Mudanças climáticas afetam a produção de alimentos e a saúde
As mudanças climáticas impactam na vida da população. O cenário afeta diretamente a economia, a segurança alimentar e saúde. Em alguns momentos, os desafios para a sociedade são significativos.
Exemplo, são as temperaturas na última semana. O Paraná registrou o dia mais frio de 2024 na terça-feira (13), com -5,3ºC em General Carneiro, além de sensação térmica de -9,2º, de acordo com o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar).
Contudo, desde a quinta-feira (15), a pressão do ar passou a se afastar do continente e deu espaço para a entrada de um sistema de baixa pressão, fazendo com que as temperaturas se elevassem. Conforme o Simepar, uma massa de ar quente chegou ao Estado e manteve o tempo estável com temperaturas elevadas no interior. Nas regiões Oeste, Noroeste e Norte, os termômetros ultrapassaram os 30º C.
Na sexta-feira (16), o meteorologista do Simepar Lizandro Jacóbsen disse que a manhã começou ensolarada em quase todo o Paraná e o frio em algumas regiões, logo perdeu força, porque as temperaturas se elevaram. “A previsão é de que o tempo permaneça firme no fim de semana”.
Em Toledo, a máxima deve chegar a 30º C e a mínima a 19º C neste sábado (17). No domingo (18), as temperaturas voltam a subir, com máxima de 32º C e mínima de 20º C. No entanto, as temperaturas mínimas despencam a partir do dia 23 de agosto. No dia 24 de agosto, a mínima deve chegar a 8º C e no dia 26, 5ºC.
INTERFERÊNCIA – A condição climática é o principal fator que colabora para o desenvolvimento do setor agrícola, como os grãos. Neste momento, a cultura em desenvolvimento é o trigo. A engenheira agrônoma do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab) Jean Marie Ferrarini revela que os primeiros prejuízos já foram contabilizados por conta da seca. “A geada ocorreu, mas ela é um fator a mais. Ela não pode ser considerada a principal a afetar o trigo”.
Jean Marie complementa que para ter uma dimensão se teve perdas é preciso esperar que as plantas mostrem os primeiros sintomas, o que deve ocorrer nos próximos, em aproximadamente 15 dias. “Posso adiantar que esse frio não foi tão danoso para as culturas devido a previsão de temperaturas altas para os próximos dias”.
Com relação, aos canteiros ou as estufas de hortaliças – em geral – a recomendação é manter o aquecimento, a irrigação ou a cobertura. Também devem ser protegidas as mudas recém-plantadas frutíferas e espécies florestais tropicais.
O técnico em Agropecuária do Instituto de Desenvolvimento Regional do Paraná (IDR-PR) Luciano José de Souza afirma que a baixa temperatura registrada anteriormente, de maneira geral, diminui o desenvolvimento. “Alguns locais com geada, elas podem causar danos nas plantas e na produção de frutos, como morango e tomate. Por exemplo: a maturação se torna mais lenta”.
SAÚDE – Outra área impactada devido aos efeitos das condições climáticas é a saúde. Nesta semana, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) alertou sobre a oscilação nas temperaturas e orientou como manter o corpo mais protegido e saudável.
As quedas ou altas bruscas nos termômetros podem favorecer o aparecimento de infecções respiratórias e de crises alérgicas; afetar os batimentos cardíacos e a pressão arterial. “As vias aéreas costumam dar sinal de alerta, causando uma crise de asma em quem já tem o diagnóstico, com tosse, falta de ar, chiado no peito, entre outros sintomas. Resfriados e gripes também são comuns”, menciona a Sesa.
O diretor da 20ª Regional de Saúde de Toledo Fernando Pedrotti destaca que as altas amplitudes térmicas exigem do organismo adaptações por conta da variação de temperatura e da umidade do ar. “Isso faz com que o organismo precise se adaptar e pode ocorrer queda na imunidade, pois a pessoa passa a gastar mais energia. Além disso, a diminuição da umidade deixa as vias respiratórias mais expostas”.
Pedrotti explica que as pessoas costumam deixar os ambientes mais fechados nesta época do ano. “Isso faz com que a circulação de ar diminua e, por isso, aumenta a circulação de vírus no ambiente e as vias respiratórias ficam mais expostas”.
Por isso, a importância em redobrar os cuidados para fortalecer a imunidade e para proteger mais o organismo, o diretor recomenda manter o organismo bem hidratado, como tomar bastante líquidos, porque eles mantem as vias respiratórias hidratadas; colaborar com o organismo a manter um equilíbrio de temperatura; manter uma alimentação leve; consumir frutas e verduras e evitar frituras e gorduras.
Outras orientações citadas por Pedrotti dizem respeito a manter os ambientes abertos e bem ventilados. “Neste momento, a limpeza deve acontecer com pano úmido. Precisamos praticar atividade física, porque ela também auxilia o nosso organismo e usarmos roupas confortáveis. Além disso, manter uma boa noite de sono também é importante, pois o mínimo de horas colabora na imunidade”.
Da Redação
TOLEDO