Nova linha de queijos finos resgata tradição de família

É preciso voltar no tempo para entender a noite da última quarta-feira (1º). Voltar ao passado de quando as produções eram artesanais e envolviam toda a família. Tempos de quando comer era a celebração da vida em sua mais pura plenitude. Retornar ao passado dos antepassados que a cada nova geração foram mantendo vivas tradições e…receitas! Quem gosta de cozinhar, quem ama estar fazendo comida, sabe o valor de um bom caderno de receitas…E se for da nona então…

Voltamos a 2023 e à noite de 1º de março, quando a família da empresária rural Cirlei Rossi dos Santos lançou o queijo Dona Rossi, em homenagem à nona Lúcia Rossi. Cirlei – ao lado do marido Everaldo –, aos poucos, vai transformando a vida da família com o queijo produzido com muita qualidade na propriedade no distrito de Vila Nova, em Toledo. Através do projeto de queijos finos, em parceria com o Biopark, surgiu a Átani Queijos, junção dos nomes dos filhos Alexandre, Taís e Nicole, que hoje produz queijos tipo Morbier, Saint Paulin e agora o Donda Rossi em dois sabores: fresco e maturado. Em breve virá também o Nonna Lúcia, um queijo que leva noz moscada na massa e tem um sabor diferenciado.

“Herdamos da família o gosto pelos queijos e o zelo pelos animais. Vivemos a nossa infância na roça e trabalhamos no cuidado do gado e na produção de queijos.  Depois de exercermos outras profissões e agora, aos poucos, estamos voltando para a vida no campo”, explica Cirlei, feliz com a decisão tomada.

VERSATILIDADE – Sobre o novo queijo, Cirlei destaca que o Dona Rossi é um queijo versátil e a diferença do maturado para o fresco é o tempo, que varia entre 10 dias e 30 dias. “Toda receita de queijo começa igual, mas tem uns segredinhos, além de tempo e temperatura”, brinca a empresária que começa a preparar a propriedade para receber visitantes através da Rota do Queijo Paranaense.

O Dona Rossi é um produto autoral da Átani Queijos, enquanto o Nonna Lúcia está sendo desenvolvido em parceria com o Biopark. A previsão de lançamento é de 4 meses e a venda, por enquanto, está sendo apenas na propriedade. Mas Cirlei deverá participar no próximo dia 8 de março de um evento para mulheres na Adega do Lago.

VIAGEM NO TEMPO – Mas visitar a propriedade localizada em Vila Nova não é apenas uma oportunidade de degustar um bom queijo. Hoje é possível encontrar salames, mel, vinho colonial e até saborear um belo risoto ou então participar do open de queijo, quando é possível conhecer também o processo de fabricação do queijo.

E assim, em meio à natureza e à tranquilidade que só o campo consegue oferecer, a família Rossi mantém viva a tradição de quem trabalha com queijo. Mais que isso: demonstra a capacidade técnica e a qualidade de quem apostou em agregar valor ao seu produto, contou com parceiros decisivos e hoje inicia um voo solo de muito sucesso.

Apoio é fundamental para crescimento e qualidade

Maike ensina várias receitas em seu canal no Instagram, como o queijo flambado com mel – Foto: Márcio Pimentel

A linha de queijos maturados da Átani é nova, entretanto, chega carregada de história. Não apenas pela receita da Nonna Lúcia, mas porque é fruto de muita pesquisa. O novo quejo chega certificado e tem como ‘anja da guarda’ Maike Montanhini, uma brasileira que trabalha com queijos há 25 anos e hoje mora na França. “Trabalhei no projeto do Biopark. Atualmente moro na França e quando estou no Brasil eu visito a Cirlei. Nós não erramos, mas realizamos diversos testes até chegar no sabor e na textura que era o que mais remetia a memória do queijo da mãe e da vó da Cirlei”, comenta Maike.

Ela cita estar feliz em ver a evolução dos queijos brasileiros nos últimos anos. “Queijos premiados e conhecidos no exterior. É um mercado promissor. Ter o seu próprio queijo, autoral e com a sua identidade é algo que faz a diferença. É um queijo único e não achará em outro lugar”, destaca a expert em queijos. Na opinião de Maike, a região Oeste do Paraná sempre teve a pretensão de se transformar num polo de queijo e diferenciado e hoje isso finalmente está se concretizando.

Maike tem um canal no Instagram (Maike Montanhini do Mundo do Queijo

 @o.mundo.dos.queijos) onde ensina várias receitas para harmonizar o queijo não apenas nos sanduíches.

Biopark tem sido parceiro no desenvolvimento

Biopark presta consultoria para desenvolvimento de queijos finos – Foto: Márcio Pimentel

Paixão, pesquisa e desenvolvimento regional estão por trás da história do Projeto de Queijos Finos do Biopark. O que no início era apenas um sonho, se tornou mais um dos propósitos de vida dos empreendedores Carmen e Luiz Donaduzzi, fundadores do Parque Tecnológico, localizado em Toledo. Com foco em promover a produção de queijos com maior valor agregado na Região Oeste do Paraná, o projeto leva tecnologia e inovação para o campo.

Para constituir uma equipe para o laboratório de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PDI) em Queijos Finos, o Biopark buscou referências internacionais, como a Universidade Laval, do Québec, Canadá.

Do início até hoje, o Programa continua sendo gratuito para os produtores que recebem, além da tecnologia para a produção do queijo, um diagnóstico da propriedade, auxílio na parte documental para registro do produto, suporte para a estruturação da agroindústria, apoio para o desenvolvimento das embalagens, mentorias especializadas, entre outros.

“Esse apoio do Biopark foi fundamental para atingirmos esse grau de qualidade”, lembra Cirlei Rossi, que mostrou toda preocupação com a higiene e a qualidade do leite que serve para a fabricação do queijo, o que permitiu a certificação através do Susaf, abrindo outros mercados para o queijo genuinamente toledano.

Márcio Pimentel

Da Redação

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