MUPA recebe artista alagoano para conversa sobre as relações entre pescadores e peixes

O artista alagoano Jonathas de Andrade é o próximo convidado a participar do II Programa Público do Museu Paranaense (Mupa), projeto que investiga as linguagens transversais do corpo a partir da temática “Corpos, Indícios – Matrizes, Espécies”. No dia 17 de agosto, a partir das 16h, Jonathas participará de mesa de conversa com a educadora, pesquisadora e museóloga Gleyce Kelly Heitor sobre sua videoinstalação “O Peixe”, que está em exibição no Museu Paranaense.

Em paralelo à mesa de conversa, no sábado, o Museu Paranaense lança o catálogo da primeira edição do Programa Público “Se enfiasse os pés na terra: relações entre humanos e plantas”, realizada em 2022. Haverá a distribuição gratuita de 30 exemplares do catálogo, por ordem de chegada, além da disponibilização on-line no site do MUPA.

RITUAL – “O Peixe” mostra uma vila de pescadores situada na costa nordeste do Brasil que tem o ritual de abraçar os animais logo após a pesca, acompanhando a passagem deles para a morte. Entre teor de ficção e realidade, documentação e fantasia, a naturalidade da dominação esconde a espinha dorsal desta relação entre espécies, constituída pelo constante exercício da força, poder e dominação.

A mesa de conversa “Peixe, pessoa, pesca” vai perpassar temas que cruzam as vidas e os corpos de populações pescadoras, como percepção, técnica, ritual, afeto e morte, humano e animal, a partir do enfoque sensível da arte.

A exibição do trabalho de Jonathas de Andrade está em cartaz na sala de vídeo do Programa Público, até 24 de agosto, e acontece de forma contínua durante o horário de abertura do museu, de terça a domingo, das 10h às 17h30. A duração total é de 37 minutos. Inédito em Curitiba, “O Peixe” foi exibido pela primeira vez na 32.ª Bienal de São Paulo, em 2016. Desde então foi apresentado em dezenas de cidades e festivais no Brasil e no exterior.

CONVIDADOS – Jonathas de Andrade nasceu em Maceió (Alagoas) em 1982, vive e trabalha em Recife (Pernambuco). Ele desenvolve vídeos, fotografias e instalações utilizando-se de estratégias que misturam ficção, realidade, tradição e colaborações com grupos de pessoas e comunidades.

Entre as exposições individuais em que o artista participou, estão: “Oeil—Flamme, no Maat”, Lisboa (2023) e “Crac Alsace”, França (2022); “Staging Resistance”, no Foam, Amsterdam (2022); “One to one”, no Museum of Contemporary Art Chicago (2019), bem como no New Museum, Nova York (2017); e “The Power Plant”, Toronto (2017) e no Museu de Arte do Rio (2014-2015).

Entre exposições coletivas, seus trabalhos integraram a 16ª Bienal de Istambul (2019); MAXXI: National Museum of XXI Century Arts, Rome (2018); 32ª Bienal de São Paulo (2016); The Museum of Modern Art MoMA (2015); e Guggenheim Museum, New York (2014). Jonathas de Andrade apresenta projeto individual para o Pavilhão do Brasil na 59ª Bienal de Veneza (2022).

Gleyce Kelly Heitor é educadora, pesquisadora e museóloga. Licenciada em História (UFPE), mestra em Museologia e Patrimônio (Unirio-Mast) e doutora em História Social da Cultura (PUC-RJ). Atualmente é diretora de Educação do Instituto Inhotim. Foi diretora de Educação e Pesquisa na Oficina Francisco Brennand, diretora do Núcleo de Cultura e Participação do Instituto Tomie Ohtake (2021), gerente de Educação e Participação do MAM Rio (2020-2021), coordenadora pedagógica da Elã – Escola Livre de Artes (Galpão Bela Maré – Observatório de Favelas – 2019, 2020/21), coordenadora de ensino da Escola de Artes Visuais do Parque Lage (2019) e assessora e coordenadora pedagógica da Escola do Olhar – Museu de Arte do Rio (2012-2017).

CATÁLOGO – O Programa Público é um projeto experimental e bienal. Tem o objetivo de convidar a comunidade a refletir e se envolver com um assunto, de forma diversa e interdisciplinar. Em sua primeira edição, realizou 44 ações, entre oficinas, palestras, rodas de conversa, ações e intervenções artísticas de diversas linguagens.

O catálogo “Se enfiasse os pés na terra: relações entre humanos e plantas” trará um compilado heterogêneo das ações realizadas: transcrições de falas de artistas e pesquisadores, receitas, listas de plantas, relatos e ensaios e demais textos inéditos de participantes e equipe, além de um amplo conjunto de fotografias.

Serviço:

Exibição da videoinstalação “O Peixe” e mesa de conversa

Data: 17/08/2024 (sábado)

Horário: 16h

Local: Museu Paranaense – Rua Kellers, 289, São Francisco – Curitiba

Entrada gratuita sem necessidade de inscrição prévia

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