Ovinocultura ajuda produtores a diversificarem renda nos Campos Gerais
As margens cada vez mais estreitas nas atividades agropecuárias, com sucessivos aumentos de custos de produção, acendem o alerta para a necessidade de apostar na diversificação. Mesmo em propriedades menores é possível ter diferentes negócios e diluir os riscos de colocar todos os ovos em uma cesta só. Premissas seguidas à risca pela família de Tarik Halan Ferreira Pinto, de 33 anos, que vive em Piraí do Sul, nos Campos Gerais.
Em uma propriedade de 36 hectares, eles mantêm cinco aviários com capacidade para alojar até 150 mil frangos por lote, carro-chefe há décadas, que garante uma renda à família. Porém, nos últimos anos tem sido difícil fechar as contas, a ponto de eles dispensarem funcionários.
Nesse sentido, a diversificação de atividades na propriedade tem sido fundamental. Além de dedicar espaço a algumas plantações comerciais (soja, milho e trigo), cultivos de subsistência e ter no pasto alguns bovinos de corte, há cerca de 10 anos, Ferreira mantém a ovinocultura no local. Apesar de não ser uma renda volumosa, a constância da movimentação das ovelhas e carneiros torna a criação um negócio interessante.
Atualmente, Ferreira tem na propriedade 180 caprinos – mas já chegou, em uma determinada época, a contar com 500 cabeças. Os animais nascem na propriedade entre cinco e sete quilos e levam de quatro a cinco meses para chegar à faixa de abate (entre 35 e 40 quilos). “Nós conseguimos ter, mais ou menos, uns R$ 200 de lucro por cabeça. É uma fonte de renda interessante para compor o giro da propriedade”, revela o produtor.
COMERCIALIZAÇÃO – A atividade é voltada principalmente à comercialização da carne. A lã é usada como pagamento aos tosquiadores terceirizados, que mantém os bichos nos trinques. Na hora do abate, os animais são vendidos em lotes, em parceria com a Cooperativa Castrolanda, com sede em Castro, também nos Campos Gerais. Para fechar um lote, muitas vezes é preciso juntar animais de outras propriedades. Nesse ponto entra a atuação de uma associação formada por produtores do município, com atuação há mais de dez anos.
A entidade contribuiu para o crescimento do rebanho no local. Em 2010, o município tinha pouco mais de 600 animais, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2020, o número fechou em 4,6 mil animais. “Temos trabalho para que a atividade se mantenha nesse patamar, como forma de diversificação nas propriedades com um produto que tem demanda por parte dos consumidores e da agroindústria”, revela Luis Fernando Tonon, presidente da associação.
CURITIBA