Mudanças nos colégios cívico-militar não afetarão instituições do NRE de Toledo

O anúncio do Governo Federal sobre o encerramento do programa de escolas cívico-militares não irá interferir nos oito colégios desta modalidade presentes no Núcleo Regional de Educação (NRE) de Toledo. O chefe do Núcleo, José Carlos Guimarães, explica que a decisão irá interferir somente nos colégios que fazem parte do Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (Pecim).

No estado do Paraná, ao todo 206 escolas adotaram o modelo cívico-militar. Porém, apenas 12 instituições de ensino estão vinculadas ao programa federal. O Programa Nacional de Escolas Cívico-Militares, o Pecim, foi implantado na gestão anterior do governo federal e adotado pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior, que criou uma versão estadual do programa.

“O anúncio de encerrar o Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (Pecim), vai impactar nas escolas ligadas ao Governo Federal. Elas serão reintegradas ao formato regular, deixarão de ser cívico-militares. As oito unidades que temos no NRE de Toledo fazem parte do programa do Governo do Estado e, portanto, não terão impacto com essa decisão”, cita Guimarães.

APROVAÇÃO – Os oito colégios – três em Toledo, dois em Marechal Cândido Rondon, dois em Guaíra e um em Palotina – foram implantados no Núcleo Regional de Educação de Toledo após consulta pública realizada em 2020 nas próprias instituições. O modelo foi aprovado pelas comunidades escolares e implantado em 2021. Guimarães pontua que a modalidade tem apresentado resultados satisfatórios.

“Os resultados das escolas cívico-militares são bastante positivos. No terceiro ano da implantação conseguimos visualizar a evolução dessas instituições, o aprendizado dos alunos, a organização das escolas, a qualidade do ensino e o engajamento das famílias. Todos os oito colégios do nosso Núcleo avançaram muito com esse modelo como mostram as avaliações externas como a Prova Paraná”.

RESULTADOS – Os Colégios Estaduais Antônio José Reis, Jardim Maracanã e Novo Horizonte são as unidades que implantaram o modelo cívico-militar no município de Toledo. O chefe do NRE lembra que no passado essas instituições tinham vagas sobrando. Após a implantação do novo modelo, a realidade dos colégios mudou. “Estamos com as turmas cheias e com a aprovação das famílias que acreditam no modelo e apoiam a comunidade escolar. Além disso tivemos um avanço nas notas do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) nesses colégios”, complementa.

Uma Escola Cívico-Militar é diferente de uma escola militar, que é totalmente administrada pelo Exército. O programa do governo federal, o Pecim, é executado em parceria entre o Ministério da Educação (MEC) e o Ministério da Defesa. Por meio dele, militares atuam na gestão escolar e na gestão educacional.

“O colégio cívico-militar é uma instituição com um servidor público da rede de educação atuando como diretor, com professores regulares, mas também com militares que atuam na função de organizar o ambiente escolar e auxiliar esse diretor nos trabalhos dentro da instituição. O sistema do colégio cívico-militar aborda costumes mais conservadores, mas com a mesma matriz curricular, a mesma metodologia de ensino”, esclarece Guimarães.

MUDANÇA – Com a decisão do governo federal anunciada nesta semana, as escolas cívico-militares que fazem parte do Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (Pecim) serão reintegradas ao formato regular e os militares deixarão os colégios de forma gradual. O governo federal também comunicou que o programa encerra até o fim deste ano.

A diretora geral da Secretaria de Estado de Educação (Seed) Louise Caroline Campos Löw fez um vídeo e postou em seu story no Instagram ainda na quarta-feira (12) como uma maneira de tranquilizar a comunidade escolar.

No vídeo, Louise Caroline afirma que “nós respeitamos a decisão do MEC [Ministério da Educação], mas o nosso governador Ratinho Junior já anunciou que os 12 colégios vão migrar para a rede estadual”.

A diretora geral da Seed complementa que é um modelo de sucesso e 84% dos Colégios Cívico Militares tiveram uma nota do Ideb. “No Estado, nós temos um modelo de sucesso que vai continuar”, finaliza a diretora.

