Março Azul Escuro estimula prevenção do câncer intestinal a partir dos 45 anos

Com diagnóstico precoce, especialmente por meio da colonoscopia, o câncer de intestino tem 90% de chance de cura
A partir dos 45 anos, homens e mulheres precisam dar atenção especial à saúde intestinal. Este é o foco do Março Azul Escuro, campanha dedicada ao alerta sobre o câncer que afeta o cólon e o reto, e que ocupa o terceiro lugar entre as neoplasias mais fatais no Brasil. Propagar a conscientização acerca da prevenção por meio de exames regulares e hábitos saudáveis é um dos principais objetivos do CEONC Hospital do Câncer de Cascavel, que apoia a causa anualmente.
Fatores como dieta desequilibrada e sedentarismo aumentam significativamente o risco da doença. Por isso, evitar alimentos ricos em gordura saturada e adotar uma rotina de atividade física são as principais recomendações. A enfermidade é silenciosa e, muitas vezes, seus primeiros sinais são negligenciados. Sintomas como perda de peso inexplicada, mudanças persistentes nos hábitos intestinais, dores abdominais e sangue nas fezes frequentemente são confundidos com outros problemas, segundo o oncologista cirúrgico Bruno Rafael Kunz Bereza.
“O câncer intestinal, que engloba tumores no cólon, reto e ânus, é um dos mais letais, mas suas taxas de cura podem chegar a 90% quando detectado precocemente”, pontua o médico.
Estima-se que mais de 45 mil novos casos sejam diagnosticados anualmente, grande parte deles em estágios avançados, segundo dados do INCA (Instituto Nacional do Câncer). A campanha nacional visa mudar essa estatística, orientando que os exames comecem a partir dos 45 anos, alinhando-se a diretrizes internacionais, como as da American Cancer Society.
Colonoscopia e Teste FIT, quando fazer?
O diagnóstico precoce pode ser feito por meio de exames como a colonoscopia, que permite visualizar o interior do intestino e realizar tratamentos imediatos, como a remoção de pólipos precoces. Outro exame eficaz é o Teste FIT, que detecta sangue oculto nas fezes.
Pessoas com histórico familiar de câncer no trato intestinal têm maior risco de desenvolver a doença e devem iniciar o rastreio mais cedo, com exames a partir dos 40 anos.
“Cada caso exige acompanhamento individualizado. Manter uma rotina de consultas médicas é essencial para quem possui histórico familiar”, orienta o doutor Bruno.
Tabus e mitos
Embora a colonoscopia seja essencial para a detecção precoce, muitas pessoas ainda têm receio do procedimento devido ao desconforto momentâneo ou até mesmo por tabu. “É importante entender que a colonoscopia é um exame indolor, feito sob anestesia, rápido e seguro, com protocolos modernos que minimizam desconfortos. O benefício de um diagnóstico precoce é incomparável”, reforça o oncologista.
Além disso, muitos mitos ainda cercam o câncer no intestino, como a ideia equivocada de que iniciar o tratamento acelera a evolução da doença.
Não é uma sentença de morte
Ao ser diagnosticado com câncer do cólon ou reto, o mais importante é confiar no tratamento recomendado pelo médico. O protocolo pode incluir cirurgia, quimioterapia, radioterapia ou terapia biológica, dependendo do estágio da doença. Com os avanços na medicina, novas terapias e técnicas menos invasivas têm proporcionado recuperação mais rápida e resultados mais eficazes.
“É preciso desmistificar a crença de que o diagnóstico de câncer é uma sentença de morte. A verdade é que o tratamento precoce aumenta consideravelmente as chances de cura. Disseminar conhecimento sobre a prevenção é a principal missão da campanha”, conclui o doutor Bruno.
Fonte: Assessoria