Livro didático: uma ferramenta educacional insubstituível

O livro didático tem um importante papel no processo de aprendizagem. Seja ele qual for, o conteúdo contido em suas páginas ou de maneira virtual, serve como base para direcionar os estudos. Na data de 27 de fevereiro é celebrado o Dia Nacional do Livro Didático.

“Os livros didáticos têm grande importância no processo de aprendizagem dos alunos pelo fato de serem uma das ferramentas que os professores utilizam na condução das práticas pedagógicas”, destaca a diretora do Departamento de Ensino Secretaria Municipal da Educação de Toledo, Dirce Maria Steffens Külzer. “Eles são usados na execução do planejamento dos professores pois apresentam textos, imagens, problemas, atividades, desafios, caminhos, enfim, sequências lógicas para a aprendizagem”.

Dirce enfatiza que tendo os livros didáticos como ponto de apoio, fica mais fácil evitar lacunas na apresentação dos objetos de conhecimento e o professor ganha mais liberdade para inovar nas estratégias de ensino. Ela reforça que cada professor adapta da melhor maneira – para o desenvolvimento do aprendizado de cada aluno – os conceitos presentes nos livros didáticos para a realidade de sua turma e para a Proposta Pedagógica Curricular vigente.

“O livro didático é um valioso e importantíssimo recurso para o acesso à cultura e o desenvolvimento da Educação”, pontua Dirce. “Em alguns casos, é o primeiro livro que os alunos tem o devido acesso, e assim abrindo caminho para o hábito da leitura e do aprendizado”.

Para Dirce, os livros didáticos quando bem estudados, elaborados, apresentados e usados se tornam de valiosa ajuda e muito eficazes no ensino dentro e fora da sala de aula. “O que não pode ocorrer é dos professores se tornarem reféns apenas desse recurso para não impor aos alunos somente uma fonte de informação e conhecimento”.

ESCOLHA DO LIVRO DIDÁTICO – O processo de escolha do Livro Didático é realizado a cada três anos. Essa análise acontece após uma reflexão coletiva que envolve todos os professores, com base nas orientações constantes de um guia fornecido pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC), através do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) e também da análise de livros didáticos de forma física que são entregues pelas editoras participantes do processo.

“A seleção dos materiais é estabelecida de forma democrática e autônoma, onde cada escola faz a escolha e o registro de sua escolha, consolidando um processo autônomo, democrático, consciente e transparente. A seleção criteriosa das obras se faz em consonância com o projeto político pedagógico que cada escola adota e defende como caminho educativo para o desenvolvimento dos estudantes, objetivando uma educação inclusiva, equitativa e de qualidade, que conduza a resultados de aprendizagem relevantes e eficazes”, declara.

No município de Toledo, conforme Dirce, a opção foi de fazer escolha unificada dos livros didáticos do PNLD. Ela explica que tal decisão foi registrada em ata e teve a participação de todas as escolas na análise, seleção e escolha, dessa forma existe a possibilidade de fazer remanejamentos de livros quando há faltas e sobras.

A TECNOLOGIA E O LIVRO DIDÁTICO – As ferramentas tecnológicas atingem todas as áreas e também chegou até o papel. “O livro didático também entrou na era digital. A diferença pedagógica dos livros digitais em relação aos impressos consiste, essencialmente, na sua facilidade de acesso que pode ser feito pelo celular, tablet ou computador, e no fato de reunir, em um único elemento didático, textos, imagens, vídeos, músicas, jogos interativos e muitos outros recursos”, avalia.

Dirce aponta que para as crianças, que estão no auge do seu tempo de aprender, o livro didático físico é essencial porém o digital pode agregar mais oportunidades de aprendizagens.

O INSUBSTITUÍVEL – “O livro didático é um material que ajuda a fortalecer o trabalho e a ação pedagógica de todos que lutam por uma educação de qualidade, é um material essencial de alta qualidade, porém é histórica a falta de livros didáticos gratuitos enviados pelo MEC para as escolas. O problema ocorre pois o MEC se utiliza de dados do Censo Escolar de dois anos anteriores para distribuir os livros e recomenda que quando há falta de livros, que as escolas acionem a reserva técnica, porém mesmo assim não atende as necessidades atuais. O formato digital do livro didático poderá ser a solução para esse problema, porém o livro didático físico é insubstituível”, conclui.

“O livro didático é o norteador para o docente”, declara educadora

Para a educadora e entusiasta educacional, Cárin Fabíola Pensin, o livro didático tem sua relevante importância e não cabe substituição – Foto: Arquivo pessoal

Entre tantas mudanças no ensino – ocorridas desde a chegada da pandemia – também surgiram às dúvidas que pairam sobre a ‘sobrevivência do papel’. Afinal, o livro didático pode ser substituído? Ou é apenas uma importante ferramenta que precisa continuar em formato físico, especialmente, para as crianças no auge do processo de aprendizado?

Para a educadora e entusiasta educacional, Cárin Fabíola Pensin, o livro didático tem sua relevante importância e não cabe substituição. “Não acredito na substituição deste material. Entendo que estamos em um mundo altamente informatizado. Precisamos ter a clareza da diferença entre informação e conhecimento. Informação temos em vários meios, mas conhecimento só em materiais oficiais”.

