Alcoolismo: mulheres lutam para enfrentar o vício

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Mulheres também sofrem com o alcoolismo. A dependência no universo feminino acontece diferente em relação ao masculino. O alcoolismo feminino é mais reprovado socialmente. O receio em ‘perder’ os filhos, os julgamentos sociais, os apontamentos com atitudes moralistas são alguns dos pontos que impedem as mulheres de reconhecerem o vício, de buscarem ajuda, de buscarem um recomeço de vida.

O fato de reconhecer ser alcoólatra, por exemplo, pode implicar o risco de perder apoio da família, dos amigos, perder guarda dos filhos, perder o trabalho, perder o respeito na sociedade. Ao aderir ao tratamento, muitas vezes, isso pode também trazer a consequência do afastamento do lar e dos filhos. Diante de tantas incertezas, a mulher tente a prolongar o vício e ficar cada vez mais isolada dentro da própria casa.

“O alcoolismo afeta mais a mulher do que o homem”, cita uma integrante do Grupo Alcoólicos Anônimos (AA). “Para a sociedade a mulher que sofre com o alcoolismo é mal vista, ou seja, ela não gosta de trabalhar, ela não cuida da família, ela se entregou ao vício. É difícil enxergar que ela precisa de ajuda, precisa ser ajudada”.

‘SAIR DO FUNDO DO POÇO’ – A mulher alerta sobre as dificuldades em dar o primeiro passo e seguir adiante. “Estou sóbria faz três anos. É uma luta diária. Lembro do primeiro dia que bebi…eu tinha 28 anos. Quando eu coloquei álcool na minha boca, primeiramente, eu senti algo ruim. Já na segunda vez foi tão bom, eu fiquei tão feliz, eu aprendi a dançar, mas tudo passageiro, é uma felicidade momentânea e quando eu me dei conta estava no fundo do poço”, relata.

Diferente de muitos casos quem ajudou a mulher a ‘sair do poço’ foi o companheiro de vida. “Ele também tinha problemas e foi procurar ajuda primeiro. Eu me dei conta de que também precisa ajuda. E fiquei curiosa para conhecer esse grupo que era tão feliz sem bebida alcoólica”.

Frequentando o grupo faz três anos, hoje, ela reforça que o AA é sua família, é seu refúgio, são amigos que compartilham a batalha, que ajudam na superação. “No AA eu nunca fui julgada. Ouvi muitos testemunhos, histórias difíceis e fui acolhida. Todos acolhem, pois é uma busca de recomeço”.

RECOMEÇAR E VENCER O PRECONCEITO – O alcoolismo ainda está mais ligado aos homens, porém, tais dados podem estar desatualizados, principalmente, ao serem avaliadas as condições de que as mulheres precisam se esconder mais, precisam camuflar o problema. Já a realidade dos homens é diferente, apesar de negarem o vício, geralmente eles não apresentam a mesma preocupação em relação a imagem. 

“Estou vencendo alcoolismo. Mas, hoje, tenho orgulho de falar que a minha família está recuperada, os meus filhos puderam ter a mãe novamente, uma mãe ativa, uma mãe participava. Foram 13 anos bebendo. Eu achava que não estava doente, mas estava. O alcoolismo é algo que não tem uma cura certa, é viver um dia após o outro e lutar todos os dias para vencer”, conclui.

Da Redação

TOLEDO

Confira os locais dos grupos de Alcoólicos Anônimos em Toledo:

  • Terça e sexta às 20h00 e domingo às 19h00 Grupo Ascese, Rua Madri, 75 –atrás do Toledão;
  • Segunda-feira às 20h00 – Grupo Novo Caminho – Rua Nayoro, 26 – Jardim Coopagro;
  • Terça-feira – Grupo Operária, Associação dos Ostomizados – Rua 1º de Maio, 380 – Vila Operária;
  • Quarta-feira às 19h30 – Grupo Panorama – Rua Ministro Petrônio Portela, 90 Igreja Luterana – Jardim Panorama;
  • Quinta-feira às 20h00 – grupo Jardim – Igreja Luterana, na Avevnida JJ Muraro, Jardim Porto Alegre;
  • Domingo às 19h00 –  reunião de ALANON, na sala anexa ao ASCESE.

OS 12 PASSOS

1. Admitimos que éramos impotentes perante o álcool – que tínhamos perdido o domínio sobre nossas vidas;

2. Viemos a acreditar que um poder superior a nós mesmos poderia devolver-nos à sanidade;

3. Decidimos entregar nossa vontade e nossa vida aos cuidados de Deus, na forma em que O concebíamos;

4. Fizemos minucioso e destemido inventário moral de nós mesmos;

5. Admitimos perante Deus, perante nós mesmos e perante outro ser humano, a natureza exata de nossas falhas;

6. Prontificamo-nos inteiramente a deixar que Deus removesse todos esses defeitos de caráter;

7. Humildemente rogamos a Ele que nos livrasse de nossas imperfeições;

8. Fizemos uma relação de todas as pessoas a quem tínhamos prejudicado e nos dispusemos a reparar os danos a elas causados;

9. Fizemos reparações diretas dos danos causados a tais pessoas, sempre que possível, salvo quando fazê-las significasse prejudicá-las ou a outrem;

10. Continuamos fazendo o inventário pessoal e quando estávamos errados, nós o admitíamos prontamente;

11. Procuramos, através da prece e da meditação, melhorar nosso contato consciente com Deus, na forma em que O concebíamos, rogando apenas o conhecimento de Sua vontade em relação a nós, e forças para realizar essa vontade;

12. Tendo experimentado um despertar espiritual, graças a estes Passos, procuramos transmitir esta mensagem aos alcoólicos e praticar estes princípios em todas as nossas atividades.

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