No The Noite, Paulo Zulu fala sobre câncer, nudes, assédio e afirma: “não me acho um cara bonito

Um dos maiores galãs da década de 90, Paulo Zulu segue sendo referência em termos de beleza e boa forma. Aos 60 anos, ele vem ao The Noite desta terça (08) para falar sobre sua carreira e diz qual o sentimento de chegar a essa idade. “Não é fácil. Você realiza que tem mais história para contar do que tempo para viver. A real é essa. Você vê o quanto é importante ser feliz rápido, porque o tempo vai ficando mais curto. A máquina vai ficando cansada, isso é normal para todo mundo”, declara. Segundo ele, o estilo de vida que adotou para chegar até aqui tão bem começou aos 18 anos, após ver um senhor se levantando com dificuldade em um aeroporto: “comecei a refazer todo o meu planejamento de poder chegar naquela idade diferente…. Fui fazendo um divisor de águas na minha vida e me fazendo de cobaia humana para ver como eu ia envelhecer”.

A respeito da descoberta de um segundo câncer, comenta: “esse ano, tirei outro. Motivo: ou é tabagismo – e eu não fumo – ou é derivado de petróleo, resina de prancha de surf que eu amo, desde novo vou em oficina. Todos esses derivados geraram isso em mim. O que hoje em dia estou mais feliz de poder fazer é falar sobre prevenção. Estou aqui 100% zerado. Primeiro comecei a tomar suplementos que é uma coisa que eu tinha preconceito. Segundo: prevenção, você pega o inimigo no início”. Recordando nudes que vazaram em 2016, revela: “fiquei uma semana em casa chorando, deprimido. Foi uma das piores coisas que senti na minha vida. Fiquei pensando nas esposas dos meus amigos, nas filhas dos meus amigos. Eu sou muito conservador e fiquei pensando no respeito, as pessoas que eu dou respeito à minha volta”.

Tendo iniciado a carreira de modelo aos 17 anos, avalia: “não me acho um cara bonito, porque eu não sou o tipo de cara que fico me olhando, vendo meu reflexo. Não estou preocupado com isso. Estou preocupado em enxergar o mundo de dentro para fora, sentir as pessoas e passar o que eu tenho de melhor”. Questionado sobre o assédio que recebeu na época, afirma: “assédio de homem teve bastante…. Consegui mostrar para muitos que eu não tinha essa afinidade. Ao mesmo tempo, perdi muita oportunidade profissional que era o ‘toma lá, dá cá’. Se quer meu trabalho eu estou aqui, pronto para trabalhar, mas, se é parte humana, não tenho afinidade e sempre deixei bem claro”.

Paulo também fala sobre o desafio de ter atuado em novelas, diz que ainda trabalha como pescador e justifica: “amo o fato de estar ali sabendo que eu vou poder separar o alimento que eu guardo para o ano inteiro. Meu freezer está cheio. Eu devo ter uns 200kg de tainha para comer”. Além disso, explica de onde veio o nome artístico ‘Zulu’ e lembra que tudo começou na juventude, com um grupo de surfistas mais velhos. “Na época o preconceito racial era muito maior. Eu tinha 18 anos e começaram a dizer ‘Ah lá, parece aqueles africanos’. Porque eu sempre fui bem moreno. Começaram a querer me avacalhar, chamando de um monte de coisas e falaram ‘ah lá, parece aqueles ‘zulus’. Aí eu saí fora e fui para outro lugar. Fui ver o que eram os zulus e, quando eu vi, falei ‘minha cara’”, afirma.

O The Noite é apresentado por Danilo Gentili e vai ao ar de segunda a sexta-feira, no SBT. Hoje, a partir de 00h15.

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