Com informações da Agência Brasil*

*Da Redação

TOLEDO

Governador confirma que Estado vai incorporar escolas cívico-militares federais

O Paraná é o estado que mais tem escola cívico-militar, diz Ratinho – Foto: Jonathan Campos/AEN

O governador Carlos Massa Ratinho Junior confirmou, na quinta-feira (13), que o Governo do Estado vai assumir o modelo cívico-militar nas 12 escolas administradas atualmente pelas Forças Armadas no Estado. O Governo Federal anunciou, nesta semana, que vai encerrar de forma progressiva o Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares. No Paraná, além dos 12 colégios sob responsabilidade das Forças Armadas, a rede estadual conta ainda com 194 escolas cívico-militares.

O modelo foi implantado por lei na rede estadual em 2020 e as unidades foram transformadas após a votação das comunidades, que referendaram o projeto. Além da incorporação desses colégios que ficam em Colombo, Lapa, Apucarana, Cascavel, Curitiba, Foz do Iguaçu, Guarapuava, Londrina, Rolândia e Ponta Grossa, a Secretaria de Estado da Educação (Seed) já planeja a ampliação do modelo, que pode chegar a cerca de 400 unidades a partir de 2024.

AVALIAÇÃO – Atualmente, das 2.109 escolas estaduais do Paraná, 194 são cívico-militares via PM e 12 via Forças Armadas. Segundo a Seed, 80% das escolas que passaram para essa modalidade aumentaram a nota na última avaliação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).

“Nós não discriminamos modelos de ensino. Não se pode colocar ideologia dentro do ensino. O Paraná é o estado que mais tem escola cívico-militar. Já anunciei que vamos aumentar para 400. Nós entendemos que a questão é puramente democrática. Se o pai quiser colocar em uma convencional, tem essa possibilidade, se optar por uma integral, também existe, e se quiser no modelo cívico-militar tem também. É um modelo que valoriza cidadania e o respeito”, afirmou.

“Tudo está avançando bem nesse modelo. Recentemente ajustamos algumas demandas referentes ao salário para ser mais atrativo para o policial aposentado”, complementou.

Ratinho Junior também citou que o Estado alcançou a maior nota do Brasil no Ideb e que um dos objetivos é fazer do modelo estadual o melhor da América do Sul. “Não estamos discutindo ideologia, mas metodologia. Estamos aplicando tecnologia, ampliando o programa de merenda, incorporando novas estratégias educacionais, replicando aquilo que deu certo nos países mais avançados do mundo. Esse é o modelo que queremos”, complementou.

Da AEN

CURITIBA

Líder de Governo do Estado se manifesta sobre a decisão do Governo Federal

O modelo cívico-militar nas 12 escolas administradas atualmente pelas Forças Armadas no Paraná também foi um assunto abordado, na última quarta-feira (12), na Assembleia Legislativa do Estado do Paraná. O gabinete da Liderança do Governo, deputado estadual Hussein Bakri, emitiu um Informativo.

No documento, Bakri salienta que “na condição de Líder do Governo e de Presidente da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa do Paraná, venho, por meio deste, informar decisões tomadas em conjunto com o governador Ratinho Junior e com o secretário de Estado da Educação, Roni Miranda”.

O deputado estadual salienta que nenhuma das 196 Escolas Cívico-Militares do Paraná sob gestão compartilhada com a Polícia Militar terá o modelo descontinuado. “Ao contrário, a intenção do Governo do Estado e da Secretaria de Estado da Educação é dobrar este número até 2026”.

No Informativo, Bakri afirma que “em relação às 12 Escolas que atualmente funcionam dentro do Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares, em parceria com as Forças Armadas, o Estado irá assumir e manter o modelo cívico-militar em todas essas instituições tão logo o Governo Federal conclua o encerramento do Programa, conforme anunciado nesta semana”.

Da Redação

TOLEDO

Comunidade escolar acredita na proposta do modelo cívico-militar, diz diretora

Cleonice comenta que o modelo de ensino é bem aceito – Foto: Divulgação

O Colégio Estadual Cívico-Militar Antônio José Reis sempre foi um local com normas e regras a serem observadas e seguidas pelos estudantes. Com a colaboração dos militares, a diretora geral Cleonice Andrade Venzel afirma que foi possível evidenciá-las.

