PCPR esclarece desaparecimento de menor e prende suspeito em Jesuítas
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Um caso abalou a pequena cidade de Jesuítas, no Noroeste do Paraná: o desaparecimento da jovem Flavia Gabriely Pires Pinto, de 17 anos, ocorrido no dia 13 de janeiro deste ano. Após 23 dias, as equipes da 20ª Subdivisão Policial (SDP) de Toledo e da região apresentaram uma resposta para a sociedade. Flávia morava em Jesuítas com a família e ela foi vista saindo da casa do namorado pela última vez em janeiro.
O corpo da jovem foi encontrado em um riacho, em Jesuítas. As buscas foram realizadas no final da noite de quarta-feira (5) após o suspeito indicar o local à Polícia Civil (PC-PR) de Formosa do Oeste. Uma coletiva com a imprensa aconteceu na tarde da última quinta-feira (6), em Toledo. O desfecho da investigação foi detalhado pelos delegados Dr. Alexandre Macorin e Dr. Leandro Vadalá.
O delegado chefe da 20ª SDP de Toledo Alexandre Macorin destaca que o caso está parcialmente esclarecido, pois ainda existem detalhes a serem apurados, mesmo com a prisão do suspeito. “Em respeito a família, a sociedade e a imprensa apresentaremos algumas informações. Mas, a Polícia não tem dúvida quanto ao envolvimento deste suspeito. Gostaríamos de trazer a jovem com vida; isso não foi possível, mas a polícia cumpriu com o seu papel em esclarecer o caso”.
O CRIME – Os detalhes do caso foram apresentados pelo delegado Dr. Leandro Vadalá. Inúmeras diligências relacionadas ao desaparecimento da jovem foram cumpridas e os policiais chegavam a diversos elementos, os quais foram confrontados. “Algumas informações prestadas nos depoimentos chamaram a atenção da equipe policial. Uma delas chamou bastante atenção da equipe e é a pessoa que ouvimos na quarta-feira e ela se encontra detida, trata-se do marido da irmã da vítima, um jovem de 19 anos”.
Conforme a versão do suspeito, o delegado Leandro conta que ele teria encontrado a vítima para o possível uso de drogas. “A jovem teve um problema e ele a empurrou no riacho; outros detalhes do caso são investigados. A equipe policial chegou a esse suspeito, porque as informações foram confrontadas, como as contradições apresentadas por ele. Vários elementos investigativos angariados no Inquérito demonstraram que, realmente, ele estaria no local com a vítima”.
O delegado complementa que, inclusive, o suspeito teria buscado a vítima no momento de seu desaparecimento. “Inicialmente, o suspeito negou esses fatos. Mas, tivemos acesso a imagens e aos vídeos, os quais apontavam que o suspeito não estava nos locais citados por ele. Esses detalhes foram sendo apontados e diversos relatórios foram elaborados pela equipe de investigação”.
Quando a polícia confrontou o suspeito com os fatos, o delegado menciona que o suspeito percebeu que não tinha como manter a história relatada pela primeira vez e apresentou a versão real, no caso, a morte da jovem. “Após ser colocado diante de fatos, ele resolveu (por bem) apresentar essa versão e apontou o local em que teria deixado o corpo da vítima”.
Vandalá acionou uma equipe policial para se deslocar até o local, já que o tempo estava com pouco de chuva na noite de quarta-feira. “Devido as chuvas de dias anteriores, o riacho estava com galhos e o corpo da vítima percorreu alguns metros e, por isso, foi solicitado o apoio do Corpo de Bombeiros de Toledo”.
CELERIDADE – O delegado chefe da 20ª SDP enfatiza que o caso chocou a população de Jesuítas e as equipes policiais investigaram este crime. Ele afirma que em países desenvolvidos esses crimes levam meses para serem solucionados. “A Polícia trabalhou com tranquilidade. Mas, ainda é necessário conscientizar a população. A Polícia trabalha em colaboração com a sociedade e não contra ela. No período, nós tivemos inúmeros chamados falsos, diversos trotes e pistas falsas que ao invés de colaborar conosco, nos atrapalharam”.
