Inclusão e conscientização marcam o Dia Internacional da Síndrome de Down

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Nesta data, 21 de março, é celebrado o Dia Internacional da Síndrome de Down, um dia que que promove a conscientização na sociedade sobre a inclusão e os direitos das pessoas com essa condição genética. Ela é causada pela trissomia do cromossomo 21, e está associada a algumas características específicas de desenvolvimento, mas não define as capacidades ou os potenciais de quem a possui.
Terapias, estímulos adequados, educação inclusiva e suporte social podem contribuir com as pessoas com a condição viver de forma autônoma, participando ativamente da sociedade. A Escola Bem-Me-Quer /Apae Toledo atende 47 pessoas com Síndrome de Down de todas as faixas etárias. Para a diretora da entidade, Lucimar Recalcatti Vieira, essa data “é um momento importante para refletir sobre as oportunidades para as pessoas com deficiência”.
Ela pontua que é essencial para todas as pessoas com deficiência a garantia de políticas públicas que ofertem atendimento para todas as crianças que necessitam de fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, neurologista, psiquiatra, saúde, educação, esporte, lazer e outros.
ACOMPANHAMENTO – A Apae de Toledo oferta atividades de educação, através de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Educação de Jovens e Adultos (EJA). Na área da saúde são realizadas terapias como fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e psicologia.
Lucimar conta que o acesso nos serviços de reabilitação é fundamental para as pessoas com deficiência, priorizando a construção do desenvolvimento da primeira infância. “Atualmente os familiares estão acessando os serviços de educação e saúde nos primeiros meses de vida da criança, logo após receberem o diagnóstico”, comenta ao enfatiza que “quanto mais cedo iniciar as terapias melhor será o desenvolvimento da criança”.
Ele salienta que a estimulação precoce é essencial para o desenvolvimento integral de crianças com Síndrome de Down. Ela ajuda a fortalecer habilidades motoras, cognitivas e emocionais desde os primeiros meses de vida, promovendo maior autonomia e qualidade de vida. “Terapias como fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional são fundamentais para superar desafios como a hipotonia muscular e dificuldades de comunicação. Quanto mais cedo essas intervenções começam, maiores são os benefícios a longo prazo”, pondera.
INCLUSÃO – Nos últimos anos, a participação de pessoas com síndrome de Down em diversas áreas tem crescido consideravelmente. Lucimar afirma que o aumento da participação de pessoas com deficiência em diversas áreas reflete uma mudança cultural significativa. Para a diretora da Apae Toledo essa transformação está ligada ao reconhecimento da importância da diversidade e da inclusão como valores fundamentais para o progresso social.
“Percebe-se que as escolas e universidades têm tentado adotar políticas mais inclusivas, porém sem sucesso. Empresas também estão começando a reconhecer o valor da diversidade no ambiente de trabalho, implementando programas de inclusão que vão além do cumprimento de cotas legais. Isso inclui treinamento de equipes para criar ambientes acolhedores e adaptados para todas as pessoas com deficiência”, acrescenta.
AVANÇOS – Embora a sociedade tenha avançado na inclusão e no acolhimento de pessoas com deficiência ainda há desafios importantes a serem superados. Lucimar lista alguns que precisam ser superados para ter uma comunidade mais inclusiva e acolhedora.
Entre os desafios está a acessibilidade para garantir que espaços públicos e privados sejam adaptados para atender às necessidades de pessoas com deficiência, promovendo independência e segurança. Educação inclusiva efetiva: apesar de avanços, muitas escolas ainda enfrentam dificuldades em oferecer suporte adequado, como profissionais especializados e materiais adaptados.
A diretora da Apae Toledo cita o mercado de trabalho. Segundo ela é preciso ampliar oportunidades de emprego e capacitação, incentivando empresas a adotarem políticas que valorizem a diversidade e reconheçam talentos. Também é preciso reforçar o apoio às famílias fortalecendo programas de suporte psicológico e social para familiares, ajudando-os a lidar com desafios e a promover o desenvolvimento integral de seus filhos.
“Há também a conscientização e combate ao preconceito. É preciso investir em campanhas educativas para desconstruir estereótipos e promover uma cultura de respeito e valorização da diversidade”, conclui.
Atividades
Na Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla Deficiência, que acontece de 21 a 28 de agosto, são realizadas várias atividades na Apae Toledo como, passeios, brincadeiras, palestras, jogos, viagens, entre outros. Neste ano, a Escola Bem-Me-Quer /Apae Toledo foi procurada pela direção da Escola Caramell – Centro de Educação Básica Infantil – para realizar uma atividade de integração entre os alunos das duas escolas..
3ª edição do Piquenique Re-Criare Down acontece na Casa da Cultura
O Dia Mundial da Síndrome de Down, comemorado em 21 de março, é uma data de conscientização global para celebrar a vida das pessoas com a síndrome e para garantir que elas tenham as mesmas liberdades e oportunidades que todas as pessoas. A data é uma campanha de conscientização global oficialmente observada pela Organização Nações Unidas (ONU).
