Setembro Verde: Hoesp/Hospital Bom Jesus é referência em taxa de aceitação

Setembro Verde é o mês de conscientização e incentivo para a doação de órgãos. A Hoesp/Hospital Bom Jesus é referência no Estado no que se refere a taxa de aceitação no processo de doação de órgão. Até o mês de agosto deste ano, 33 pessoas recebem um órgão que foi capitado no Bom Jesus. A taxa de aceite – quando os familiares autorizam a doação dos órgãos – é de 95% na Hoesp.

São praticamente 18 anos de atuação da Comissão Intra Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT). Conforme dados computados desde 2010, na Hoesp já foram realizadas 298 autorizações de doações de órgãos. No primeiro semestre de 2024 foram realizadas 20 entrevistas e 19 doações de órgãos.

Para o médico neurologista, Wilson Gomes, os dados refletem o trabalho humanizado e o preparo que a equipe tem. “A humanização começa no momento em que esse paciente adoece, tudo o que precisa ser feito todo o processo, todo o suporte no sentido de tentar salvar a vida desse paciente, o objeto é devolver esse paciente, quando isso não foi possível existe uma equipe treinada que vai repassando para a família, como decorre e que o prognóstico ficou ruim”, explica.

Gomes pontua que o Hospital conta com uma equipe de enfermagem competente treinada e isso faz que se torne conhecido nacionalmente. Ele recorda que durante três anos a taxa de aceite foi de 100%, enquanto que na maioria dos demais complexos hospitalares maiores, a taxa fica em torno de 40 a 50%. “Fazemos 20, 30, 50 captações por ano, talvez nosso diferencial seja esse: de que fazemos tudo o que está em nosso alcance, isso traz uma tranquilidade de que, de fato, foi feito tudo pelo paciente”.

DIAGNÓSTICO – A morte cerebral é irreversível. Uma vez constatada a morte encefálica, os familiares do paciente são informados e devem tomar a decisão de doar ou não os órgãos do ente querido. Trata-se de um gesto grandioso e que poderá salvar ou melhorar significativamente a vida de alguém.

Para chegar nesse diagnóstico são necessários exames clínicos realizados por médicos diferentes, para confirmar a ausência permanente de função do tronco cerebral; um teste de apneia, para comprovar a ausência de movimentos respiratórios; e um exame complementar para confirmar a ausência permanente de função cerebral. Essa série de exames clínicos realizados pela equipe médica, de laboratório, complementar devem confirmar se o paciente está – realmente – com morte encefálica.

“O diagnóstico acontece quando o doador sofreu uma extensão lesão neurológica o suficiente para impedir que funções vitais como manutenção do alerta pudessem acontecer a partir de um evento, na maioria das vezes um traumatismo craniano, também AVC, parada cardiorrespiratória, pode virar um possível doador de órgãos”, cita.

O SIM QUE SALVA VIDAS – A abordagem da equipe acontece em um momento de dor para a família. A CIHDOTT do Hospital Bom Jesus é composta por uma equipe multidisciplinar que executa com empenho e dedicação todas as etapas que envolvem a doação e a captação de órgãos. Esses profissionais estão em constante capacitação – se atualizando anualmente nas questões do processo com base no protocolo que é instituído pelo Sistema Nacional de Transplantes e focados na aplicação das diretrizes e normativas impostas por essas legislações – para que cada vez mais possam executar tal missão com compromisso necessário.

O enfermeiro coordenador da Comissão Intra Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT), Itamar Weiwanko, esclarece que, após o diagnóstico concluído, acontece a abordagem e são os familiares em primeiro grau que podem autorizar a doação dos órgãos. Ele reforça que o Hospital atende todas as exigências legais do processo.

“A família precisa ter segurança e confiança. Executamos todo o atendimento pré-hospitalar ético, profissional, humanizado que traga essa confiança para eles poderem falar o sim”, declara ao salientar a importância do assunto ser discutido em vida. “A doação é um ato de solidariedade ao próximo, é uma forma de ajudar a salvar outras vidas”.

FILA DE ESPERA – O coordenador da Organização de Procura de Órgãos do Estado (OPO), Marcelo de Souza Furtado, alerta que no Paraná, existem mais de quatro mil pessoas aguardando na fila de espera. Já em nível nacional são mais de 60 mil pessoas na fila.

“Somente a espera de um rim são mais de duas mil pessoas, essa é a maior fila, pois o paciente aguenta aguardar na fila, diferente dos demais órgãos que geralmente o transplante precisa acontecer com urgência. São 200 pessoas esperando por um fígado; dez por pulmões e 40 por um coração”, conclui ao destacar que essa fila somente aumenta, por isso, é importante que o tema seja abordado.

Da Redação

TOLEDO

EQUIPE

A equipe DA Comissão Intra Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) é composta por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, bioquímicos, assistente social, direção, entre outros que nos apoiam nessas demandas frente ao processo de salvar vidas com a doação daqueles que podem fazer.

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