Doação de órgãos: o sim que salva vidas

Um coração que bate em outro peito. Um rim que ajuda a filtrar outro sangue. Um pulmão que ajuda outra pessoa a respirar. A vida segue sempre que possível. A vida segue sempre que a medicina consegue fazer sua parte. A visa segue sempre que existe o ‘sim’. Na data de 27 de setembro é comemorado o Dia Nacional de Doação de Órgãos e Tecidos.

Salvar vidas é um ato de solidariedade e amor. A equipe da Associação Beneficente de Saúde do Oeste do Paraná (Hoesp) – entidade mantenedora do Hospital Bom Jesus – há 18 anos ajuda a salvar vidas através dos trabalhos da Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (Cihdott). Graças ao trabalho executado com carinho e comprometimento, a casa de saúde é referência na captação de órgãos e tem motivos para comemorar a data.

Desde 2006, o Hospital Bom Jesus ajuda a salvar vidas com a captação de órgãos. Segundo o diretor de enfermagem e coordenador da Cihdott do Hospital Bom Jesus, Itamar Weiwanko, o trabalho acontece diante do sim dos familiares. Ele pontua que o trabalho envolve diversas mãos e mobilização de equipes.

“Com dados apurados de 2015 a 2023, notamos como tem decorrido a aceitação das famílias. De 2015 a setembro de 2023 tivemos 94,2% de aceitação”, destaca o profissional. Neste período, em 2016 e 2021 a taxa de aceitação para doação de órgãos na Hoesp foi de 100%.

MORTE CEREBRAL – Infelizmente, a morte cerebral é irreversível. Uma vez constatada a morte encefálica, os familiares do paciente são informados e devem tomar a decisão de doar ou não os órgãos do ente querido. Trata-se de um gesto grandioso e que poderá salvar ou melhorar significativamente a vida de alguém.

Até chegar nesse diagnóstico são necessários exames clínicos realizados por médicos diferentes, para confirmar a ausência permanente de função do tronco cerebral; um teste de apneia, para comprovar a ausência de movimentos respiratórios; e um exame complementar para confirmar a ausência permanente de função cerebral. Essa série de exames clínicos realizados pela equipe médica, de laboratório, complementar devem confirmar se o paciente está – realmente – com morte encefálica.

Com a confirmação a equipe médica atua no cumprimento do protocolo e comunica a Organização de Procura de Órgãos (OPO) sobre a situação do paciente. A Central de Transplante também passa a acompanhar o trabalho. Após a confirmação da morte encefálica e a família apresentar uma resposta favorável, a equipe inicia o procedimento de doação.

A VIDA CONTINUA – Para a família é um momento doloroso receber a notícia de que um ente querido teve morte encefálica. Ao passar por essa situação o sentimento de angustia toma conta dos corações. O processo de abordagem, para possível captação de órgãos, ocorre durante um momento de tristeza, por isso, os profissionais precisam estar bem preparados.

O processo de abordagem da equipe acontece somente após serem concluídos os protocolos pré-estabelecidos pelo Estado. “O diagnóstico é realizado através de um protocolo clínico instaurado pela Sociedade de Neurologia do Brasil. Esse protocolo é aplicado em todo o território nacional, ou seja, são as mesmas diretrizes em qualquer um dos estados”, explica Weiwanko.

Somente com o diagnóstico apurado via protocolo é que os familiares podem legalmente autorizar a doação de órgãos. Nesse processo de abordagem realizado pelos profissionais da Cihdott é que todas as dúvidas são esclarecidas para que as famílias tenham segurança no ato da decisão. A partir do aceite da família é realizada uma validação de quais órgãos o paciente poderá doar, como coração, pulmões, rins, pâncreas, fígado, intestino, ossos e córneas. A partir da captação, o órgão é transportado em uma solução especial e também é refrigerado, até ser implantado no receptor.

FALAR SOBRE A DOAÇÃO – Os principais impedimentos em relação ao consentimento da família estão relacionados a falta de conhecimento sobre a vontade do ente querido e os procedimentos da captação dos órgãos. O desejo da família é respeitado. A diferença entre doar ou não doar e saber que a pessoa especial partiu, mas um ‘pedacinho’ dela pode salvar outra vida. Somente quando a família autoriza o procedimento é realizado e o corpo do doador fica intacto.

“A data de Dia Nacional de Doação de Órgãos e Tecidos também visa fomentar o assunto. É importante que as pessoas conversar sobre isso. Durante todo o mês de setembro o Hospital Bom Jesus trabalhou ações direcionadas a prevenção das doenças psicologias e o Setembro Verde com iniciativas voltadas a doção de órgãos, visto que a fila de espera não para de crescer”, conclui o profissional ao enfatizar a importância da data.

Duas captações simultâneas de órgãos marcam o Setembro Verde no BJ

Na semana passada, Associação Beneficente de Saúde do Oeste do Paraná (Hoesp) –  entidade mantenedora do Hospital Bom Jesus –  realizou duas captações simultâneas de órgãos. Ao todo, dez pessoas receberam uma nova chance.

As doações foram possíveis após o diagnóstico de morte encefálica de dois pacientes após o sim das famílias. Foram captados quatro rins, dois fígados e quatro córneas (captadas pelo Banco de Olhos de Cascavel). A Uopeccan e o Hospital Bom Jesus auxiliaram no processo de captação e os órgãos foram encaminhados para Curitiba.

Os doadores eram dois homens. De acordo com o coordenador da coordenador da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT) da Hoesp, enfermeiro Itamar Weiwanko, um deles tinha 43 anos e sofreu um acidente vascular encefálico; o outro teve complicações após um procedimento cirúrgico realizado fora de Toledo.

CAPTAÇÕES SIMULTÂNEAS – “Em todos esses anos de experiência é difícil encontramos duas captações simultâneas em um mesmo hospital, é um trabalho importante, e ficamos muito gratos pelo aceite das famílias”, diz o cirurgião, Nestor Saucedo Júnior.

Da Redação*

TOLEDO

*Com informações da Assessoria

...
Você pode gostar também
Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.