João Teixeira aproveita tempo livre antes dos treinos oficiais em Gangwon 2024

A Vila Olímpica, principalmente nos Jogos da Juventude, oferece uma série de atividades educacionais e um espaço para que os atletas interajam. Numa tenda, montada estrategicamente na passagem para entrar ou sair na área residencial, estão um telão com a transmissão dos eventos esportivos, jogos para descompressão do peso dos Jogos e outras ações interativas como o pinquest (jogo de perguntas e respostas que, ao final de uma jornada, dão direito a brindes exclusivos), o quizz da Agência Mundial Antidopagem (WADA) e a sala de escape. Para João Teixeira, atleta brasileiro no snowboard halfpipe que chegou à Vila neste sábado, 27, a possibilidade de integração com atletas de outros países e esportes já está marcando sua passagem por Gangwon 2024.

“Eu achei o quarto muito bom, espaçoso. E também estou muito empolgado com a troca de pins. Já consegui alguns bem legais como o da Nigéria, que está aqui com uma equipe de curling, e um que eu descobri que representa a trégua olímpica. Estou andando aqui com alguns amigos do Canadá e explorando todas as possibilidades”, contou João, que, inclusive, irá participar de um concurso de melhor vídeo entre os atletas e pode ganhar uma câmera.

O garoto de 16 anos que nasceu no “fim do mundo”, na cidade de Ushuaia, na Argentina, filho de mãe brasileira e pai argentino, escolheu defender o país desde as primeiras competições. Ele começou a esquiar no país vizinho com menos de dois anos e permaneceu na modalidade até os sete. Foi quando o irmão mais velho dele, Augustinho, decidir migrar para o snowboard.

“Eu quis seguir os passos dele e comecei a praticar o snowboard também. Desde então, a gente vem praticando juntos e ele é uma das minhas inspirações. Escuto ele falando do sonho de participar dos Jogos Olímpicos de inverno e isso me faz querer buscar esse sonho junto com ele. Participar dos Jogos da Juventude é uma oportunidade incrível e faz parte da minha trajetória em busca do sonho de disputar os Jogos Olímpicos”, contou.

O atleta é fã de Valentino Guseli, de apenas 18 anos, e que já possui uma prata no Campeonato Mundial de 2023 no halfpipe, um bronze no Winter X-Games no Superpipe e sete pódios em Copas do Mundo. “Ele é um atleta australiano de halfpipe e slopestyle que eu gosto muito do estilo. É muito técnico e tem muita amplitude nas manobras. Ele é minha inspiração na modalidade e eu quero ser igual a ele”, disse.

João fica hospedado na Vila Olímpica de Gangneung até o dia 31, quando segue para um hotel próximo ao local da competição, o Welli Hilli Park Ski Resort, na região de Hoengseong. Nos dias 29 e 30 serão realizados os treinos oficiais. No dia 1º, último dia de provas nos Jogos, ele disputa a prova do snowboard halfpipe. “Eu espero dar o melhor na competição e cumprir o planejamento que foi traçado”, completou João.

Vale lembrar que o snowboard é a modalidade em que o Brasil tem os melhores resultados em Jogos de Inverno. Em Gangwon 2024, Zion Bethonico conseguiu o bronze no snowboard cross, a primeira medalha olímpica do país em esportes de gelo ou neve. Considerando os Jogos Olímpicos sem limite de idade, o melhor desempenho do Brasil na história é também no snowboard cross, com o 9º lugar de Isabel Clark em Turim 2006. O curling brasileiro fez a segunda partida nos Jogos Olímpicos de Inverno da Juventude neste domingo, 28. Julia Gentile e Guilherme Melo foram derrotados por 11 a 1 por Moka Tanaka e Shinya Kawai, do Japão, por 11 a 1. Nesta segunda, 29, a dupla encara a China, a partir das 18h no horário local (06h da manhã, no horário de Brasília). O país ainda enfrenta a Letônia no dia 30 e encerra a participação contra a Turquia no dia 31.

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