Pelo 2º mês seguido, custo de cesta básica apresenta queda em Toledo

A variação mensal no custo da cesta básica de Toledo apresentou uma redução de -1,22% entre dezembro do ano passado e janeiro de 2023. Esse é o segundo mês consecutivo que ocorre a queda no custo. Por sua vez, nos últimos 12 meses, ou seja, de fevereiro de 2022 a janeiro deste ano, o índice acumulado de variação da cesta básica teve a ampliação acumulada superior a 9%.

A coordenadora do Núcleo de Desenvolvimento Regional e da pesquisa, professora Dra. Crislaine Colla explica que esse aumento é considerado expressivo ao período de 12 meses. “Contudo, entre dezembro de 2022 e janeiro de 2023, houve redução de -1,22% no custo da cesta básica de Toledo. Com este resultado, observa-se o segundo mês seguido de redução no custo da cesta básica, antecedido por dois meses de aumento”.

A professora complementa que como reflexo do aumento do índice de variação percentual, o custo da cesta básica individual passou de R$ 614,46 em dezembro de 2022 para R$ 606,97 em janeiro de 2023.

Ela menciona que no mês de janeiro, o valor do salário mínimo é corrigido e, em 2023, passou a ser de R$ 1.302,00. “Com isso, verificou-se uma redução do percentual do salário mínimo líquido que é necessário para adquirir a cesta básica para uma pessoa adulta, constatando que seria necessário 54,81% do salário mínimo em dezembro de 2022 e 50,40% para a mesma cesta em janeiro do corrente ano”.

CUSTO – Crislaine afirma que é possível observar a volatilidade no custo da cesta básica neste período e com diferentes variações ao longo do ano de 2022 e 2023. Ela salienta que nos dois primeiros meses do ano passado observou-se uma redução no custo ainda que pouco significativa.

Já em março e abril, é observado um aumento significativo do custo da cesta básica, que passa de R$ 554,22 em janeiro para R$ 642,80 em abril de 2022. Em maio e junho se observa dois meses de redução, seguido de um aumento em julho. Em agosto e setembro, o custo da cesta básica apresenta redução, porém volta a crescer significativamente em outubro e em menor escala em novembro. “Em dezembro de 2022 e janeiro de 2023 se observa uma redução”.

Quando a pesquisa foi iniciada no município de Toledo, em abril de 2021, a cesta básica custava R$ 488,61 e, em janeiro de 2023, a cesta passou a custar R$ 606,97. No mês passado, o custo da cesta básica de Toledo foi maior que o de Pato Branco, Francisco Beltrão e Dois Vizinhos.

Segundo Crislaine, o custo da cesta básica de Cascavel (R$ 623,56) foi 2,73% maior que o custo da cesta de Toledo (R$ 606,97). “A diferença entre o custo da cesta básica de Toledo e de Cascavel aumentou, pois no mês de janeiro ocorreu aumento no custo da cesta básica em Cascavel e uma redução em Toledo”.

Ao comparar o custo da cesta básica de Toledo com o de São Paulo, que apresentou a cesta básica com maior custo em janeiro (R$ 790,57), verifica-se que a cesta de São Paulo tem custo 30,25% maior que a de Toledo.

CONSOLIDAÇÃO – A professora ressalta que a pesquisa da cesta básica de alimentos de Toledo já ocorre há 22 meses e se consolida como uma importante ferramenta para que a sociedade possa acompanhar de modo mais objetivo o comportamento dos preços analisados pela pesquisa.

Ela pondera que a pesquisa contribui para a identificação das variações no poder de compra do consumidor, que vem se deteriorando de forma expressiva no período analisado. “De modo geral, Toledo segue as tendências nacionais de aumentos, reduções e variações oscilantes no custo da cesta básica”.

Crislaine menciona que essas variações retratam uma perda do poder de compra do consumidor, que também é verificada quando se observa a evolução do grupo de alimentos e bebidas para a variação da inflação (IPCA). O estudo ainda analisa o aumento dos gastos com esse segmento. “O crescimento da inflação no grupo de alimentos tende a ter efeitos negativos mais significativos à população de renda mais baixa, que constitui a maior parcela da população, pois essa utiliza parte substancial de sua renda para a compra de alimentos e são mais sensíveis às variações verificadas”, destaca Crislaine.

O estudo é promovido pelo Núcleo de Desenvolvimento Regional, composto pelo curso de Ciências Econômicas e pelos programas de Pós-graduação em Desenvolvimento Regional e Agronegócio e Pós-graduação em Economia da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus de Toledo. A pesquisa também faz parte de um convênio entre a Universidade e a Prefeitura de Toledo.

