Diabetes gestacional: o alerta para as futuras mamães

A gravidez é um dos momentos mais sublimes da vida de uma mulher. Gerar uma vida é um privilégio e uma grande responsabilidade. É um pequeno ser que depende de toda a energia da mãe para se desenvolver com saúde por aproximadamente 40 semanas. O acompanhamento médico – pré-natal – é primordial para que a saúde da gestante e o desenvolvimento do bebê sejam monitorados e, assim, diagnosticar e tratar qualquer problema o mais breve possível.

Entre os exames solicitados durante a gravidez está o de glicemia em jejum, realizado ainda no primeiro trimestre da gravidez. A médica ginecologista e obstetra Greice Schroeder explica que através da coleta de uma amostra de sangue é possível ter uma ideia se a paciente pode ter ou já tem diabetes prévio.

“Durante o período gestacional, entre 24 e 28 semanas, ainda existe um exame que chama GTT 75 gramas, é um exame onde a paciente vai receber uma sobrecarga de açúcar. Ela coleta o exame em jejum, toma um líquido doce e em uma hora e duas horas após são realizados exames de sangue novamente. Através desses exames podemos diagnosticar se a paciente tem alguma das três medidas alteradas que a classificaria com diabetes gestacional”.

O diabetes quando desenvolvido no período gestacional pode provocar riscos para a mãe e para o bebê. Entre as intercorrências, a médica cita o aumento do líquido amniótico, aumento de peso do bebê (sem que isso signifique saúde), problemas cardíacos na condição do feto, complicações de restrição de crescimento, além do risco de parto prematuro e ainda óbito fetal em qualquer período da gestação quando a doença não está controlada.

“É muito comum acontecer lá no final da gravidez óbitos de bebês maiores, geralmente, por alteração cardíaca do feto ou quando a mãe não faz controle glicêmico nenhum e ela vai ter uma descompensação da parte de oxigenação para o bebê e ele pode entrar em óbito na barriga da mãe”.

ACOMPANHAMENTO – Por isso que o acompanhamento pré-natal é muito importante para buscar minimizar os riscos ao longo da gravidez. Uma grávida diabética é classificada como gestante de alto risco. Greice enfatiza que ela necessita fazer um acompanhamento com obstetra e com uma equipe multidisciplinar formada por nutricionista, médico endocrinologista e assistente social para acompanhar o contexto em que a paciente está inserida e tentar minimizar ao máximo os riscos que ela poderá ter ao longo do pré-natal.

“Uma gestante que não é considerada de alto risco realiza consulta uma vez por mês, no final da gravidez o acompanhamento se torna mais sequencial; uma gestante de alto risco – com diabetes gestacional – dependendo de como está o controle, ela vai ter que ser avaliada a cada duas ou três semanas para observar o controle dietético ou do açúcar”.

COMPLICAÇÕES – O diabete gestacional ainda pode provocar interferências no parto como complicações decorrentes ao tamanho do bebê. A médica ginecologista e obstetra esclarece que uma mãe diabética que não teve um controle adequado da glicemia durante a gestação, e com um bebê macrossômico, que é bebê além do tamanho normal para a idade gestacional, pode ter complicações que façam com que o bebê não desça de forma correta, não tenha a dilatação correta e acaba levando essa gestante para a cesariana.

“Além disso, a mãe diabética pode apresentar uma dificuldade na cicatrização, independente se for parto normal ou cesariana, o local onde for feitos os pontos pode ter uma dificuldade maior em cicatrização. O bebê que nasce de uma mãe diabética tem a parte pulmonar um pouco mais retardada em termos de formação, na comparação com uma mãe que não tem diabetes”, explica a profissional.

PREVENÇÃO – O diabetes gestacional que é adquirido durante a gravidez não tem muitas formas de prevenir. Greice enfatiza que ele ocorre principalmente pelos hormônios que são lançados na corrente sanguínea da mãe em torno de 28 semanas. “A placenta começa a produzir mais hormônios, que chama hormônio lactogênio placentário, e esse hormônio vai fazer com que a mãe desenvolva o diabetes gestacional”.

Casos de mulheres com sobrepeso ou obesidade, pacientes que tenham uma dieta errada rica em carboidrato e açúcares, que não praticam atividade física têm uma chance maior de desenvolver diabetes gestacional.

“E isso temos como prevenir e tentar ajudar trabalhando na forma pré-concepcional fazendo com que ela engravide com um peso e uma alimentação adequados, com níveis glicêmicos dentro da normalidade e que essa paciente seja mais ativa. Com isso, conseguimos tentar minimizar e tentar prevenir que essa paciente desenvolva um quadro de maior gravidade dentro do período gestacional”, salienta a médica.

PERMANÊNCIA – Após o puerpério, o período de 40 dias depois do parto, o diabetes gestacional pode desaparecer. Contudo, há uma parcela de mulheres que pode desenvolver esse diabetes de forma crônica. A médica ginecologista e obstetra Greice Schroeder cita que no período de 45 a 60 dias pós-parto a mãe deve fazer o exame GTT 75, o mesmo que ela realizou na gravidez.

“Se o exame se mantém alterado significa que possivelmente desenvolveu uma diabetes que não está mais relacionada ao puerpério ou parto. Ela desenvolveu uma diabetes crônica e terá que fazer um acompanhamento com endocrinologista e nutricionista. Mas a grande maioria das pacientes não desenvolve. O importante é ter um equilíbrio de atividade física, de dieta, controle dietético em relação ao que estava se comendo e o que estava causando o diabetes”, conclui a médica.

Da Redação

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