Os desafios e as transformações na maternidade requerem cuidados
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Toda mulher tem direito ao atendimento na gravidez, no parto e após o parto. Ela ainda conta com a uma rede de atendimento à saúde da gestante e da criança. Para ter uma gestação tranquila, todo cuidado é necessário. Mudanças no estilo de vida, na alimentação e na rotina são repassadas a cada consulta de acompanhamento. Mas o que sempre preocupada as futuras mamães é a hora do parto.
PREPARAÇÃO – A médica ginecologista e obstetra Mariana Marassi Pimenta, que atende nas Clínicas Femmine e Aura comenta que essas informações são enfatizadas no terceiro trimestre da gravidez. Contudo, a paciente pode buscar mais conhecimento a qualquer momento sobre as vias de parto. Conhecimento nunca demais, então até antes de engravidar quem quiser começar a saber um pouco mais sobre o assunto, eu acho muito importante”.
Para ter uma gravidez tranquila, a médica enfatiza que o ideal é que seja uma gestação programada, com preparação antecipada da mulher em relação ao seu corpo, alimentação e atividades físicas. Afinal, serão nove meses de transformações e preparação para a chegada de uma nova vida. Mas quando a notícia de uma gravidez chega em um momento inesperado, Mariana pontua que mesmo assim é preciso se adaptar e se atentar aos cuidados que a futura mamãe precisa.
“Tem que buscar o mais rápido possível um profissional para fazer o acompanhamento necessário. Dá para ter uma gestação não programada saudável? Sim, é um pouco mais difícil, mas é possível”.
CUIDADOS – O último trimestre da gravidez é onde se concentra a maior atenção à gestante. A médica ginecologista e obstetra enfatiza que é o período de acompanhamento sistemático, com redução do intervalo de tempo entre as consultas chegando a uma rotina a cada dois dias após as 40 semanas.
Controlar a ansiedade e a expectativa para o parto também são importantes para passar por esse período com tranquilidade e segurança. Além de ter o acompanhamento de um bom profissional, informações sobre a gestação e o parto e ter uma rede de apoio é essencial.
“Conversar com a família, principalmente o companheiro e com a mãe, vão dar segurança para a gestante sobre o que escolher e como passar por tudo isso, porque é uma fase de muita fragilidade da mulher. É um momento em que ter uma rede de apoio boa é muito importante”, cita.
A recuperação no pós-parto também requer muitos cuidados e atenção, principalmente nos primeiros 40 dias. A médica Mariana orienta que a mulher deixe tudo planejado em casa e com a sua rede de apoio. Comidas congeladas, geladeira abastecida, rotina de ajudantes estabelecidas podem facilitar e evitar transtornos quando a atenção é concentrada na mamãe e no bebê.
A maternidade é carregada de desafios e transformações. Após o parto, a mulher também precisa de muita atenção. Lidar com todas as mudanças e ainda cuidar de um novo ser totalmente independente não é tarefa fácil. Uma rede de apoio formada por amigos, vizinhos, familiares e até mesmo o companheiro pode contribuir nesse processo de aprendizagem de uma nova etapa da vida. Deve-se cuidar do bebê e da nova mamãe.
“A saúde mental está totalmente relacionada à rede de apoio. Eu acho que o mais difícil é quando a mulher engravida ou ganha bebê e não tem rede de apoio. É muito difícil passar por isso sozinha. Quando a mulher também não está bem é importante procurar um psiquiatra, uma psicóloga, um profissional para esse cuidado essencial”, conclui.
Da Redação
TOLEDO
Com informações do MS
Fisioterapia auxilia na gestação, no parto e pós-parto
No campo da obstetrícia, o acompanhamento de uma equipe de profissionais também pode contribuir para uma gestação tranquila, saudável e sem intercorrências, além de um parto seguro. Entre os profissionais há o fisioterapeuta que pode trabalhar na prevenção, no preparo para o pré-parto e na recuperação da paciente no pós-parto.
A fisioterapeuta especialista em saúde da mulher com ênfase em obstetrícia, Thaise Nunes Pasqualotto, conta que o preparo da mulher vai desde alongamento, correção postural, trabalho respiratório, fortalecimento do assoalho pélvico e na funcionalidade dessa musculatura. “Com isso prevenimos muitas queixas que poderão ter durante a gestação como dores, desconfortos, incontinência urinária, dor pélvica, entre outros”.
Independente da escolha da via de parto, Thaise esclarece que a mulher tem que se preparar porque ocorre uma grande mudança na gestação. “Na gestação há m aumento de peso, um deslocamento do centro de gravidade e alterações ligamentares por conta dos hormônios, e não a via de parto. Então com certeza, todas as mulheres que querem gestar e que estão gestando deveriam procurar a fisioterapia pélvica”.
