mais frequente e uniforme na cidade, pois há um número pequeno de bloqueios, que são ações necessárias diante de um caso suspeito de dengue, onde os agentes precisam fazer investigação e orientação em um raio de 150 metros do caso suspeito, com objetivo de barrar a transmissão da doença”.
DENGUE NO INVERNO
Juliana explica que as temperaturas mais baixas também interferem no ciclo de reprodução do vetor, ou seja, ele demora mais tempo para se transformar em mosquito adulto e isso leva a um menor número de mosquitos circulando no ambiente. “Nas estações mais frias também ocorre redução de chuva. Portanto quando temos menos vetores circulando e menos locais para a reprodução, consequentemente temos redução do número de casos de dengue”.
Contudo, nas residências, lotes e quintais, os cuidados para evitar a doença também devem permanecer nesta época do ano. A diretora do departamento de Vigilância em Saúde Juliana Beux Konno comenta que com menor número de casos, se fala menos da doença e, naturalmente, a população relaxa nos cuidados e eliminação dos focos do mosquito transmissor da dengue.
“O setor de combate a endemias continua desempenhando sua rotina de trabalho independente da estação do ano, realizando vistorias e orientações coletivas diariamente, pois é importante lembrar que os ovos do vetor permanecem por meses nos locais depositados aguardando contato com água para eclodir. Portanto, os cuidados com os locais que possam acumular água devem permanecer o ano todo”, finaliza.
Da Redação
TOLEDO