Dia Nacional da Adoção: quando o filho é gerado no coração
Adotar é quando a espera pode demorar muito mais do que nove meses. Adotar é não saber exatamente se o filho terá 11 dias, 11 meses, 11 anos. Adotar é gerar um filho no coração e não no ventre. Adotar é construir uma família. Na data de 25 de maio é celebrado o Dia Nacional da Adoção. Para muitos não é apenas mais um dia no calendário, é um marco de vida, é um começo, um recomeço, mais uma forma de ‘gestar’ o amor.
O processo de adoção é estar aberto as possibilidades, ter consciência de que tudo pode mudar, pois pode acontecer de esperar uma menina e, de repente, é um menino. É saber que pai é aquele que cria, que dá amor. No decorrer dessa ‘gestação’, os envolvidos podem contar com o Grupo de Apoio à Adoção de Toledo (Gaat) da Comarca de Toledo.
A equipe do Núcleo de Apoio Especializado à Criança e ao Adolescente (NAE) com a participação do juiz da Vara da Infância e da Juventude, Rodrigo Rodrigues Dias, promove as atividades do Gaat. O principal objetivo do Gaat é preparar candidatos para adoção com o intuito de garantir o sucesso do processo de forma que crianças e adolescentes possam ter assegurado o direito à convivência familiar e comunitária. Isso deve ocorrer dentro de uma família que esteja realmente preparada para garantir e efetivar tal direito.
A pandemia também interferiu em diversos setores, mas não fez com os trabalhos da Vara da Infância da Juventude da Comarca de Toledo parrassem, pois o sonho de viver no aconchego de um lar, poder ter um pai e uma mãe, não pode esperar uma pandemia passar. O novo coronavírus fez que os processos de adoção já encerrados ganhassem mais agilidade no quesito de aproximação que antes disso era mais lenta. Essa abertura para o uso das plataformas digitais, de maneira mais intensa, permitiu que crianças e adolescentes que viviam em abrigos pudessem ter aquele brilho no olhar e levar esperança em um momento de intensa dificuldade.
“Aqui em Toledo não paramos. A equipe técnica se dedicou como sempre, de forma a possibilitar que crianças e adolescentes tivessem garantidos o direito à convivência familiar e comunitária. Tivemos uma série de adaptações, utilizando as tecnologias de acessos remotos, mas nunca deixamos de fazer pelas crianças e adolescentes em regime de acolhimento”, declara o juiz.
NOVOS LARES – Os números reforçam o comprometimento da equipe e o suporte das plataformas digitais. Na Comarca de Toledo, em 2019 ocorreram 16 adoções; em 2020 – primeiro ano de pandemia e adaptação das formas de trabalho – foram 35, no ano passado foram 18 e neste ano já ocorreram 12.
O juiz pontua que a pandemia exigiu mudanças. Ele comenta que houve a necessidade de adaptação em prol da saúde e do bem-estar das crianças e dos adolescentes acolhidos, equipes técnicas e famílias. “Ainda assim, nos esforçamos para minimizar essas consequências e manter a garantia de direitos em pleno vapor”.
A assistente social do Gaat, Rita Adriana Chicarelli Ruiz, reforça que durante a pandemia os processos de adoção na Comarca de Toledo não foram paralisados ou interrompidos, a equipe teve que se adequar as normas estabelecidas. “Importante assinalar que os procedimentos precisaram ser adaptados em observância às recomendações do Ministério da Saúde, Organização Mundial da Saúde (OMS), Secretaria de Saúde e autoridades civis a fim de evitar o alastramento da pandemia da Covid-19. O Tribunal de Justiça do Paraná, por sua vez, publicou o Decreto Judiciário 401/2020 mantendo o atendimento preferencialmente de forma remota com atendimento presencial agendado se imprescindível”.
O RECOMEÇO – A vida na adoção vai começar depois que ele sai do acolhimento, quando essa criança e adolescente vai morar com a nova família. Aqueles que vivem no abrigo já sabem que existem candidatos para ser pai e mãe. “Assim que o processo de destituição do poder familiar da criança ou adolescente está encerrado ocorre o cadastro delas no Sistema Nacional de Adoção (SNA) e a busca por famílias de acordo com o perfil se inicia. Após um período de aproximação a guarda para fins de adoção é deferida e se inicia o estágio de convivência com o desacolhimento da criança/adolescente e inserção na nova família”, esclarece Rita ao salientar que cada fase do processo é acompanhada pelos profissionais da Vara da Infância da Juventude da Comarca de Toledo e que esse recomeço é realização do sonho de muitas famílias.
Da Redação
TOLEDO