Emoção marca entrega de prêmio do Nota Paraná

Quando recebi a informação de que uma auditora fiscal queria marcar uma entrevista sobre o Nota Paraná, confesso, não dei muita atenção porque quase toda semana falamos sobre o programa que sorteia prêmios aos consumidores que indicam o CPF na nota. Além disso, era preciso ir a Cascavel! Mas a insistência de ‘uma tal de Marta’ me incomodou tanto que, nesta sexta-feira (4), após o ‘chato’ Marcelo Rocha incomodar tanto, decidi que, OK, vamos a Cascavel!

E lá seguimos pelos cerca de 42 quilômetros que separam as duas cidades dando risada, sem saber que daqui algumas poucas horas estaríamos ambos chorando de tanta emoção. Chegamos ao campus da Unipar, em Cascavel, onde não estava apenas a ‘tal de Marta’, mas sim toda estrutura do Governo do Estado para mais uma edição do programa Paraná em Ação.

‘Essa tal Marta’ foi quem começou a ‘caçada’ pela ganhadora do prêmio / Foto: Marcelo Rocha

DEDICAÇÃO – A ‘tal Marta’, na verdade, era Marta Gambini, auditora fiscal da Receita Estadual e coordenadora do programa Nota Paraná. A insistência tinha um motivo nobre: ajuda para localizar a ganhadora do prêmio de R$ 10 mil num sorteio em outubro do ano passado e que estava prestes a expirar. Ali foi o despertar de um olhar diferenciado para um problema relativamente comum, afinal, nem todo mundo preenche o cadastro da maneira correta no site do Nota Paraná.

Mas esta reportagem não é para falar do programa, mas sim da verdadeira aventura que marcou a sequência da conversa com Marta Gambini. Ela e sua equipe imprimiram um cartão do Nota Paraná e, munidos apenas com nome e endereço, começamos a Aventura de Márcio e Marcelo. No caminho de volta, claro, mil ideias surgiram na estrada, até que a ficha começou a cair no primeiro endereço.

ENCONTROS E DESENCONTROS – Numa rua simples no Jardim Europa, a primeira casa era o número indicado e o nome da mãe da pessoas que nos atendeu era o da ganhadora: dona Sônia. Pensei: “Ufa! Conseguimos!” Mas o destino, esse traiçoeiro companheiro do jornalismo, não tornaria a tarefa tão simples. Não era a Sônia procurada e, na mesma rua, havia outro número igual e uma Sônia.

Chegamos ao novo endereço. A esperança quase ruiu quando a resposta de quem nos atendeu foi de que a Sônia certa havia se mudado. Nada que o bom e velhos WhatsApp não resolvesse. Bendito seja o inventor dessa maravilha! Ligações para cá, mensagens para lá e estávamos de novo em movimento, dessa vez em direção ao BNH Rossoni.

Novo endereço, velhos problemas. No endereço haviam duas casas com o mesmo número. Na primeira tentativa a senhora que nos atendeu, claro, não se chamava Sônia. Fomos atrás de um novo endereço, no Jardim da Mata. Lá tampouco a aventura deu certo.

Voltamos ao Rossoni, dessa vez dispostos a não sair de lá até dona Sônia chegar. Já passava da hora do almoço e a fome apertava, assim como a sede e calor de verão em pleno inverno.

Equipe do Nota Paraná durante atendimento a consumidores em Cascavel / Foto: Marcelo Rocha

EMOÇÃO, SUA DANADA – De repente uma voz surge e, com ela, a figura de uma senhora com a netinha no colo. A simplicidade estampada no rosto castigado pelos obstáculos que a vida nos impõe diariamente. Confirmei alguns dados para ter certeza se tratar da dona Sônia mesmo, a vencedora do prêmio. E pensei: “Meu Deus! Esse dinheiro vai ajudar realmente quem precisa”.

Começamos a conversar e aí lhe dei a notícia: ela havia sido sorteada com um prêmio de R$ 10 mil no Nota Paraná. “Que Deus abençoe vocês que não desistiram de me procurar”, foi a resposta de uma senhora que desabou a chorar, num misto de felicidade e alívio.

No dia anterior, dona Sônia disse ter conversado com Papai do Céu. “Eu estava falando com Deus, o que eu vou fazer. Preciso do documento (para a perícia). O médico disse que não poderia voltar. O documento do INSS. Estava muito cansada e comecei a falar com Deus. Não tenho dinheiro para nada. O banco cobrando e eu sem gás e você chega com esse cartão”, desabafou.

A essa altura dona Sônia, Marcelo e eu estávamos chorando sem parar, até porque, por mais profissional que sempre fui, chega uma hora que não há como segurar a emoção, ainda mais diante de uma pessoa de coração puro e que tanto precisava de ajuda.

VALEU A PENA – Passada a emoção, ajudamos a preencher corretamente o cadastro e já agendamos o repasse da primeira parcela do prêmio na conta bancária de dona Sônia que terá mais motivos para sorrir nos próximos dias. Não apenas pelo prêmio, mas por enxergar que a fé valeu. Tanto é verdade que comentei que ela perdeu alguns outros valores por não ter preenchido o cadastro da maneira correta. “Não importa o que perdi. O importante que vou receber esse. Esse que ficou é para mim. Deus preparou esse milagre para mim. Muito obrigada Deus”, foi sua resposta.

Saímos de lá de coração cheio de energia e eu, após tantos anos de profissão, com a certeza de que a escolha feita ainda na adolescência valeu cada minuto de dedicação a uma profissão que exerço com o maior orgulho, ciente de que há dias difíceis, porém, feliz em ter pela frente dias tão maravilhosos como uma sexta-feira que ficará para sempre marcada na minha memória como um dos dias onde ser jornalista me proporcionou cumprir a missão para qual Deus me preparou. Parabéns Dona Sônia, obrigado a ‘essa tal de Marta’, gratidão a todos aqui no JORNAL DO OESTE por estarem ao meu lado sempre prontos para conseguirmos ser capazes de fazer o bem às pessoas. Obrigado a você por acompanhar nossas histórias. Obrigado à minha família por compreender as ausências, o cansaço, a chatice…mas acima de tudo, gratidão sempre ao Papai do Céu por me proporcionar momentos tão especiais que ficarão para sempre em minha mente e no meu coração.

Márcio Pimentel

Da Redação

TOLEDO

...
Você pode gostar também
Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.