Diversas entidades promovem ações pelo mundo. Em Toledo, o grupo Re-Criare Down é composto por pais de pessoas com Síndrome de Down. Os integrantes buscam por melhorias para seus filhos, acessibilidade e igualdade para que se desenvolvam e tenham mais qualidade de vida. Nesta sexta-feira (21) acontece a terceira edição do Piquenique Re-Criare Down. A programação inicia às 16h e está prevista para encerrar às 20h.
O principal objetivo é o encontro das famílias, com trocas de experiências e a oportunidade das crianças e dos jovens se encontrarem e se divertirem. Deise Parise dos Santos é mãe da Isis Katerine Parise dos Santos, uma das organizadoras do evento e ela comenta que nesta edição, o evento acontece no espaço da Casa da Cultura. “O espaço é marcado para a cultura e para interagir com o público. Um espaço dedicado às pessoas. Como mães e familiares de pessoas com Síndrome de Down nos sentimos acolhidos neste espaço”.
PROGRAMAÇÃO – Diversas atividades acontecem neste dia. “Entre as atrações estão a equoterapia, cama elástica e música. A organização e os parceiros vão distribuir algodão doce, picolé e pipoca. São diversas atividades disponíveis para todas as crianças. O importante é que todas as crianças se sintam incluídas e não somente os nossos filhos. As crianças possuem um lugar especial neste mundo”, destaca Deise.
Segundo Deise, o horário da atividade colabora com a participação das famílias, principalmente, aquelas que já cumpriram com o horário de trabalho. “É um momento para relaxar e brincar com as crianças”.
Uma das organizadoras do evento salienta que pipoca, terere e uma cadeira de praia devem estar incluídas no check list das famílias. “Quem optar pode sentar no parque e aproveitar o espaço arborizado para curtir o final de tarde e o começo da noite para brincar e bate um papo com os filhos e os pais. São momentos para brincar e para se divertir”.
Ela enfatiza que todas as crianças possuem o direito de brincar. “Esse direito de brincar faz com que todos nós possamos, cada vez mais, interagir e integrar uma sociedade mais justa e humana. Mostrar que cada criança depende da outra e o nosso mundo fica melhor quando podemos inclui-las. Todos nós possuímos um lugar especial neste mundo e este lugar está em Toledo”.
Conforme Deise, todas as crianças são bem-vindas e têm a oportunidade de estarem juntas, ter uma boa educação e saúde. “Para entender que este mundo é feito para todos nós. Todos temos o direito de sermos mais felizes e conquistar esse mundo”.
O Piquenique Re-Criare Down está com diversos parceiros para a realização do evento. “São pessoas que estão fazendo com que tudo isso aconteça e se torne realidade para as nossas crianças. São vários parceiros que vão transformar a tarde e a deixarão mais alegre”.
AVALIAÇÃO – A programação nesta sexta-feira é uma das atividades promovidos pelo grupo Re-Criare Down. Iria Schwarzbold também é uma integrante e líder do movimento e ela avalia que o ano de 2024 foi produtivo. “Nos filiamos a Federação Paranaense das Associações de Síndrome de Down (Fepasd), que é filiada a Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down (FBASD)”.
Iria explica que essa filiação foi importante, pois o grupo passa a ter representantes no Estado e na União. “São pessoas que estão sempre acompanhando as alterações na legislação referente as pessoas com deficiência, em especial as com Síndrome de Down”. A integrante do líder do movimento Re-Criare Down complementa que as informações das reuniões colaboram para melhorar as condições no município.
De acordo com Iria, em 2024, o grupo participou ativamente da realização do 1º Congressos Paranaense de Síndrome de Down. “Participamos do Congresso que foi um sucesso. Adquirimos conhecimentos com pessoas renomadas sobre Síndrome de Down”.
Ela complementa que o município de Toledo tem a Lei “R” Nº 87, de 26 de agosto de 2011, que institui o Dia Municipal da Conscientização sobre a Síndrome de Down, a ser comemorado anualmente no dia 21 de março. “Consta no seu Parágrafo único – O Poder Público poderá promover, no dia a que se refere o caput deste artigo, atividades educativas de conscientização e orientação sobre a Síndrome de Down”.
Confira alguns parceiros e apoiadores do grupo Re-Criare Down para a realização do evento:
– Prefeitura Municipal de Toledo;
– Secretaria de Políticas para Infância, Juventude, Mulher, Família e Desenvolvimento Humano;
– Cozinha Social;
– Secretaria de Educação;
– Michelys Equoterapia;
– Franciele Fotografia;
– Daline Musicaterapia;
– Decoração com espaço para fotos;
– Johner Recreação e Eventos;
– Clínica Champagnat;
– Clínica Integra;
– Guarda Municipal;
– Brinquedos Infláveis com a RecreAção Toledo;
– Grupo Arco Iris;
– Acadêmicos do curso de Fisioterapia da Unipar;
Meias trocadas: hoje é dia!

Um evento que cresce mundialmente, a cada ano, é o das meias trocadas ou descombinadas. Em 2024 foi aderido pela maioria das escolas municipais, estaduais e particulares. É uma atividade muito fácil e divertida de realizar e pode ser feita por pessoas de todas as idades em qualquer ambiente, seja educacional, empresarial em espaços públicos e privados. A campanha das meias trocadas foi lançada para chamar atenção para a diversidade, para as pessoas falarem que é pela conscientização sobre a Síndrome de Down.
Da Redação
TOLEDO