Gaeco investiga agricultores por lavagem de dinheiro no Paraná e Santa Catarina

Agricultores foram alvos de uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) por suspeitas de lavagem de dinheiro e bens em escala interestadual na manhã desta quinta-feira (27).

Foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão, buscas pessoais, bloqueio de veículos, e bloqueio de ativos financeiros em montante superior a R$ 5 milhões contra os investigados em Maringá (PR), Sarandi (PR), Peabiru (PR) e Balneário Camboriú (SC).

A Operação Versalhes apura a prática ilícita que envolve administradores de uma empresa de fachada que atua na venda de produtos eletrônicos pela internet. As investigações tiveram início em março de 2022, quando foram descobertos indícios de que a pessoa jurídica investigada era utilizada para dar aparência de legalidade a valores provenientes de atividades ilícitas.

Transações suspeitas foram identificadas em uma plataforma de marketplace, sugerindo a simulação da venda de produtos pela internet como forma de justificar valores obtidos ilicitamente.

Além disso, os agentes verificaram que os agricultores, que declaravam-se como os administradores da empresa, tinham outras fontes de renda, como a compra e venda de veículos de alto padrão e atividades de factoring (fomento mercantil).

Os investigados têm antecedentes criminais, com condenações por receptação e tráfico de drogas. Um dos alvos da operação, residente em Peabiru, é suspeito de movimentar valores para os empresários investigados, mediante a troca de cheques e transferências eletrônicas.

Outro investigado, possível laranja do esquema, é morador de Balneário Camboriú (SC) e foi identificado como responsável por fornecer dados falsos para a transferência fraudulenta da sede da empresa de comércio eletrônico para o município catarinense, configurando indícios de um esquema de lavagem de dinheiro em escala interestadual.

A operação incluiu a quebra dos sigilos bancário e fiscal dos investigados, requisição de informações a plataformas de marketplace sobre os cadastros e históricos de venda da empresa de fachada, além de levantamentos junto ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) sobre imóveis rurais e atividades agropecuárias e diligências voltadas à verificação do patrimônio dos investigados e da real atividade da empresa de comércio eletrônico.

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