Exploração mineral cresce no Paraná e arrecadação sobe 19% em um ano

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A exploração de minérios continua crescendo no Paraná. A arrecadação da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM) das rochas carbonáticas (calcário, dolomito, mármore) teve um aumento de 19% de 2021 para 2022, passando de R$ 8,3 milhões para R$ 9,9 milhões. O valor corresponde à utilização de 19,6 milhões de toneladas dos minerais, empregados para a fabricação de cimento, cal, corretivos agrícolas e outros usos industriais.
Esses são os dados mais recentes e constam no Informe Mineral 01/2025, divulgado nesta sexta-feira (7) pela Divisão de Geologia/Diretoria de Gestão Territorial do Instituto Água e Terra (IAT), órgão vinculado à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Sustentável (Sedest).
A exploração destes minerais ocorreu em 15 municípios do Paraná, mas ficou concentrada naqueles que possuem indústrias cimenteiras: Rio Branco do Sul, Campo Largo e Adrianópolis, todas cidades da Região Metropolitana de Curitiba. Os três municípios, juntos, consumiram 12,1 milhões de toneladas destes bens minerais no processo industrial e responderam por R$ 6,4 milhões da arrecadação da CFEM (64,8% do total).
O restante, cerca de R$ 3,4 milhões (35,2%), foram recolhidos por 62 indústrias não-cimenteiras, dos quais R$ 2,7 milhões (27%) estão ligados às atividades desenvolvidas nos municípios que formam o chamado Distrito Mineiro do Capiru (Rio Branco do Sul, Almirante Tamandaré, Colombo, Itaperuçu, Campo Largo, Campo Magro e Bocaiúva do Sul). Essa fatia da Região Metropolitana de Curitiba respondeu pela comercialização de 4 milhões de toneladas de rochas carbonáticas em 2022.
Além delas, no distrito também é explorado a maior quantidade de água subterrânea da região, extraída do Aquífero Karst. Esta superposição faz com que a região tenha a maior concentração de mineração e transformação de bens minerais do Paraná.
Fecham a lista da arrecadação da CFEM os R$ 812 mil (8,2%) das atividades realizadas por municípios como Ponta Grossa, Castro, Cerro Azul, Sengés, Guapirama, Jaguariaíva e Doutor Ulysses, que comercializaram 3,5 milhões de toneladas de rochas carbonáticas no ano.
O valor arrecadado pelo CFEM é dividido entre o Governo do Estado (15%), os municípios locais produtores (60%), os municípios afetados pela atividade (15%) e órgãos do governo federal (10%), como a Agência Nacional de Mineração (ANM), o Centro de Tecnologia Mineral (Cetem), o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
EXTRAÇÃO E FABRICAÇÃO – O levantamento apresentou também informações sobre a participação da indústria extrativa e de transformação mineral na economia do Estado em 2022. A extração de minerais não metálicos foi registrada em 163 dos 399 municípios paranaenses, enquanto a de transformação de minerais não metálicos esteve presente em 300 municípios.
Essas duas áreas representaram uma parcela considerável do Valor Adicionado Fiscal (VAF) total de vários municípios paranaenses, como Adrianópolis (75% do VAF total do município no ano), Rio Branco do Sul (66,9%), Balsa Nova (37,9%), Figueira (30,5%), São Mateus do Sul (26,6%) e Itaperuçu (23,9%). Já em relação à participação das atividades no número de empregos totais dos municípios, destacam-se Adrianópolis (23,2%), Rio Branco do Sul (22,8%), Figueira (21,9%), Paranapoema (21,6%), Sapopema (15,9%) e Santa Mônica (14,9%).
Além disso, os municípios do Distrito Mineiro do Capiru responderam por 38,8% de todo o Valor Adicionado Fiscal (VAF) da Indústria Extrativa e de Transformação Mineral do Estado, por 20,8% dos empregos desta atividade e por 37,2% da CFEM arrecadada, o que reforça a importância da região na economia local.
No Paraná, a extração de minerais não metálicos engloba a exploração de areia; rochas para produção de brita e ornamentais; rochas carbonáticas para a produção de cimento, cal, corretivo agrícola e outros usos; argilas para as indústrias de cerâmica vermelha (produtora de tijolos e telhas), cerâmica branca (produtora de revestimentos, louças de mesa e sanitária), de materiais refratários utilizados especialmente para revestimento de fornos e outros usos; além de água mineral; fluorita; talco, cascalho, saibro; seixos; feldspato; argilito; filito e serpentinito.
Já a fabricação de produtos de minerais não metálicos é composta principalmente pelas indústrias do complexo da construção civil, englobando a fabricação de: cimento; cal; concreto; fibrocimento; artefatos de concreto, cimento e fibrocimento; cerâmica vermelha (tijolos, telhas); cerâmica de revestimento; louças sanitárias; gesso; vidros; rochas ornamentais; louça de mesa, dentre outros produtos como os materiais refratários; abrasivos etc.
Os dados completos sobre a economia mineral, incluindo todos os informes e outros documentos relevantes, estão disponíveis no site do IAT.