Mirando em Los Angeles 2028, promessas brasileiras retornam da Vivência Olímpica
Os Jogos Olímpicos são o grande objetivo dos atletas profissionais. Talento e incentivos são fundamentais, mas uma ajuda nessa caminhada pode fazer a diferença e é exatamente isso que o programa Vivência Olímpica, do COB, faz, dando a oportunidade de ‘furar a fila’, experienciar e se familiarizar com o ambiente dos Jogos Olímpicos, mesmo sem uma vaga.
Para Paris 2024, 12 jovens atletas de 12 esportes diferentes foram selecionados. Mesmo sem a vaga, eles tiveram a chance de experienciar e conhecer o ambiente dos Jogos Olímpicos. Juntos com a delegação, tiveram a oportunidade de conhecer a Vila Olímpica, participar dos eventos, interagir com os principais atletas e treinadores. Tudo já pensando em Los Angeles 2028 e em Brisbane 2032.
Rebeca Lima, do boxe, de 23 anos, 3º lugar no USA International Invitational, até ficou sem palavras com a oportunidade. “É difícil descrever o que sentimos lá, somente vivenciando para saber. Mas não tem nada que descreva. Acredito que vai fortalecer o cotidiano de cada um. E tudo me chamou atenção, tudo mesmo. Fiquei maravilhado com tudo que aconteceu.”
Aos 20 anos, Thiago Resende, do atletismo, que compete nos 110m com barreiras, 2º lugar no Grande Prêmio Brasil de Atletismo 2024 e semifinalista no Campeonato Mundial Sub-20 2023, encheu o peito para falar do futuro. “Minha primeira impressão foi de esperança. Nós todos curtimos demais. E eu espero que alguns de vocês possam, algum dia, poderem vivenciar um dia isso. Volto cheio de esperança.”
Para Yuri Guimarães, da ginástica artística, com apenas 18 anos, 5º lugar no solo nas etapas de Doha e Baku da Copa do Mundo 2024, a ida a Paris deixou mais claro seu objetivo como atleta. “Me motivou muito mais para estar em Los Angeles 2028, foi uma experiência incrível. Estar no meio de tantos atletas foi muito único. Pretendo treinar muito para voltar com uma medalha de lá.”
Nenhuma das promessas retornou do mesmo jeito. Júlia Kudiess, 21 anos, 2º lugar no Campeonato Mundial Adulto 2022 e 2º lugar na Liga das Nações Adulto 2022, pensa grande e mira alto. “Eu acho que a experiência transformou a nossa visão e a forma que a gente vai voltar para os nossos clubes. Com certeza vamos voltar com mais motivação para buscar Los Angeles e voltar com uma medalha.”
O programa Vivência Olímpica foi realizado pela primeira vez em Londres 2012, quando levou 16 atletas para a Inglaterra. Já no Rio 2016 foram 20 participantes. O programa foi interrompido em Tóquio 2020 por causa da pandemia.
Alguns nomes que passaram pelo programa já são bem conhecidos da torcida e se tornaram medalhistas Olímpicos nas edições seguintes. É o caso de Rebeca Andrade, da ginástica artística, Martine Grael, da vela, Isaquias Queiroz, da canoagem velocidade, Beatriz Ferreira, do boxe, Felipe Wu, do tiro esportivo, e Thiago Braz, do salto com vara.
Ter alguém para se espelhar foi o que mais cativou Isabelle Estevez, do tiro com arco, de 18 anos, 1º lugar no individual e nas duplas no Junior PanAm Games. ”Acredito que o nosso bate-papo com os embaixadores do Time Brasil foi o grande momento. Eles puderam contar um pouco de suas histórias. E assim, eu me arrepiava com as histórias, que serviram de inspiração para mim.”
A vida é feita de momentos inesquecíveis, que mudam vidas para sempre. Kaillany Cardoso, do judô, com 20 anos, já é líder do ranking mundial júnior 2024 e foi vice-campeã mundial júnior de 2022 e 2023. “Eu fiquei muito feliz com a oportunidade de assistir o judô, eu vi os brasileiros ganhando a medalha de bronze por equipes. Com certeza foi o dia mais especial de toda a Vivência Olímpica. Fora que eu tive a oportunidade de conhecer todos do Brasil, e ainda conheci uma judoca que eu amo, a Anna-Maria Wagner, da Alemanha. Eu me tremia toda, tirei selfie, peguei autógrafo e tudo. Passei mal a hora que vi, mas foi um momento muito especial na minha vida”, disse rindo.
O público que esteve no Parque Villa-Lobos, em São Paulo, também viveu uma experiência única e inspiradora. Afinal, estar tão perto de jovens promessas do esporte brasileiro aproxima a torcida e comprova que o planejamento está sendo realizado.
Caminhar junto, fazer valer cada passo e sentir que o sonho é possível. O público do Festival Olímpico teve uma pequena amostra do que vem pela frente, enquanto os atletas de amanhã dividiram seus sonhos, que estão mais palpáveis. Daqui quatro anos, público e as jovens promessas vão se encontrar novamente, mas mais próximos do que nunca.