Valores da batata, arroz, leite, feijão e carne aumentaram em janeiro

O custo da batata foi mais de 22% – Foto: Graciela Souza

Cinco produtos da cesta básica de Toledo apresentaram aumento no preço médio no mês passado. Dos 13 itens da cesta, a batata teve a ampliação de 22,19%; seguido do arroz (11,47%); do leite (10,09%); do feijão (7,38%) e da carne (1,60%). Por sua vez, oito produtos apresentaram redução no preço médio no período: a margarina (-26,78%); a banana (-25,14%); o tomate (-5,87%); a farinha de trigo (-3,41%); o pão francês (-2,34%); o café (-1,58%); o óleo de soja (-1,34%); e o açúcar (- 0,10%).

De acordo com a coordenadora do Núcleo de Desenvolvimento Regional e da pesquisa, professora Dra. Crislaine Colla, a batata foi o produto que apresentou o maior aumento no período analisado, de 22,19%. Isso ocorreu pela redução na oferta, em função das chuvas no período. Ela acrescenta que o arroz também apresentou aumento no seu preço (11,47%), em razão do maior volume de exportação, estimulada pelo câmbio, maior demanda e menor oferta interna. O leite foi o produto com o terceiro maior aumento de 10,09% e o feijão na quarta posição, com um aumento de 7,38%. Em quinto lugar aparece a carne com um aumento de 1,60% (Dieese, 2023).

Crislaine menciona que a margarina foi o produto que apresentou a maior queda de preço entre dezembro de 2022 e janeiro de 2023 (-26,78%). No mês de dezembro, o preço da margarina apresentou um aumento de quase 35% e no mês de janeiro de 2023 se recupera em partes com essa redução.

Ela ainda destaca a redução do preço da banana (-25,14%) pelo aumento em sua oferta. “Já, o tomate apresentou queda no preço (- 5,87%). Essa redução decorre da maturação mais rápida em decorrência do calor, o que manteve o mercado abastecido (Dieese, 2022)”.

VARIAÇÃO – Conforme a professora, diante da variação total da cesta básica individual para o mês de janeiro deste ano, que foi de -1,22%, a redução no preço da banana foi o que representou maior impacto para o aumento do índice, vindo em seguida a redução do preço da margarina e do tomate. “A redução só não foi maior por causa do aumento do preço da batata”.

Crislaine menciona que os produtos que apresentaram maior aumento de preços nos últimos 12 meses foram: a batata, que acumulou aumento de 43,07%; o pão francês, que aumentou 33,87%; a farinha de trigo, que aumentou 24,93%; o arroz, com incremento de 21,10%; e o leite, com aumento acumulado de 20,27%. “Verifica-se que apenas três produtos apresentaram variação acumulada negativa, que seriam o açúcar, com uma redução de -9,19%, o óleo de soja, que reduziu -6,71% e o feijão, que diminuiu -2,01% nos últimos 12 meses”.

HORAS E SALÁRIO

Número de horas de trabalho necessárias para adquirir a cesta básica que, de dezembro para janeiro de 2023, passou de 111 horas e 32 minutos para 102 horas e 33 minutos. Isso corresponde a 50,70% e 46,62% do total de horas trabalhadas nos meses de dezembro de 2022 e janeiro de 2023, respectivamente, para um trabalhador que recebe o salário mínimo como remuneração mensal. A redução é maior neste período, pois o salário de janeiro foi corrigido e é maior que o de dezembro do ano passado. A cesta básica familiar é calculada considerando os custos alimentares de uma família de três pessoas – que seria uma família média, composta por quatro pessoas, com dois adultos e duas crianças, sendo que as duas crianças correspondem a um adulto. O custo da cesta básica familiar passou de R$ 1.843,39 em dezembro do ano passado para R$ 1.820,91 em janeiro de 2023. Nesse sentido, um trabalhador que recebe um salário mínimo ainda não teria condições de adquirir a cesta básica familiar, uma vez que o valor de R$ 1.820,91 ultrapassa o valor do salário mínimo líquido em 51,19%, não conseguindo, dessa forma, arcar com as demais despesas domiciliares mensais. Com relação ao valor do salário-mínimo necessário para adquirir a cesta básica e suprir as despesas domiciliares mensais com habitação, vestuário, transporte, entre outros, é importante destacar que, em Toledo, este precisaria ser de R$ 5.161,11 em dezembro de 2022 e R$ 5.099,15 em janeiro de 2023. Ao comparar o salário-mínimo necessário de Toledo e a média nacional para janeiro, nota-se que o valor nacional precisaria ser de R$ 6.641,58, ou seja, 30,25% maior que o de Toledo. Ainda, deve-se levar em consideração que o salário-mínimo necessário em Toledo durante o mês de novembro de 2022 corresponderia a 4,64 vezes o piso nacional vigente, que é de R$ 1.302,00.

Da Redação

TOLEDO

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