Cleonice explica que o Colégio possui o auxílio dos militares e o amparo legal. “Existe o manual do aluno e por meio dele nós poderemos cobrar, porque foi um documento elaborado pelo Estado, como o uso do uniforme e a apresentação pessoal”.

Outro fator destacado por Cleonice é que a comunidade escolar acredita na proposta do modelo cívico-militar. “Atualmente, nós temos uma fila de espera de famílias que lutam por uma vaga no Colégio. Ficamos felizes que a comunidade acreditou nesse trabalho”.

AVANÇOS – A diretora geral salienta que o foco da comunidade escolar é a aprendizagem dos estudantes. “Ao ter a disciplina na sala, o aluno melhora o seu desenvolvimento na sala. A consequência é a melhoria na aprendizagem do aluno, a relação interpessoal e tudo isso faz a diferença”.

Conforme Cleonice, o desempenho do Colégio avançou bastante ao passar a ser Cívico-Militar. “O professor não deve se preocupar com a disciplina ou a indisciplina do estudante, e sim, somente se preocupar com o conteúdo”.

Com isso, os resultados melhoraram. A diretora-geral menciona que a evasão escolar diminuiu. “No modelo cívico-militar não tem ensino noturno. Nós temos somente no período diurno o que diminui a evasão escolar. É o aluno todo o dia na escola”.

A diretora menciona que o Colégio possui um dos melhores desempenho em termos de frequência no Núcleo Regional de Educação (NRE) de Toledo, chegando a 96% de frequência diária. “O aluno está na escola e não está se evadindo e o resultado é positivo. Nós precisamos avançar e melhorar, já estamos bem satisfeitos ao longo desses anos; estamos ‘colhendo os frutos’”.

TRANQUILIDADE – Na oportunidade, a diretora geral disse que alguns familiares ou responsáveis dos estudantes ao terem conhecimento da informação repassada pelo Ministério da Educação (MEC) sobre o término do Programa no Brasil ficaram receosos ou até mesmo ansiosos. “Inclusive, muitos ligaram para mim. Eu explicava que o nosso Colégio seguirá neste modelo, porque ele não recebe recursos do Governo Federal, e sim, somente do Estado”.

Cleonice enfatiza que a comunidade do grande Panorama acredita muito no modelo de ensino cívico-militar. “Agora é um momento para tranquilizar, pois a decisão do MEC não interfere em nosso trabalho”, finaliza a diretora ao complementar que o governador Ratinho Junior já se manifestou sobre essa decisão.

Da Redação

TOLEDO

Melhoria na aprendizagem é um processo em evolução, comenta diretor

O diretor comenta que a comunidade se sente mais segura – Foto: Divulgação

Avanços na frequência escolar, redução da evasão escolar e melhoria do sentimento de segurança no ambiente e no entorno escolar são pontos positivos destacados pelo diretor geral do Colégio Estadual Cívico-Militar Novo Horizonte, Sadi Nunes.

De acordo com Sadi, atualmente o índice de frequência escolar se mantém acima de 90%. “Essa frequência refletiu na diminuição da evasão escolar. Quando o aluno falta, o monitor mantém contato com as famílias e auxilia no processo de diálogo, de entendimento e de orientação disciplinar. Com isso, a equipe gestora e pedagógica atua mais no ensino”.

SEGURANÇA – O diretor menciona que a presença do monitor no entorno da escola durante a entrada ou a saída da escola fortalece o sentimento de segurança no entorno escolar ou no ambiente escolar. “Os monitores escolares são bombeiros e policiais militares da reserva. A comunidade fica tranquila ao deixar o seu filho na escola e nós temos o apoio e o interesse para que esse modelo de ensino se mantenha”.

Sadi complementa que a melhoria no índice de aprendizagem resulta no avanço da frequência, na diminuição da evasão escolar e mais segurança no Colégio. “Ainda é um processo, pois estamos no segundo ano com monitores. Em 2021 não tivemos monitores; em 2022 vieram os três monitores e continuam em 2023. Apesar de ser apenas um ano e meio com a presença dos monitores, os avanços são significativos”.

A redação do JORNAL DO OESTE manteve contato com o Colégio Estadual Cívico Militar Jardim Maracanã e até o fechamento desta edição não houve retorno.

Da Redação

TOLEDO

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