Dois anos do símbolo do TEA no RG: mais reconhecimento para quem tem autismo

No início de setembro de 2020, passaram e ser entregues, em Toledo, as primeiras carteiras de identidade com o símbolo do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Dois anos depois, ainda existe a procura por quem já tem o documento, mas opta em acrescentar o símbolo para facilitar a identificação visto que autismo ‘não tem cara’ é comportamental.

O documento é emitido pela Polícia Civil do Paraná e representa uma conquista para quem é autista e seus familiares. Para a presidente da Associação de Familiares e Amigos dos Autistas – VIDA de Toledo – Tânia Salete Bilato, o símbolo no RG ainda é uma novidade para muitas pessoas, até mesmo para quem tem TEA. “Diversos adultos já procuraram a Associação em busca de mais informação sobre o assunto”, comenta ao reforçar o impacto que pequenos detalhes podem trazer para a vida de quem tem autismo e seus familiares.

“O símbolo é muito representativo. O portador da síndrome nem sempre demonstra características e, por vezes, pode passar por uma criança ‘esquisita’ ou ‘mal educada’. O autismo não tem cara, ele é comportamental. Com o símbolo é como se carregasse o laudo médico com ela, algo que evidencia sua condição e faz com as outras pessoas entendam”, aponta.

AVANÇO – Foi a Lei nº 13.977, de janeiro de 2020, intitulada Lei Romeo Mion, que trouxe a obrigatoriedade da criação da Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea) com vistas a garantir atenção integral, pronto atendimento e prioridade no atendimento e no acesso aos serviços públicos e privados, em especial nas áreas de saúde, educação e assistência social.

A identificação explicita no documento pode ser uma forma de coibir crimes contra a pessoa com deficiência, visto que o Código Penal elenca uma série de delitos cujas vítimas são pessoas com deficiência. Dessa forma, os crimes cometidos contra esse público são qualificados ou agravados, ou seja, as penas cominadas são maiores considerando a condição de vulnerabilidade da vítima. Nos casos em que o crime for praticado contra pessoa com deficiência menor de 18 anos, a pena é agravada em um terço.

Da Redação

TOLEDO

Associação dos Autistas de Toledo completa 12 anos de luta

A Associação de Familiares e Amigos dos Autistas – VIDA de Toledo –  comemora 12 anos de fundação. Com a criação da entidade, famílias passaram a ter um espaço para a troca de informações, experiências, rede de apoio e atendimentos gratuitos. Desde o início a entidade enfrenta batalhas, mas também colhe os frutos.

Durante anos, os encontros aconteciam no Parque Frei Alceu. No início de 2014, a Associação ganhou uma nova sede, localizada no Jardim Gisela. Em setembro de 2019, ficou outorgado a permissão de uso de imóvel pertencente ao município – antiga Casa do Brinquedo – para uso da VIDA. Em 2021, a Associação retornou para as instalações do Jardim Gisela.

“A entidade é sem fins lucrativos”, destaca a presidente Tânia Salete Bilato. “Contamos com o apoio da comunidade para que os trabalhos aconteçam. Neste ano, tivemos importantes tratativas junto ao Poder Público que devem resultar em melhores condições de atendimento as pessoas com TEA. Também passamos a contar com o trabalho voluntário de uma psicóloga e uma médica da família que prestam serviços voluntários na associação. Além disso, todas as terças a entidade conta com o trabalho de uma psicopedagoga. É uma luta constante em busca de melhores condições de vida para quem tem autismos e seus familiares”, conclui.

Da Redação

TOLEDO

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