Enio Verri debate integração regional para crescimento das hidrelétricas na América Latina
O diretor-geral brasileiro de Itaipu, Enio Verri, defendeu, nesta terça-feira (8), a importância do financiamento regional para ampliar a geração de energia por meio de hidrelétricas na América Latina.
O diretor-geral brasileiro participou, nesta terça-feira (8), de um painel durante a Semana de Energia, em Montevidéu, Uruguai.
O diretor-geral brasileiro de Itaipu, Enio Verri, defendeu, nesta terça-feira (8), a importância do financiamento regional para ampliar a geração de energia por meio de hidrelétricas na América Latina. A fala foi durante um painel na 8ª Semana de Energia, que acontece entre 6 e 10 de novembro, em Montevidéu, no Uruguai.
O encontro é promovido pela Organização Latino-Americana de Energia (Olade), o Ministério de Indústria, Energia e Minas do Uruguai e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com o apoio da Agência Internacional para as Energias Renováveis (Irena).
Enio Verri participou do painel “Hidroeletricidade como base da Matriz Energética Latino-Americana”, que apresentou os desafios do setor para os próximos anos. Também participaram o gerente geral da Usina Hidrelétrica de Salto Grande, Gabriel Sardi, e a especialista em Energia do BID, Cecília Correa. A mediação foi do consultor da Olade, Gastón Siroit.
De acordo com o Enio, a América Latina tem grande potencial de produção de energia limpa e renovável por meio das hidrelétricas, especialmente, em tempos em que a pauta ambiental mundial exige a descarbonização da economia e a transição da matriz enérgica dos países para fontes mais limpas.
“Vivemos um momento em que a humanidade clama pelo fim das outras energias (como as derivadas de petróleo). É um espaço gigantesco de crescimento. E para ampliar a geração de energia das hidrelétricas, é preciso financiamento e integração regional. Temos condições tecnológicas, mas precisamos nos ajudar de forma integrada”, afirmou.
Para Enio, o aumento da participação das hidrelétricas na região é possível, mas é preciso entender que tipo de integração se espera para região e qual modelo de desenvolvimento econômico se deseja para os países. “Sem esquecer que o instrumento que molda o desenvolvimento econômico é a energia”, concluiu.
Segundo Cecília Correa, do BID, a América Latina precisa ampliar em 30 GW a potência instalada até 2030 e isso demandará investimento em novas plantas hidrelétricas e na melhoria dos processos. “Para isso acontecer, as agências precisam se unir para financiar os novos empreendimentos”, disse.
O painel também debateu o papel das hidrelétricas no crescimento de outras fontes energéticas. Há 10 anos, a energia hidráulica representava 50% da energia limpa do planeta, passando a cerca de um terço de participação nos dias atuais, principalmente, com o crescimento de fontes eólica e solar.
Para Gabriel Sardi, as usinas hidrelétricas são os “sócios silenciosos” da transição da matriz elétrica. “São elas que geram estabilidade e segurança no sistema elétrico e permitem o surgimento de novas fontes”, comentou. Com potência instalada de 1.900 MW, a UH de Salto Grande é binacional, entre Uruguai e Argentina, e representa 40% do mercado uruguaio e 14% do argentino.
Semana da Energia
A oitava edição da Semana de Energia é um espaço para a troca de experiências, e um encontro de alto nível entre tomadores de decisão e políticas públicas, setor privado, academia e todos os atores do setor energético, tanto regional quanto global.
Participam delegações dos 27 países membros da Olade e cerca de 60 empresas. Na quarta-feira (9), a 53ª Reunião dos Ministros integra os 27 ministros de energia. Itaipu participa da “1ª Reunião do Diálogo Público-Privado Sobre Energia”, no âmbito do encontro ministerial.
“Há oito anos, aproveitamos o evento no qual se juntam os ministros para debater os temas enérgicos da região, para convidar panelistas e, por meio do diálogo, descobrir as melhores soluções do setor em nível regional”, resumiu Gastón Siroit, da Olade.
Entre os temas da semana, se destacam as inovações tecnológicas, o desenvolvimento e a utilização de novas fontes energéticas, como o hidrogênio verde, combustíveis sintéticos e tecnologias de armazenamento, além da incorporação da inteligência artificial em toda a cadeia energética.
Da ALEP