Inclusão social e acessibilidade fazem parte da luta da Associação dos Deficientes Visuais de Toledo
Ter acesso ao conhecimento e ao mercado de trabalho é um desafio para aqueles que vivem ‘às cegas’. Contudo, as limitações físicas geram empecilhos, mas não impedem esse público de trabalhar, frequentar a universidade, formar a própria família, ter vida social, realizar os sonhos. Quem não enxerga com os olhos precisa aprender outro ‘tipo de visão’ do mundo.
Entre os desafios cotidianos está a acessibilidade, a oportunidade de emprego e a inclusão social. A Associação dos Deficientes Visuais de Toledo (ADVT) trava uma constante batalha para que esse público tenha mais qualidade de vida. A entidade busca incentivar as pessoas a não desistirem, a buscarem mais autonomia e independência, pois fazer com que a pessoa cega seja vista é uma luta diária.
De acordo com o presidente da ADVT, Lucildo Teodoro, um dos principais desafios da entidade é fazer com que esse público esteja inserido em todos os segmentos da comunidade. Ele pontua que é fundamental que a sociedade esteja atenta as necessidades dessas pessoas.
“É um grande desafio ser visto e ouvido. Às vezes, damos sugestões do que é preciso fazer, mas os outros não dão importância para essas necessidades. São pontos fundamentais para que sejam implementados nas políticas públicas e de inclusão. Por isso, é importante que pessoa com deficiência visual esteja na associação do bairro, da igreja, nos conselhos, enfim em todos os lugares”, declara o presidente.
ACESSIBILIDADE E POLÍTICAS PÚBLICAS – O comprometimento da visão gera obstáculos para encontrar o melhor caminho, por vezes, o direto de ir e vir fica ainda mais limitado. Entre aos problemas que envolvem a locomoção está a colocação da linha guia nas calçadas, pois nem sempre elas chegam até as entradas, ou se chegam acabam na porta. Ao serem colocadas até um determinado ponto impedem que a pessoa que utiliza a guia consiga chegar ao destino final para o atendimento, por exemplo.
Outra dificuldade, é que diversos espaços que são adaptados foram construídos sem o diálogo necessário com os usuários que utilizam diariamente. Além disso, também é possível encontrar diversas barreiras arquitetônicas, por exemplos, toldos baixos, lixeiras nos passeios público, entre outros empecilhos que dificultam a acessibilidade.
É PRECISO AVANÇAR – Para Teodoro, promover a autonomia e a independência permitem que o público tenha mais qualidade de vida. Ele cita que com a autonomia de locomoção a pessoa fica mais segura para entrar no mercado de trabalho, porém, isso não é o suficiente já que a inserção no mercado de emprego exige mais, exige conhecimento.
“Precisamos avançar em diversos aspectos. A entidade tem o objetivo de voltar a promover seminários, capacitações e cursos para que a pessoa com deficiência possa ter mais oportunidade, ter a chance de fazer um curso superior, de ir e vir com autonomia, de conquistar seu espaço”, pontua.
Diante de um período de combate a pandemia, o presidente explica que ainda não será possível retomar todas as atividades presenciais. Ele comenta que diversos associados possuem comorbidades, desse forma a entidade optou em manter os atendimentos de maneira remota.
Da Redação