Dengue: seis municípios da 20ª RS estão em epidemia
O aumento dos casos de dengue no estado a cada semana indicava um cenário preocupante e que foi confirmado na terça-feira (19), quando a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) declarou situação de epidemia da doença em todo o Paraná.
Os números do boletim semanal da dengue no estado, divulgados na terça-feira revelam que os casos prováveis e confirmados estão acima do esperado para o período epidemiológico, por isso a configuração de um cenário epidêmico. De agosto de 2021, até o momento, o Paraná contabiliza mais de 80 mil notificações de dengue e cinco mortes pela doença.
O boletim informa ainda que 365 municípios possuem casos notificados, sendo que 287 tiveram confirmação de casos. Em uma semana foi registrado o aumento de 39,86% nos casos confirmados, passando de 16.560 para 23.161.
No âmbito da 20ª Regional de Saúde, o informe referente a Semana Epidemiológica 34, divulgado no dia 19, apontava 1.911 casos de dengue. Uma semana antes eram 1.165 casos. O diretor da 20ª RS Alberi Locatelli comenta que seis municípios já decretaram estado de epidemia: Toledo, Assis Chateaubriand, Marechal Cândido Rondon, Nova Santa Rosa, Mercedes e Palotina. Outros cinco municípios apresentam um quadro indicativo para epidemia e que estão em monitoramento.
“Nós tivemos uma reunião de diretores para intensificar os trabalhos nos municípios para orientar a população. O município que decreta estado de epidemia já inicia uma ação para a eliminação dos criadouros do mosquito da dengue e aplicação de bomba costal. Se houver necessidade da aplicação de UBV (fumacê) então será feito um pedido para a Sesa”.
EPIDEMIA – O estado de epidemia é a manifestação coletiva de uma doença que rapidamente se espalha, por contágio direto ou indireto, até atingir um grande número de pessoas em um determinado território e que depois se extingue após um período. O Diagrama de Controle é um dos métodos utilizados para a verificação de ocorrência de uma epidemia. Ele consiste na representação gráfica, considerando uma série histórica de 12 anos, sugerindo limites máximo e mínimo de casos absolutos esperados.
Entre 2019 e 2020, o Paraná enfrentou uma das piores epidemias de dengue da sua história, desde que começou a ser monitorada, em 1991. Nesse período foram registrados 227.724 casos confirmados da doença, com 177 mortes. Até então, o pior período havia sido entre 2015 e 2016, com pouco mais de 56 mil casos e 61 mortes.
Alberi cita que os cuidados com a dengue devem ser constantes e que a doença pode ser evitada. “A população deve fazer a limpeza dos quintais e a remoção dos criadouros do mosquito. Apesar deste cenário, o que nos deixa mais otimista em relação ao ano de 2019, período mais crítico da dengue no estado, é que o pico da dengue foi em janeiro daquele ano e agora o pico da doença acontece em abril. Logo o frio chega e os casos de dengue tendem a diminuir, contudo os cuidados devem permanecer durante o ano todo”, complementa.
CUIDADOS – O mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, é causador também de outras doenças chamadas de arboviroses, caso da zika e chikungunya. De acordo com o boletim da Sesa, referente a semana 34, houve 210 notificações de chikungunya, com 12 casos foram confirmados.
O diretor da 20ª Regional de Saúde Alberi Locatelli reforça que a população precisa colaborar com os agentes de Endemias para fazer um trabalho em conjunto. “Dez minutos por dia são necessários para revistar o quintal e eliminar recipientes que possam acumular água. A dengue é um problema que carregamos há um tempo e ela vai existir de acordo com os nossos cuidados e a nossa conduta. Para eliminarmos a dengue só depende de nós”, conclui.
Da Redação*
TOLEDO
*Com informações da Assessoria