ATUAÇÃO – A procura pelo profissional fisioterapeuta na gestação tem aumentado nos últimos anos. O benefício dessa terapia contribui para uma melhora na qualidade de vida. “A indicação da fisioterapia na gestação é a partir do momento em que começarem as queixas. Ao longo da gestação, o corpo da mulher vai se transformar e às vezes as queixas vão aparecer. Por isso, aconselhamos no início das queixas. Quem não tem queixa e quer um preparo, quer uma gestação saudável, indicamos a partir da 14ª semana de gestação”.
Na gestação, o acompanhamento pode ser semanal, em alguns casos ampliando para duas vezes. Thaise Pasqualotto atua na sua clínica e ela explica que através do trabalho são identificadas as mudanças, transformações do corpo, as dificuldades das gestantes e as demandas que permitem ao profissional traçar objetivos para o acompanhamento.
“Os benefícios são inúmeros porque elas conseguem executar as atividades que estavam acostumadas a fazer sem dores, sem queixas. Elas se sentem mais seguras e entendem essa transformação. Isso traz uma segurança para a mulher durante o processo do parto”, complementa ao reforçar que o fisioterapeuta obstétrico também pode atuar durante o trabalho de parto.
“Nós trabalhamos na fisioterapia a biomecânica e o trabalho de parto é biomecânica, é o bebê se encaixando dentro da pelve da mãe. É o movimento adequado que tem que ser realizado para que facilite o parto, além da respiração e outros procedimentos que elas colocam em prática no trabalho de parto. Além da parte técnica, nós estamos ali também como um apoio para essa gestante, um incentivo e uma segurança”.
No pós-parto, o trabalho da fisioterapia também é importante para a recuperação da mulher que teve muitas transformações ao longo dos nove meses e também no parto. O profissional vai trabalhar o cuidado com o abdômen, com o assoalho pélvico, auxiliar no processo de postura, postura para amamentar, postura para levantar da cama, postura para pegar o bebê e ativação adequada da musculatura que teve alteração durante a gestação. “São recursos da fisioterapia para que a recuperação seja mais fácil. Nós trazemos esse olhar do cuidado da consciência corporal durante a gestação para que no pós-parto seja mais rápido”, finaliza a profissional.
Da Redação
TOLEDO
Laserterapia auxilia nos desafios da amamentação
No pós-parto, a amamentação, embora essencial para o desenvolvimento saudável do bebê, é uma jornada repleta de desafios para muitas mães. Muitas iniciam o período de amamentação com altas expectativas, imaginando um processo intuitivo e natural. No entanto, a realidade muitas vezes revela desafios imprevistos. Compreender e superar esses obstáculos são importantes para promover uma experiência positiva para mãe e bebê.
Mamas doloridas, rachadas, dificuldades com a pega, posições desconfortáveis são algumas dificuldades enfrentadas pelas novas mamães. A procura por profissionais habilitados para atender essas demandas pode tornar a amamentação um momento de grande conexão entre a mãe e o bebê.
A enfermeira especialista em amamentação e laserterapia, Graciele Karine Thomas, atua no tratamento de laserterapia mamilar. Ela explica que esse procedimento é feito com um laser de baixa intensidade, indolor que tem como objetivo acelerar a cicatrização de fissuras mamária e reduzir as dores nesta região. “Isso acontece pois o laser promove aumento da circulação e estimula a produção de novas células”.
Esse tratamento é recomendado em casos de fissura mamária, ingurgitamento mamário, apojadura (descida do leite), candidíase mamária. No caso das crianças ele também pode ser indicado para tratamento de dermatite de fralda, pé mão e boca e mucosite oral. Os resultados são visíveis com 24h.
No tratamento com laserterapia, em alguns casos o alívio da dor pode ser imediato. “Se a laserterapia for associada a correção do efeito causador da dor, sim. Caso a mãe somente aplique o laser e continua lesionando o seio (pega errada) vai continuar sentindo dor e lesionando o seio novamente”, cita ao enfatizar a importância das orientações e acompanhamento desta mãe.
ORIENTAÇÕES – A enfermeira que atua na Clínica VivaQ explica que as lesões mamaria na maioria das vezes são causadas por pega incorreta do bebê ao seio, mas também pode ser causada por disfunções orais na criança, a famosa língua presa, e também por Candidíase mamária não tratada.
Graciele orienta algumas condutas que podem ajudar as mamães na amamentação como colocar o bebê corretamente para mamar, ajustando posição e pega do bebê; ajustar a posição da mãe ao amamentar; evitar amamentar na cama nos primeiros dias de vida do bebê; evitar usar máquina extratora em excesso; fazer massagem na mama e extração de leite antes da mamada do bebê (isso quando a mãe estiver na apojara – descida do leite); e evitar uso de pomadas nos mamilos.
“Outra orientação é se preparar ainda na gestação para aprender a amamentar. Podemos ajustar o melhor posicionamento para seu bebê mamar de acordo com a anatomia da mama e mamilo. Aprender isso na gestação faz com que a mãe amamente corretamente desde a primeira mamada e isso faz com que não ocorram as fissuras”, conclui.
Da Redação
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