Festividades e álcool: o perigo das recaídas de quem está em tratamento
Com a proximidade das festas de final de ano, aumenta a correria para deixar tudo pronto para receber familiares e amigos para a ceia de Natal e de Ano Novo. As festividades são muito aguardadas, principalmente pela troca de presente e pela fartura de pratos salgados e doces. E as bebidas ocupam espaço de destaque nas comemorações, afinal, como celebrar sem um brinde especial?
Mas para quem enfrenta problemas com o álcool, um gole de uma taça de champagne pode ser muito perigoso. Um grande número de recaídas ocorre nos supostos “momentos bons da vida”, quando a pessoa está numa celebração, festa ou quando recebe uma notícia boa. A oferta do álcool acaba sendo maior e isto cria uma situação de risco.
O alcoolismo é uma doença séria e quem enfrenta esse problema sabe das dificuldades, das perdas e dos prejuízos que o álcool acarreta. São famílias desestruturadas, empregos perdidos e muitos amigos afastados. Para quem está em recuperação, uma simples dose pode comprometer a eficácia de todo o tratamento longe do álcool.
A época das festas de final de ano é quando mais ocorrem as chamadas recaídas de dependentes em tratamento, segundo especialistas. A proximidade deste período põe em alerta dependentes químicos, familiares e profissionais da saúde que trabalham na orientação e tratamento contra o uso abusivo de álcool e outras drogas.
AJUDA – Neste sentido, os grupos de Alcoólicos Anônimos (A.A.) alertam sobre o consumo exagerado e as recaídas. “Nossa preocupação é que nesse período sempre aumenta o consumo de bebidas alcoólicas, e quem estava há um tempo longe da bebida pode ter uma recaída. Neste caso, a colaboração da família em ajudar esse alcoólatra é fundamental para que ele fique longe da bebida”, comenta um dos integrantes do A.A.
Ele enfatiza que o alcoólatra não deve colocar nenhuma gota de álcool na boca. Alternativas que o mercado tem oferecido como a cerveja sem álcool, por exemplo, também não é recomendado, porque a pessoa se recorda do sabor da bebida e pode acabar consumindo. “A luta de um alcoólatra é diária, então naquele dia seu desafio é ficar sem álcool. Um dia de cada vez”, complementa.
Familiares e amigos que identificarem que um alcoólatra teve uma recaída nas festas de final de ano, pode orientá-lo a buscar os grupos de Alcoólicos Anônimos e ainda acompanhá-los como forma de encorajamento. Profissionais da saúde e advogados também podem encaminhá-los para os grupos de ajuda.
DICAS – O integrante reforça que em casa, nas festividades, nas confraternizações entre amigos, todos podem contribuir para a sobriedade deste alcoólatra. Uma das dicas é orientar todos os convidados sobre a situação, para evitar que eles levem bebidas, e encontre outras alternativas de entretenimento para manter o público feliz e engajado.
Para que o alcoólatra não recaia é necessário observar todos os passos de prevenção contra a recaída. Acompanhe essa pessoa sem demostrar que ela está sendo assistida. Muito cuidado para que ela não faça ingestão de bebidas, por mais difícil que seja.
O usuário deve se afastar das situações que provoquem seu desejo. Não é porque a bebida não contém álcool que a pessoa pode tomar. Tome cuidado com essa falsa ilusão. “As bebidas sem uso de álcool, lembram muito o sabor das com álcool e isso pode estimular ainda mais a vontade da pessoa voltar a beber. Não ofereça esse tipo de bebida”, salienta.
Use palavras de bom animo e parabenize por ser forte. O incentivo familiar, faz muita diferença. Tenham em mente que todo dia que um dependente químico fica sóbrio, ser ter nenhuma recaída é extremamente valioso, tanto para o indivíduo quanto para sua família. “Porém, se ocorre uma recaída, é muito importante voltar a procurar tratamento e obter o apoio necessário para que isso não aconteça mais”.
ENCONTROS – Os grupos de Alcoólicos Anônimos continuarão com os as reuniões nos períodos de festividades. Os grupos ativos em Toledo são: Grupo Ascese com reuniões nas terças-feiras e sextas-feiras às 20 horas e aos domingos às 19 horas na Rua Madri, 75.
Os interessados também podem participar do Grupo Jardim com reuniões às quintas-feiras, às 20 horas na Avenida José João Muraro, 1860 ao lado da Daju. Há ainda o Grupo Novo Caminho com os encontros todas as segundas-feiras, às 20 horas na Rua Nayoro, 56 no bairro Jardim Coopagro; e o Grupo Panorama com encontros todas as quartas-feiras, às 19h30 na Rua Ministro Petrônio Portela, 90, no Jardim Panorama. Mais informações sobre as reuniões através da linha de ajuda (45) 99925 0037.
Da Redação
TOLEDO