EstaR: mudanças causam polêmica durante encontro na Acit

A reunião de apresentação do novo modelo no sistema do estacionamento regulamentado (EstaR) previsto pela Prefeitura de Toledo se tornou um grande debate entre poder público e empresários ligados à Associação Comercial e Empresarial de Toledo (Acit), que compareceram em peso nesta sexta-feira (14). A convocação foi feita, segundo a presidente da enridade Anaide Inês Holsbach de Araújo, após a Acit perceber a discussão do projeto na Câmara Municipal. Ela entende que o projeto é polêmico e considera natural toda discussão, entretanto, a presidente da Acit aponta que o consenso entre os associados obtido foi importante.

“A mudança é necessária e entendemos que a proposta tem alguns pontos positivos”, disse Anaide, citando a gratuidade nas duas primeiras horas e a possibilidade de criar a rotatividade dos veículos no Centro. Mas a presidente da Acit espera que as propostas apresentadas na reunião sejam acatadas na Câmara, em especial que não seja aplicada uma multa imediata, “mas sim a criação de uma etapa intermediária, onde o motorista possa regularizar a notificação municipal antes de virar uma multa”, detalhou Anaide Holsbach.

COBRANÇAS – “Vamos acompanhar a tramitação dentro do Legislativo e vamos verificar quais serão os próximos passos”, disse Anaide Holsbach, que destacou ainda que o grupo do prefeito Beto Lunitti entende que este não é o sistema ideal, porém, ela frisou que a política é a arte de fazer concessões. “A palavra final cabe à Câmara e ao prefeito. Vamos continuar fazendo as nossas solicitações dentro do que ficou definido”, acrescentou.

Para ela a maioria dos associados optou por essa sugestão para a notificação seja eletrônica e não presencial e siga direto ao usuário com a placa do veículo cadastrado no aplicativo deste novo sistema. A presidente da Acit lembrou também que os associados da entidade sugeriram a realização de uma campanha maciça de divulgação dessa mudança no EstaR e ainda se colocaram à disposição em explicar aos usuários como irá funcionar. “A reunião foi extremamente positiva e democracia exige ceder e é isso que vimos. Mas foi interessante a troca de informações e ideias”, finalizou Anaide.

DEBATE POSITIVO – Segundo o engenheiro de tráfego da Prefeitura de Toledo, Fabiano Leite Faria, o debate foi positivo, tendo em vista que o serviço é necessário aos comerciantes pela rotatividade de vagas aos clientes. “Agora compete aos vereadores alterar ou não a Lei. O modelo que for aprovado colocaremos em prática. Após a aprovação na Câmara será providenciada a implantação do sistema em aproximadamente 90 dias e destes, cerca de 60 dias serão um período de adaptação dos motoristas e também divulgação para que a população conheça mais sobre as novas regras do EstaR.”

Prefeito defende sistema e maior rotatividade

Na opinião do prefeito Beto Lunitti, a administração municipal vem buscando implantar aquilo que se deseja: a rotatividade e uma maior segurança. “É uma tecnologia que faz a leitura da placa com uma viatura, com gratuidade de 2 horas”, disse ele, reforçando que um aplicativo poderá ser baixado para o usuário receber as informações do tempo restante de estacionamento gratuito.

O objetivo, de acordo com o prefeito, “é conectar com uma tecnologia que é benéfica para todos” e dar oportunidade às pessoas fazerem suas compras com tranquilidade e terem espaço de estacionamento. “As pessoas terão liberdade total de estacionar onde queiram e somente começa a contar o tempo a partir da passagem da viatura”.

Beto Lunitti ressaltou que esse modelo já foi testado e aprovado em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba, desde 2019 e que Cascavel também estuda implantar o mesmo sistema, inclusive com a possibilidade de interligar os sistemas das duas cidades.

Sobre uma possível ampliação da área do EstaR com o novo sistema, o prefeito afirmou que a administração tem recebido demandas dos próprios comerciantes, mas que “só será feita a ampliação se de fato existir essa necessidade. Caso contrário permanece como está. Não queremos promover qualquer penalidade, mas sim fluxo e mobilidade às pessoas”, finalizou o prefeito.

“É preciso buscar o equilíbrio”, aponta ex-presidente da Acit

Para o ex-presidente da Acit Danilo Gass, o EstaR é um “mal necessário”, porém, não esperava uma evolução tão drástica entre o que existe hoje e a proposta apresentada durante a reunião na Associação Comercial. “Pensando em termos de tecnologia iremos passar por esse momento”, disse Gass, que defende uma questão de tempo para transição. “Queremos a rotatividade. Esse é o grande objetivo”, afirmou Danilo.

Ele apresentou uma das principais mudanças entre o que foi pensado pela administração municipal e o discutido pelos empresários: criar um sistema onde o usuário possa pagar uma notificação e não apenas receber a multa de forma direta após extrapolar o tempo de gratuidade previsto no sistema que deverá ser implantado na cidade.

Pela proposta, num primeiro momento será emitida uma autuação e, se ela não for paga em até 72 horas, aí sim a punição através de multa. “Ao menos se dá uma oportunidade ao usuário”, defendeu Danilo Gass. Ele entende que haverá um monte de problemas e será preciso administrar e achou estranha a retirada “do dia para a noite do EstaR” na cidade.

Ainda segundo o ex-presidente da Acit, é preciso “buscar um equilíbrio. Não dá para comparar com outras cidades porque Toledo é uma cidade diferente”. Danilo acredita que haverá muitos problemas em função das poucas zonas de estacionamento e que a decisão da Acit é baseada em cima de seus associados.

Ele também entende que o comércio precisa ter a responsabilidade em orientar os usuários em ter o aplicativo para evitar problemas maiores. “O momento é de mudar e a mudança causa desconforto”, finalizou.

Da Redação

TOLEDO

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