Dengue: vacina ainda não está disponível para 20ª RS
*Da Redação
TOLEDO
Os casos de dengue não param de subir. Segundo informe epidemiológico nº 30/2023-2024 da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), divulgado na última quarta-feira (3), o Paraná registrou mais de 23 mil casos confirmados de dengue em uma semana. Desde 30 de julho do ano passado, o Estado contabiliza 159.357 casos confirmados. Os dados ainda apontam 101.879 casos descartados e 77 óbitos no período.
Na área da 20ª Regional de Saúde de Toledo (RS), o município de Toledo (1.836), Terra Roxa (1.260) e Palotina (1.248) estão com maior número de casos confirmados, segundo o informe epidemiológico nº 30/2023-2024. Outros municípios como Quatro Pontes (327), Marechal Cândido Rondon (314), Santa Helena (209), Maripá (191), Tupãssi (125) e Mercedes (115) também apresentam números alarmantes.
Na semana passada, o Ministério da Saúde anunciou a ampliação da vacinação contra a dengue para mais 154 municípios brasileiros. Na última quinta-feira (4), o Paraná recebeu 6.724 novas doses da vacina contra a dengue.
Os imunizantes, que fazem parte da segunda remessa enviada pelo Ministério da Saúde (MS) ao Estado, serão distribuídos entre os 17 municípios pertencentes à 16ª Regional de Saúde de Apucarana. O público-alvo da região contempla 23.897 crianças de 10 a 14 anos.
A 20ª Regional de Saúde de Toledo, que abrange uma área com 18 municípios, ainda não recebeu as doses da vacina da dengue. O diretor da 20ª RS Fernando Pedrotti explica que neste momento, com base no número de casos de dengue ocorridos no estado do Paraná, a 20ª RS é a 10ª Regional com maior ocorrência de casos. “Ou seja, temos outras nove Regionais com maior número de casos que a 20ª RS, o que faz com que tenhamos menor expectativa de que a vacina chegue com maior brevidade para nossa região”.
O secretário estadual da Saúde Beto Preto pontua que essa nova remessa “é uma importante conquista ao Estado, visto que essa é a região que tem hoje o maior foco da epidemia da dengue”.
Em fevereiro, o Paraná recebeu 35.025 doses da Qdenga, imunizante produzido pela farmacêutica Takeda, que foram destinadas exclusivamente para 30 municípios: 21 da 17ª Regional de Saúde de Londrina, com 23.064 doses, e nove da 9ª RS de Foz do Iguaçu, com 11.961. De acordo com o último levantamento da Sesa, a 9ª RS e a 17ª RS já aplicaram 19.694 vacinas contra dengue, isso representa 56% das doses recebidas.
CUIDADOS – Enquanto isso, os trabalhos de prevenção e eliminação dos focos de dengue continuam nas demais áreas do estado. Neste momento, os municípios concentram suas forças para evitar a proliferação do mosquito. Além da eliminação de recipientes que possam acumular água, os agentes de Endemias também fazem o bloqueio mecânico com aplicação de inseticida com a bomba-costal.
Pedrotti reforça que o fumacê não está sendo utilizado em municípios da Regional. O fumacê é uma medida adicional no combate ao mosquito Aedes aegypti e liberado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).
No entanto, ele não é o meio ideal, que deve estar sempre focado na eliminação dos criadouros. O fumacê combate somente o mosquito. É preciso focar no uso de larvicidas para não deixar o mosquito nascer. “Estamos com ações de bloqueio, com uso do inseticida. O fumacê é utilizado somente quando observados uma série de pré-requisitos”.
O diretor da 20ª RS salienta que, apesar de estarmos no outono, período com menor quantidade de chuvas e menor probabilidade de acumular água nos criadouros de dengue, historicamente e epidemiologicamente, os meses de março e abril são considerados o pico da doença na nossa região. “Não podemos afirmar que o pior passou, ainda se faz necessário o cuidado e a prevenção”, conclui.
Com informações da Sesa*
Como combater
– Não deixe água parada; tampe e lave com bucha e sabão as paredes internas de caixas d’água, poços, cacimbas, tambores de água ou tonéis, cisternas, jarras e filtros.
– Não deixe acumular água em pratos de vasos de plantas e xaxins; plantas que possam acumular água devem ser tratadas com água sanitária na proporção de uma colher de sopa para um litro de água, regando no mínimo, duas vezes por semana.
– Não junte vasilhas e utensílios que possam acumular água e guarde garrafas vazias de cabeça para baixo; entregue pneus velhos ao serviço de limpeza urbana, caso precise mantê-los, guarde em local coberto.
– Em banheiros pouco usados, dê descarga pelo menos uma vez por semana; retire sempre a água acumulada da bandeja externa da geladeira e lave com água e sabão.
– Lave e troque a água dos bebedouros de aves e animais no mínimo uma vez por semana; limpe frequentemente as calhas e a laje das casas, coloque areia nos cacos de vidro no muro que possam acumular água.
– Mantenha a água da piscina sempre tratada com cloro e limpe-a uma vez por semana; mantenha o quintal limpo, recolhendo o lixo e detritos em volta das casas, limpando os latões e mantendo as lixeiras tampadas. Não jogue lixo em terrenos baldios, construções e praças.