Diante da queda dos preços, cooperativas do PR e do RS propõem a realização de leilões PEP e Pepro para apoiar a comercialização do trigo
As Organizações das Cooperativas dos Estados do Paraná (Ocepar) e do Rio Grande do Sul (Ocergs), juntamente com a Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS) e a Cooperativa Coamo, encaminharam ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, um ofício, na terça-feira (12), solicitando apoio da pasta para a comercialização do trigo, como forma de minimizar as perdas que os triticultores estão tendo com a queda acentuada dos preços do cereal. A iniciativa reforça o pedido feito pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), no dia 23 de agosto, ao ministro Fávaro.
As entidades estão propondo a disponibilização de recursos com esta finalidade por meio de mecanismos como os leilões de Prêmio para o Escoamento de Produto (PEP) e de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro). Para elas, essa seria uma forma de promover o escoamento da safra de trigo, assegurando a sustentabilidade da cadeia produtiva neste ciclo e possibilitando que os agricultores continuem conduzindo a atividade de produzir alimentos.
No documento, a Ocepar, Ocergs, FecoAgo/RS e Coamo enfatizam que, nos últimos 12 meses, os preços de mercado do trigo caíram drasticamente, chegando a níveis abaixo dos determinados pelo Programa de Garantia de Preços Mínimos para a safra 2023. “Atualmente, o preço médio recebido pelo produtor de trigo, de acordo com o Departamento de Economia Rural da Secretaria Estadual da Agricultura do Paraná, é de R$ 52,52 a saca, enquanto os preços mínimos estabelecidos pelo governo federal, por meio da Conab, para a safra 2023, do trigo Tipo 1, é de R$ 87,77 a saca e, do Tipo 2, é de R$ 75,19 a saca. Dessa forma, podemos perceber que o produtor está deixando de receber o valor de R$ 35,25 e R$ 22,67 por saca de 60 kg, respectivamente”, afirmam as entidades.
Na avaliação delas, diversas políticas públicas essenciais para garantir o prosseguimento da atividade agropecuária no país e a estabilidade na oferta de alimentos estão sendo impactadas pela dificuldade orçamentária pela qual o governo federal passa, prejudicando os produtores rurais e suas cooperativas. Outra preocupação das entidades é com a baixa atratividade para o plantio da próxima safra de trigo, devido aos custos elevados de produção e às margens apertadas, que deve levar à redução da área cultivada com o cereal no próximo ciclo, com reflexos na balança comercial e nos preços dos derivados do trigo ao consumidor.
LIDERANÇA – Os estados do Rio Grande do Sul e do Paraná lideram a produção de trigo no país, respondendo respectivamente por 44% e 39% da safra nacional. De acordo com dados da Conab, na safra 2023, o Brasil produziu 10,8 milhões de toneladas, das quais 4,7 milhões colhidas no Rio Grande do Sul e 4,2 milhões de toneladas no Paraná.
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