Manga para exportação gera mais lucro ao produtor, mas exige investimento e atenção

A manga é uma fruta consumida mundialmente e muito cultivada aqui no Brasil. Inicialmente era produzida apenas no estado de São Paulo, mas depois seguiu para os polos de agricultura irrigada do Nordeste. Segundo a Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), ela foi a variedade mais exportada em 2021, com o embarque de 270 mil toneladas, um aumento de 12% em relação a 2020.

 Além do volume, também foi o produto com maior valor agregado, cerca de US$ 248 milhões. O Vale do São Francisco (localizado nos estados de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas), respondeu por quase 90% deste montante, sendo mais cultivadas as do tipo sem fibras, como Keitt, King e Palmer. Tanto protagonismo exige cuidados especiais para garantir boas safras o ano todo e claro, melhor preço nas vendas.

Um dos fatores limitantes e que deve ser levado em consideração no cultivo é o clima. De acordo com Gilson Alves dos Santos, engenheiro agrônomo, gerente de produção na Fazenda Dan S/A, em Petrolina-PE, e consultor na MEC Consultoria, neste ano por exemplo, no Vale do São Francisco, Juazeiro-CE e Petrolina-CE, houve problemas com a grande quantidade de chuvas, já que isso não é comum nestas regiões. “Verificamos muitos casos de doenças fúngicas, principalmente pós-colheita. Vale ressaltar que mesmo outras áreas, especificamente as que produzem em um só período do ano, também há ocorrência de fungos como Antracnose e Lasiodiplodia theobromae, e que merecem atenção”, relata.

Problemas como esses atrapalham a produção e principalmente prejudicam a exportação, que exige alto grau de qualidade, cor do fruto, resistência ao transporte, uniformidade e tamanho. No Vale do São Francisco, Santos conta que cerca de 90% das grandes empresas do setor e que cultivam manga, atuam para exportar, ficando apenas uma fatia de 10% para atender ao mercado interno, como o próprio Nordeste e São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

EXPORTAR EXIGE INVESTIMENTO E ADEQUAÇÃO – Que o mercado lá fora remunera mais pela manga, não é novidade. Mas, para chegar até esse cenário, é preciso investimento, padrão e paciência. “Orientamos o produtor a adequação de suas áreas, às certificações necessárias, procedimentos, selos, controle das moscas das frutas e ainda licença para o uso de armadilhas. Também frisamos a importância da atuação preventiva, fornecendo resistência à planta ao enfrentar altos índices de chuva, ou período de seca, que são situações que causam estresse às plantas. É preciso ter esse equilíbrio, com tecnologias, para alcançar uma produção uniforme durante todo o ano”, explica o engenheiro agrônomo.

Para exportar para Europa e Estados Unidos, o produtor tem que atender à exigência de tamanho dos frutos, nem grande demais, nem pequenos, ou seja, médios, com calibre de 8 a 12 frutos por embalagem. “Outro ponto de destaque é a cor e a resistência, que passam por um teste prévio, se está apto ou não para ser embalado, é aí que entra aquela orientação a atenção ao controle fúngico, que prejudica as frutas”, reforça Santos.

A cor, também é apontada pelo profissional como fundamental à exportação, e isso tem demandado ações conjuntas de produtores e empresas a fim de fornecer novas informações e resultados a respeito, como a multinacional DVA Agro. “Dizemos que as pessoas comem com os olhos e é verdade. Nesse sentido, estamos desenvolvendo trabalhos em parceria com a DVA, principalmente com as mangas sem fibras, que exigem essa coloração e as produzidas no Brasil tem essa deficiência. Então o Peru, grande exportador também, acaba saindo na frente por ter mais qualidade nesse quesito”, afirma.

O também engenheiro agrônomo e representante de vendas da multinacional para a região, Igor Ferreira Val, complementa falando sobre o cuidado com a coloração, “sobretudo nas variedades Keitt e Kent, as quais o mercado consumidor demanda um tom avermelhado intenso”. Para auxiliar quanto a esse tema, os fruticultores podem contar com o RIPENING BRIX, tecnologia contendo Extrato de Algas e Glicina Betaína enriquecida com Potássio, Molibdênio e quelato de Manganês.

A utilização desses elementos atua na mudança de cor e aumento dos graus brix. “Essa solução tem se mostrado uma ferramenta muito eficiente no processo de maturação fisiológica da planta, auxiliando a mesma na produção de substâncias como antocianinas, que tem a função de formar pigmentos no fruto. Assim alcançando a cor avermelhada tão necessária e exigida”, endossa Val.

CAMPINAS (SP)

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