Dia Mundial da Síndrome de Down: oportunidades e direitos devem ser assegurados

O amor, a educação, o respeito, o companheirismo e a amizade não contam cromossomos. O Dia Mundial da Síndrome de Down é comemorado nesta quinta-feira (21) e é uma data de conscientização global para celebrar a vida das pessoas com a síndrome e para garantir que elas tenham as mesmas liberdades e oportunidades que todas as pessoas.

Iria Schwarzbold é integrante do grupo Re-Criare Down de Toledo e ela afirma a necessidade em buscar elevar suas vozes e histórias, mas também destacar a importância de construir uma sociedade mais inclusiva e justa para todos os cidadãos.

“Preconceito a gente combate com informação. O Re-Criare Down nasceu em novembro de 2018 a partir do grupo de WhatsApp ‘Unidos pelos Anjos!’. E é composto por pais de pessoas com Síndrome de Down, empenhados na busca de melhorias para seus filhos, oportunizando maior acessibilidade e igualdade para que se desenvolvam e tenham mais qualidade de vida”, explica Iria.

OPORTUNIDADES – O tema deste ano ‘Chega de rótulos, abaixo o capacitismo’ reflete a urgência e a relevância de desafiar os preconceitos e estigmas que frequentemente cercam as pessoas com Síndrome de Down e outras deficiências.

Iria relata que o capacitismo é o termo usado para o preconceito em relação às pessoas com deficiência. “O preconceito tem a ideia de tudo aquilo que uma pessoa com a trissomia do 21 não pode fazer. Acontece que elas podem e devem fazer tudo que quiserem se tiverem oportunidades”.

De acordo com a integrante do grupo, quanto aos rótulos, não raro, muitas pessoas falam o seguinte: “que um anjo nasceu quando é uma criança com síndrome de Down; que suas famílias são guerreiras; que são amorosos e sem maldade; que são eternas crianças; que não podem trabalhar, estudar, casar e, por último, são especiais”.

Iria defende que as crianças são sujeitos com direitos com uma condição genética diferenciada. “Podem e devem tudo quando lhes são dadas as condições e oportunidades”, afirma ao mencionar que “quando as pessoas com síndrome de Down têm garantidos o direito à escola comum, a Educação, à Saúde, à participação social em igualdade de condições, os rótulos caem”.

CONQUISTAS – Neste ano, o grupo filiou-se a Federação Paranaense das Associações de Síndrome de Down (Fepasd). A Federação existe há quatro anos e meio e agregação Associações de várias regiões do Paraná.

A integrante do Re-Criare Down salienta que a Fepasd agrega associações de várias regiões do Paraná e atua para fortalecer as associadas, para influenciar nas políticas públicas para a pessoa com deficiência por meio de atuação junto as Secretarias de Educação, Saúde e Assistência Social.

A Federação mantém um permanente diálogo com as Promotorias e Defensorias Públicas para garantir os direitos das pessoas com Síndrome de Down.

Iria cita que uma das conquistas da Federação é que a Secretaria de Estado de Saúde prepara um treinamento cujo tema é o atendimento das pessoas com Síndrome de Down. Devem participar dessa capacitação profissionais das equipes de Saúde dos municípios.

Outra conquista da Federação é a realização de uma live hoje. A Promotoria debaterá a Educação Inclusiva. O assunto poderá ser acompanhado pelo Youtube.

DESENVOLVIMENTO – Atualmente, muitas pessoas com síndrome de Down ocupam espaços importantes nas artes, na cultura, nas universidades e nas empresas. “Em uma clara demonstração de que a inclusão e a participação contribuem para o pleno desenvolvimento de uma pessoa, ainda que traga como característica da deficiência, um atraso intelectual”, pondera Iria.

Ela acrescenta que, não raro, esses exemplos são de pessoas de classe média ou acima, que, na ausência do Estado, financiam e proporcionam acesso aos seus familiares com a síndrome. “Isso nos mostra que todos são capazes quando tem oportunidades, mas revela também que a população vulnerabilizada tem sido duplamente excluída, quando se trata de ações públicas para pessoa com deficiência”.

Iria destaca que ela e os demais integrantes do Re-Criare Down sonham com uma sociedade em que uma pessoa com síndrome de Down, quando se forma no Ensino Superior ou ocupa um lugar de destaque na sociedade, no esporte, no trabalho, namora ou se casa, não seja mais motivo para manchete de um jornal, na medida que as oportunidades sejam as mesmas e os direitos sejam assegurados.

“Trabalhamos para que esses exemplos sejam comuns por meio de políticas públicas inclusivas e por uma sociedade que não invisibiliza a pessoa com deficiência e assim, nem precisem de espaço na mídia. Por isso, convidamos a todos a conhecerem nossa entidade, nossas rotinas e propostas. Venham conhecer nossos associados, as pessoas com síndrome de Down e suas famílias. Venham conhecer a realidade que enfrentamos, todos os dias. Só assim fortalecemos a luta contra o preconceito. Nada sobre nós, sem nós”, finaliza Iria.

Da Redação

TOLEDO

Divulgação

Programação

Quinta-feira (21) – 15h

Contação de História na Biblioteca do Centro

Sábado (23) – a partir das 15h

2º Piquenique no Parque, no Parque Frei Alceu

Segunda-feira (25) – 13h30

Leitura de texto na Tribuna Livre, na Câmara Municipal de Toledo

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