Dia do Filósofo: profissão cada dia mais consolidada

Nesta quarta-feira (16) é comemorado o Dia do Filósofo. Entre os principais nomes da filosofia é possível destacar Aristóteles, Platão e Sócrates que é considerado por diversas autores o ‘pai da filosofia ocidental’. Essa história de ‘amor pela sabedoria’ é antiga e tem participação em diversos momentos importantes da humanidade.

O coordenador do Programa de Pós-Graduação em Filosofia (PPGFIL) da Unioeste de Toledo, Luciano Carlos Utteich, explica que desde o início com o povo grego a Filosofia trouxe consigo, como marca distintiva, ser essa abertura para um tipo de atividade cujo fim era atender as questões da cidade (pólis, em grego).

Utteich pontua que na medida em que as cidades gregas mais importantes eram cidades-Estados, as questões que envolviam a vida em comum entre os cidadãos, a administração civil e também ordem jurídica tiveram de começar a ser pensadas e estabelecidas, pela primeira vez, de modo racional, e deixar de apelar para as concepções mitológicas como sendo as fundadoras.

“Nessa direção pode-se dizer que, tal como os filósofos daquele período inauguraram modos de pensar a partir de um espaço fundado para o pensamento e pela reflexão, nos dias de hoje os filósofos atuam nas mesmas frentes visando esclarecer e reelaborar, em vista do bem-comum, um meio-termo entre a variabilidade e insuficiência das regras normativas da vida conjunta, levando-se em conta que a vida contemporânea tornou mais complexo o convívio devido à presença, em um único e mesmo solo, de populações cujas raízes étnicas são mais diversas”, pontua ao acrescentar que essas regras normativas tocam, objetivamente, as mais diferentes camadas da vida.

FORMAÇÃO DE CARREIRA – “Uma coisa precisa ficar evidenciada aqui em relação às mudanças que ocorreram nos últimos anos em relação ao que vem constituindo um verdadeiro ‘fenômeno’. Não só nos países da América e na Europa, mas também no Brasil a Filosofia veio se mostrando, enquanto atividade profissional e como carreira, uma atividade cada vez mais consolidada. Isto porque, com o passar dos anos, a constante na pesquisa em nossa área vem conseguindo avançar cada vez mais qualificadamente para o passado – que são os gregos, mas não se reduz apenas a eles – permitindo averiguar os primeiros registros escritos dos povos, de suas maneiras de viver, das regras de convívio, de sua organização, etc”, avalia.

Utteich pondera que “por incrível que pareça tal tarefa de olhar “para trás”, numa perspectiva racional, mostra-se em autêntica fonte a iluminar o que nós, como povo e nação, poderemos querer verdadeiramente ser no futuro. Como a considerar as potencialidades ínsitas nos povos de outrora, as quais – por motivos desconhecidos – não se transformaram em ato, obtemos indícios seguros para entabular nossos debates e encaminhar soluções a nossos problemas, a cuja fonte de inspiração não acessaríamos se tivéssemos fixados os olhos no presente. Assim os estudos sérios e profundos sustentados em todos os departamentos de Filosofia mundo afora vêm constituindo esse depositário de referências a fim de tornar possível, pela atividade reflexiva racional, buscar com mais segurança aquelas metas que nos propusermos em conjunto”.

REFLEXÃO FILOSÓFICA – “Gostaria unicamente de pontuar que o espaço do pensamento alcançado pela atividade e pelo exercício da reflexão filosófica não pode estar afeito a fixar, de antemão, nenhum sentido utilitário. E o motivo disso reside em que ocorrem inúmeros subdescobertas no exercício mesmo do pensar, as quais não teriam podido ocorrer caso tivesse sido fixada uma única maneira de pensar, com exclusividade, antes do exercício do pensar propriamente dito. É que a pura reflexão crê poder constituir o conjunto (ainda que sempre finito) das condições, das primeiras e mais necessárias, que funda uma dada problematização”, destaca.

Utteich finaliza ao citar que “ao contrário de parecer isso um pensamento desengajado ou “nas nuvens”, justamente ele revela a necessidade de tornarmo-nos cientes dos pressupostos que estão à base de qualquer juízo de valor, de determinação e de deliberação. A consciência sobre esse processo, como se percebe, é intensiva e espelha a busca da mais ampla coerência no exercício de uso desses pressupostos descobertos pela reflexão e que condicionam todas as determinações racionais”.

Da Redação

TOLEDO

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