Mudança no padrão climático pode interferir no surgimento de doenças respiratórias

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As mudanças bruscas de temperaturas são mais frequentes e o clima pode variar em questão de horas. A temperatura do ambiente interage bastante com a resposta imunológica. Ambos os extremos, quente e frio, impactam na qualidade e interferem na rapidez com que as vias aéreas conseguem responder a essa agressão.

O diretor da 20ª Regional de Saúde de Toledo Fernando Pedrotti explica que a baixa umidade do ar contribui para a estagnação do muco nas vias aéreas superiores e inferiores, potencializando os problemas respiratórios.

Ele salienta que quando se fala em mudança climática é necessário pontuar que a sociedade ‘foge’ do padrão até então conhecido. “Exemplo: se eu tenho uma doença que costuma aparecer mais em determinada época do ano, ela aparece em decorrência do clima. Ao ter uma mudança climática, o padrão também muda. Não aparece no começo ou final da primavera ou no início do verão”.

Segundo Pedrotti, doenças respiratórias, de maneira geral, são mais frequentes no inverno. “Além disso, determinados vírus tendem a circular mais na época da transição entre o inverno e o verão. Que transição é essa? A primavera. Nós estamos na primavera? Sim, estamos. Então isso ocorre. Mas temos que lembrar que os fatores climáticos também interferem”.

TRANSMISSÃO – As queixas mais comuns relatadas pelos pacientes durante esses períodos incluem tosse, espirros, congestão nasal, dor facial, coriza, falta de ar, mialgia (dor no corpo), sangramento nasal e febre.

Pedrotti esclarece que os profissionais de Saúde não possuem conhecimento de algum surto ou doença nova (até o momento). “Sabemos que as mudanças climáticas aliadas as menores taxas de cobertura vacinal interferem com a transmissão de doenças, em especial, aquelas de transmissão respiratória”.

O diretor da 20ª Regional de Saúde de Toledo complementa que também existe o retorno da coqueluche. “O padrão de tosse é característico e não pode ser confundido com as demais tosses ou doenças respiratórias. Quando digo de volta em nosso meio, significa não necessariamente em Toledo ou na região”.

Pedrotti enfatiza que não necessariamente tenha um vírus circulando em Toledo. “O que temos na natureza são competições virais e dos mais diferentes organismos. Em determinadas épocas do ano, um vírus está em evidência, em outras isso é muito natural. As próprias mutações virais são condições que ocorrem para fazer com que determinado vírus se mantenha na natureza. Ele só consegue se manter na natureza se transmitir ao ser humano”.

A mutação é uma maneira de transmitir e de retransmitir o vírus para maior número de pessoas. “Não temos o registro de vírus novo. Em determinado local ou momento, a partir das próprias condições climáticas, estamos observando. Neste ano, os padrões climáticos ou de chuvas estão diferentes. Nós voltamos a ter madrugadas mais frias e manhãs que tendem a começar mais geladas. São fatores que interferem no padrão de circulação viral, ou seja, o tempo em que vírus permanece em suspensão”, relata Pedrotti.

PREVENÇÃO – Conforme o diretor da 20ª Regional de Saúde de Toledo, para evitar a transmissão de uma doença respiratória, a precaução padrão é manter o ambiente bem ventilado. Outra recomendação é evitar o contato com os olhos, o nariz ou a boca. “É preciso manter a higienização das mãos. Lavar as mãos com água e sabão várias vezes ao dia”.

Evitar aglomerações também é uma medida de prevenção para a doença respiratória. “Além disso para evitar muitas enfermidades, as vacinas são recomendadas”, afirma Pedrotti ao acrescentar que a baixa cobertura vacinal da Influenza ou da Covid-19 (por exemplo) colabora para o desenvolvimento de doenças. “Nós temos o aumento no padrão do aparecimento das doenças, porque assim teremos mais pessoas suscetíveis”.

O diretor da 20ª Regional de Saúde de Toledo enfatiza que a precaução passa, inclusive, em manter o ambiente aberto. “Em usar a máscara se eu estou resfriado. Em respeitar as demais pessoas para evitar transmitir para outras. São fatores básicos, mas que são extremamente importantes”.

Da Redação

TOLEDO

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