Cárin ponta que diante de um cenário cada vez mais virtual é uma tendência que o livro didático – em papel – possa ser substituído. Contudo, ela avalia que essa substituição poderá acontecer de forma gradual. Ela acrescenta que cada pessoa possui um estilo de aprendizagem que tem a ver com as experiências que essa pessoa teve na sua vida, bem como com a geração a que ela pertence. “Algumas pessoas adaptam-se facilmente ao e-book por exemplo, outras ainda preferem o bom e ‘velho’ livro físico até para fazer as suas anotações”.

LEITURA ALÉM DO PAPEL – Ao tratar dos livros, especificamente da leitura – voltada a prática e ao prazer de ler – diversos leitores têm migrado para a leitura no ambiente virtual, entretanto é algo que precisa estar bem direcionada. Pesquisas apontam que a leitura digital pode ser bem aceita, devido à agilidade e facilidade, porém se não for focada não é proveitosa, ou seja, a leitura digital exige mais atenção do que a leitura em papel físico para então gerar compreensão e isso depende de cada pessoa, do ritmo de leitura, mudando o cenário de um leitor para o outro.

“Dependendo do ambiente em que vá se fazer essa leitura pode-se ter um agravamento de problemas oftálmicos. Dispositivos como kindle já possuem uma iluminação mais adequada para leitura de e-books”, pontua Cárin.

IMPORTÂNCIA NO PROCESSO DE ENSINO – A educadora destaca que o livro didático é o norteador para o docente, pois sugere caminhos e sequências de aprendizagem. “Com a utilização do livro didático previne-se que fiquem certas ‘lacunas’ acerca de conteúdos. Para o discente esse material torna-se referencial complementar no processo de aprendizagem. Tem-se em mãos um material altamente confiável. Cabe ressaltar que o livro didático é muito importante no processo de ensino e aprendizagem, porém cabe ao professor realizar a curadoria do material e das estratégias de ensino a fim de garantir a efetividade do processo de aprendizagem”, finaliza.

O que é o Programa Nacional do Livro e do Material Didático?

No âmbito do PNLD, podem ser atendidos estudantes e professores de diferentes etapas e modalidades – Foto: Divulgação

O Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) é destinado a avaliar e a disponibilizar obras didáticas, pedagógicas e literárias, entre outros materiais de apoio à prática educativa, de forma sistemática, regular e gratuita, às escolas públicas de educação básica das redes federal, estaduais, municipais e distrital e também às instituições de educação infantil comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos e conveniadas com o Poder Público.

O Decreto nº 9.099, de 18 de julho de 2017, unificou as ações de aquisição e distribuição de livros didáticos e literários, anteriormente contempladas pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) e pelo Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE). Com nova nomenclatura, o Programa Nacional do Livro e do Material Didático – PNLD também teve seu escopo ampliado com a possibilidade de inclusão de outros materiais de apoio à prática educativa para além das obras didáticas e literárias: obras pedagógicas, softwares e jogos educacionais, materiais de reforço e correção de fluxo, materiais de formação e materiais destinados à gestão escolar, entre outros.

A execução do PNLD é realizada de forma alternada. São atendidos em ciclos diferentes os quatro segmentos: educação infantil, anos iniciais do ensino fundamental, anos finais do ensino fundamental e ensino médio.  Os seguimentos não atendidos em um determinado ciclo, recebem livros, a título de complementação, correspondentes a novas matrículas registradas ou à reposição de livros avariados ou não devolvidos.

Além dos seguimentos, no âmbito do PNLD, podem ser atendidos estudantes e professores de diferentes etapas e modalidades, bem como públicos específicos da educação básica, por meio de ciclos próprios ou edições independentes.

Com relação à compra e à distribuição dos materiais e livros didáticos selecionados pelo Ministério da Educação, no âmbito da Secretaria de Educação Básica (SEB), é importante ressaltar que são de responsabilidade do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), cabendo a este órgão também a logística do provimento e do remanejamento dos materiais didáticos para todas as escolas públicas do país cadastradas no censo escolar. Ressaltamos que o MEC não dispõe de acervos de materiais ou livros didáticos do PNLD para distribuição avulsa ao público e bem como não possui versão para download destas obras.

Fonte: http://portal.mec.gov.br/component/content/article?id=12391:pnld

ESCOLHA DOS LIVROS DIDÁTICOS

Para escolha dos livros didáticos aprovados na avaliação pedagógica, é importante o conhecimento do Guia do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD). É tarefa de professores e equipe pedagógica analisar as resenhas contidas no guia para escolher adequadamente os livros a serem utilizados no triênio. O livro didático deve ser adequado ao projeto político-pedagógico da escola; ao aluno e professor; e à realidade sociocultural das instituições. Os professores podem selecionar os livros a serem utilizados em sala de aula somente pela internet, no portal do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). A escola deve apresentar duas opções na escolha das obras para cada ano e disciplina. Caso não seja possível a compra da primeira opção, o FNDE envia à escola a segunda coleção escolhida. Portanto, a escolha da segunda opção deve ser tão criteriosa quanto a primeira. No volume “Apresentação do Guia”, encontram-se as orientações detalhadas referente à escolha das coleções. Fonte: portal.mec.gov.br

Da Redação

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