Macorin ainda cita que muitas pessoas se organizaram e realizaram manifestações para cobrar as autoridades um resultado. “Quem é responsável por esse trabalho é a Polícia Investigativa. Contudo, os policiais precisam de tempo e aqui está a resposta. Esse tipo de crime não pode ser resolvido em poucos dias, pois a Polícia precisa de uma cadeia de provas”.
Segundo o delegado Macorin, o suspeito foi detido na manhã de quinta-feira (6). “Devido a repercussão em localizar o corpo da vítima e o vazamento dessas informações, pela nossa experiência em que o suspeito poderia sofrer algum tipo de agressão, nós optamos por preservar, inclusive pela integridade física dele. Ele não foi preso pela manhã de quinta-feira, e sim, ele ficou sob a guarda da polícia até por volta de meio-dia quando saiu o mandado de prisão – em caráter temporário – emitido pelo Poder Judiciário de Formosa do Oeste”.
O suspeito encontra-se preso e por tempo indeterminado. “A Polícia se esforçará para concluir essa investigação o mais breve possível”, destaca Macorin. A equipe policial aguarda o resultado da perícia que deve indicar a causa da morte da vítima. “Existe um prazo para esse trabalho devido ao estado de decomposição do corpo da vítima estar avançado. O suspeito ficará preso preventivamente e ele não tinha passagem pela Polícia”.
Na ocasião, Macorin agradece o trabalho ininterrupto das polícias de Nova Aurora e Formosa do Oeste. “Equipes que auxiliaram a Polícia Civil de Toledo diariamente. Também o meu agradecimento a Polícia Militar, ao Corpo de Bombeiros, ao Ministério Público e ao Poder Judiciário.”
Prefeito de Jesuítas enaltece o trabalho da polícia e de autoridades
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Um fato triste para a família e a comunidade do município de Jesuítas, afirma o prefeito Edicarlos Grizotto que acompanhou a investigação do desaparecimento e elucidação do caso de Flavia Gabriely Pires Pinto, de 17 anos. Ele esteve na 20ª Subdivisão Policial (SDP) de Toledo com a família da jovem e também conversou com a imprensa de Toledo e região.
O prefeito de Jesuítas Edicarlos disse que as equipes policiais trabalharam e apresentaram uma resposta para a sociedade. “Nós recebemos muitas cobranças nos últimos dias e sabíamos desse trabalho promovido pela Polícia Civil do nosso estado. Quero enaltecer o empenho e a parceria entre as Polícias Militar e Civil. Desde o primeiro dia, elas estão empenhadas e trabalharam para solucionar esse caso. O nosso desejo era ter encontrado a jovem com vida e, infelizmente, não foi possível”.
COMPREENSÃO – O prefeito relata que a família da vítima é considerada querida pela comunidade. “Uma família de Igreja; o pai dela é pastor da Igreja Assembleia de Deus. Infelizmente, o pai e a família foram pegos de surpresa e vivem momentos difíceis”.
Ele recorda que o avô da menina procurava pela neta incansavelmente. “Isso nos deixa muito triste. A gente que tem filho, sente muito tudo isso. Eu peço a compreensão da população. Acho que as pessoas devem ter um pouco mais de empatia até com a família que está passando por isso”.
O prefeito complementa que o trabalho da polícia deve ser valorizado. “Sabemos do trabalho da polícia desde o primeiro dia; que a jovem estava sem o seu número de celular por mais de seis meses e só usava a rede wi-fi para conversar. Enfim, são questões que dificultaram o trabalho da Polícia e mesmo assim as autoridades deram uma resposta para a sociedade. Um trabalho com muita competência desenvolvido pelas autoridades”, finaliza.