Mais de 90% dos casos das queimadas são causados pela ação do homem

O Estado do Paraná possui uma grande área destinada ao agronegócio e também parte de Mata Atlântica preservada que nas estações de outono e inverno sofrem com a queda no volume de chuvas. Conforme o Corpo de Bombeiros do Paraná, o solo e os vegetais ficam mais secos, propiciando de forma mais facilitada o início de um foco de incêndio que pode ser provocado pela ação humana com fogueiras mal apagadas, descarte de cigarros em locais inapropriados, entre outras situações.

O comandante do Corpo de Bombeiros de Toledo, capitão Guilherme Rodrigues de Lima, explica que as queimadas estão previstas na Lei de Crimes Ambientes 9.605/98. “Independente se foi doloso ou se foi sem a intenção, pois são assim os atendimentos da corporação, de qualquer forma existem as penalidades. A detenção prevista é de seis meses a um ano e até multa”.

O Corpo de Bombeiros atende a ocorrências de diversos tipos quando o assunto é queimada. “Mesmo o ambiente estando propício para a propagação do fogo, as queimadas são causadas por fatores humanos”, afirma Lima ao complementar que mesmo o ambiente estando propício é muito difícil ter uma ignição espontânea ou natural.

O comandante da Corporação salienta que mais de 90% do fato gerador de queimada é causado pela ação do ser humano. Ele complementa que a preocupação dos bombeiros é maior neste período do ano. “Existe um ambiente mais propenso para as queimadas e, talvez, a sazonalidade da época do ano”.

Lima complementa que com o ambiente mais seco, é mais fácil perder o controle das chamas e, por isso, que às vezes ‘um lixo’ pode gerar um incêndio de proporção considerável.

OCORRÊNCIAS – As ocorrências mais atendidas pelo Corpo de Bombeiros são as queimadas em terrenos urbanos e, geralmente elas estão associadas a uma queima de lixo doméstico. “O ambiente fica seco e ocorrem mais ventos fortes nesta época do ano. Exemplo: a pessoa faz uma queimada de lixo e, às vezes, uma pequena fagulha ‘voa’ e o material incandescente é lançado para frente, o que pode gerar o incêndio”, menciona o comandante do Corpo de Bombeiros.

Queimadas também são registradas em rodovias e um dos causadores é o cigarro descartado irregularmente. “As queimadas quando próximas as rodovias não trazem riscos as casas ou as propriedades, e sim, com relação a fumaça. Essa situação pode prejudicar a visibilidade do condutor”.

Outra situação é que a fumaça pode prejudicar a saúde. “Às vezes, o vento a leva para o local que tem uma pessoa com uma saúde um pouco mais debilitada. Isso será o suficiente para agravar o seu quadro clínico”, relata Lima

ORIENTAÇÕES – Neste período existe um aumento significativo nas ocorrências tanto que o Corpo de Bombeiros promove a Operação Quati João, o mascote de prevenção a incêndios ambientais. O comandante relata que os anos mais preocupantes foram 2019, 2020 e 2021, na área de abrangência do quartel, principalmente, o primeiro ano citado. “Já 2022 e 2023 estão mais tranquilos. No ano passado foram 37 atendimentos e neste ano são 35 até o momento”.

Lima considera esse índice baixo, porque existe uma diminuição desde o ano de 2019. É possível melhorar, porque todo o incêndio é causado pelo ser humano. “Por mais que as condições de clima piorem ou permaneçam inalteradas, a conscientização ou a mudança de comportamento da população são suficientes para reduzir as ocorrências”.

Segundo Lima, na Corporação de Toledo, existe uma escala sob aviso para trabalhar na prevenção. “São militares também preparados para atuarem nos incêndios”. O comandante recomenda que as pessoas procurem manter os seus terrenos limpos e, se possível, realizem o desgalhe. Além disso, que tomem cuidado com o churrasco ao ar livre. A principal recomendação ainda é a conscientização da população, pois o meio ambiente favorece a ocorrência, mas o agente causador continua sendo o homem”, finaliza o comandante do Corpo de Bombeiros.

Da Redação

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