No pior momento da pandemia, Toledo tem 451 novos casos de Covid
Os dados apresentados na reunião do Centro de Operações Especiais (COE) da Prefeitura de Toledo mostram o pior momento epidemiológico da pandemia de coronavírus. A semana epidemiológica (SE03), entre 16 a 22 de janeiro, apresentou 5.539 casos suspeitos, com 2.439 confirmações. Realizado de forma virtual, o encontro tratou sobre os novos pontos de atendimento para sintomáticos, a sobrecarga do sistema de saúde e os impactos do atual cenário da Covid-19 em Toledo. Nas últimas 24 horas foram registrados 451 novos casos da doença, com 151 recuperados. O número de pacientes ativos saltou para 2.868. Outros 609 testes seguem em análise.
No Sistema Único de Saúde (SUS), foram 260 novos casos, com 117 deles tendo sido confirmados através de exames RT-PCR (67 femininos e 50 masculinos) e outros 143 casos através de Testes Rápidos de Antígeno (66 femininos e 77 masculinos).
No Sistema de Saúde privada e suplementar são 191novos casos, com 95 deles tendo sido confirmados através de exames de RT-PCR e outros 96 através de Testes Rápidos de Antigeno (53 femininos e 43 masculinos).
Quanto aos internados pela Covid-19, nesta terça-feira (25), 22 moradores de Toledo estavam em hospitais ou leitos da região, sendo 20 em leitos de enfermaria e 2 em leitos de UTI.
Entre os internados em leitos de enfermaria, 9 deles são casos suspeitos e se encontram no Pronto Atendimento Municipal Dr. Jorge Milton Nunes do Mini-hospital na Vila Pioneiro, sendo que nenhum deles está em uso de respirador mecânico.
SAÚDE EM CRISE – O alto número de notificações – 5.539 pessoas – aponta para aproximadamente 15 mil munícipes em isolamento, ou seja, 10% da população toledana. “Isso representa queda na prestação de serviços, na produção industrial e em toda a cadeia produtiva”, disse o diretor-geral da Secretaria de Saúde e responsável pela apresentação dos dados aos integrantes do COE, Fernando Pedrotti. “Isso se reflete também nos trabalhadores da saúde. Hoje o quadro funcional da Secretaria [de Saúde] tem cerca de 1100 servidores municipais, e temos mais de 100 cumprindo isolamento, alguns por sintomas, outros por ter algum familiar com suspeita ou infecção por coronavírus”, destaca.
Soma-se a estas baixas, segundo Fernando Pedrotti, o momento de maior demanda de saúde da história do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil. “Atinge o sistema de ponta a ponta. Desde o primeiro atendimento nas unidades para sintomáticos, no setor de epidemiologia, nas coletas de exames. Isso tem desdobres na Unidade de Pronto Atendimento [UPA/Vila Becker], pois as urgências e emergências de outras patologias seguem todas para lá”, expõe. “Além destes setores, a Atenção Primária é comprometida, pois duas unidades básicas de saúde (UBS’s) se tornaram locais exclusivos para sintomáticos (Panorama e Cosmos), e duas no interior que já precisamos interromper os atendimentos”, frisa.
Aumento de casos – A grande preocupação em relação aos aumentos dos casos, mesmo com a Covid-19 apresentando quadros mais leves dos pacientes infectados em relação aos outros momentos da pandemia, é a possibilidade de novas situações de evolução para pacientes graves. “A relação é clara. Quanto maior o número confirmações de infecção, maior a possibilidade de surgirem quadros mais graves da doença”, aponta Pedrotti.
Outro fator destacado é que a pessoa sintomática precisa esperar 1 mês para tomar a vacina, seja a primeira, segunda ou terceira dose, ou a pediátrica. “Quem apresentou infecção por coronavírus, precisa aguardar esse período para tomar sua dose. Isso retarda o avanço da cobertura vacinal também”, comenta.