Dólar em alta e mudanças tributárias favorecem investimentos internacionais
As oscilações do mercado internacional que elevaram a cotação do dólar, levando a moeda americana comercial a bater os R$ 5,74, estão tornando ainda mais vantajosos os investimentos internacionais. Inclusive em relação às questões contábeis, por conta de dois fatores principais: em primeiro lugar, a implantação de uma alíquota única de 15% para aplicações financeiras mantidas por brasileiros em outros países. Em segundo lugar, pela possibilidade de compensar prejuízos.
A avaliação é do contador Luis Fernando Cabral, especialista em contabilidade para investidores, da empresa Contador do Trader. De acordo com ele, a partir de uma visão contábil e tributária, está mais vantajoso investir no mercado internacional. “O trabalho do contador voltado à contabilidade de investimentos vai além de apenas cuidar do pagamento de tributos. Ao contrário, nós fazemos uma análise do ponto de vista tributário para poder indicar as melhores alternativas de investimentos que possam ter vantagens contábeis. E começamos a perceber que o mercado internacional tem tido uma situação mais favorável para os investidores”, explica.
O especialista aponta que diversas são as interferências no câmbio. No início do ano, ações do governo federal e falas do presidente da República interferiram na cotação da moeda americana. Entretanto, mais recentemente, as tensões militares no Oriente Médio e a possibilidade real de uma guerra regional contribuíram para a subida do dólar, que bateu R$ 5,86 e vai oscilando dia após dia. “Além dessas questões que permitem um ganho maior ao investidor, a partir de 2024 houve mudanças no imposto, que passou a ser de alíquota única de 15% além da possibilidade de compensar prejuízos, sendo que o pagamento a partir de agora é anual dentro da declaração. Apesar disso, a apuração mensal se faz necessária para controle de resultados e custo médio de ativos e se chegar ao lucro”, observa o contador.
De um lado, os investidores Pessoa Física que moram no Brasil e aplicam em investimentos no exterior poderão compensar as perdas, caso ocorram, em ganhos auferidos no mesmo ano de apuração. “Dessa maneira, o investidor poderá abater prejuízos com ganhos de outros investimentos, até mesmo com juros”, observa Luis Fernando. Só para se ter uma ideia, em 2023, foram 816,1 mil declarações de Imposto de Renda de Pessoa Física com bens no exterior, quase metade com investimentos em ações no mercado externo, totalizando 48%.