Segurança: problemática das pessoas em situação de rua é discutida em Toledo

Registros de crimes, perturbação e permanência em espaço públicos para consumo de álcool e drogas ilícitas são algumas das situações desencadeadas por pessoas em situação de rua. Não são todos que apresentam comportamentos agressivos e importunação ou são usuários, porém, a situação cada vez mais alarmante tem tomado conta do centro de Toledo.

Diante do agravamento dos casos, a Associação Comercial e Empresarial de Toledo (Acit) promoveu, na manhã de quinta-feira (6), uma reunião sobre a problemática das pessoas em situação de rua e a segurança no comércio do município. O encontro contou com a presença de membros da diretoria da Acit, Poder Público, Guarda Municipal, Polícia Militar e comerciantes.

A reunião teve o objetivo de debater sobre o assunto, com o intuito de buscar amenizar e solucionar os problemas. Também foi uma oportunidade para que os comerciantes pudessem apresentar suas principais demandas no que se refere a segurança pública.

O presidente da Acit, Cristiano Dall’Oglio da Rocha, iniciou a reunião e enfatizou a importância em reunir esforços para que a problemática – que não atinge apenas o município de Toledo – possa ser amenizada. “É cada vez maior a dificuldade em relação ao assunto”, citou ao pontuar que o encontro marca as discussões para que medidas efetivas sejam adotadas. “Todas as opiniões foram válidas. A ideia é mobilizar o associado com informações importantes, vamos apurar todas as sugestões para as próximas reuniões”.

PODER PÚBLICO E COMÉRCIO

O prefeito de Toledo, Beto Lunitti, enfatizou que existem quatro Secretarias diretamente envolvidas no que se refere ao atendimento a pessoa em situação de rua. Ele destacou que o Poder Público sabe do compromisso que tem com essa questão e está aberto as novas ideias para que medidas mais efetivas possam ser tomadas.

“O problema é do prefeito, mas a solução pode ser conjunta”, reforçou Lunitti. “Estamos abertos ao diálogo, mas temos entraves. Temos vontade de fazer, mas parece que fica insolúvel”, comentou ao salientar que o Poder Público conta com a parceria da comunidade através de ideias e da adesão ao programa Toledo é + Seguro.

POLÍTICA NACIONAL – O assessor jurídico da Acit, Ruy Fonsatti Junior, tratou sobre a Política Nacional para a População em Situação de Rua – sobre a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF). O advogado trouxe essas informações de forma concisa e reforçou a complexidade do tema.

“Existem vários tipos de pessoas nestes grupos. Para que sejam adotadas medidas mais eficazes é preciso saber quem elas são. Não tem um estudo efetivo quanto a isso e, até mesmo, o IBGE ignora essas pessoas”, cita. “O Brasil tem uma política formatada quanto a população em situação de rua. Não se faz a retirada forçada desse público antes que tenha políticas públicas para os atendimentos. Tem todo um contexto e esse contexto é complexo”.

ATUAÇÃO DOS ÓRGÃOS DE SEGURANÇA

O secretário de Segurança e Mobilidade Urbana, major Christian Guilherme Goldoni, apresentou dados dos atendimentos prestados pela Guarda Municipal de Toledo. De janeiro a maio deste ano, a GM atendeu 275 ocorrências envolvendo pessoas em situação de rua – uma média de 55 atendimentos mensais, 13 semanais e dois diários. O município tem 182 pessoas catalogadas em situação de rua.

“Atuamos baseados na lei e em conjunto com outras Secretarias. Na área Central buscamos conseguir mais informações, em especial, devido a adesão do programa Toledo é + Seguro. Quanto mais câmeras particulares integrarem a Central de Videomonitoramento da corporação, mais base de informações nós temos para atuar”, reforçou o secretário.

O comandante da 1ª Companhia do 19º Batalhão de Polícia Militar de Toledo (BPM), capitão Jimmy Cajuhy, também destacou que a atuação da PM age conforme a lei. “Em todos estes anos de atuação na corporação foi possível passar a reconhecer que as pessoas em situação de rua são divididas em categorias: existem aqueles que escolhem as ruas para viver e não são dependentes químicos ou mentalmente perturbados e aqueles que são viajantes que fazem malabares nos semáforos – estes dois grupos dificilmente cometem crimes ou causam problemas. Contudo, tem os grupos que são dependentes químicos ou mentalmente perturbados: esses provocam problemas”, exemplificou ao reforçar que o comerciante deve entrar em contato com a PM, com a GM e fazer Boletim de Ocorrência, para que as situações sejam registradas.

BESABAFOS

Durante e reunião, diversos comerciantes se pronunciaram sobre o assunto e evidenciaram as particularidades dos problemas vividos diariamente. Eles salientaram que os problemas se agravam quando as situações envolvem as mulheres que atuam no comércio e, com isso, foi sugerido que seja feito um mapeamento dos estabelecimentos com maior número de mulheres, horários mais críticos, além da colocação de mais placas sobre a importância de não dar esmola e com outras frases para promover a conscientização dos clientes. Além disso, postos de atendimentos da PM devem ser colocados nos locais com maior número de pessoas em situação de rua.

Da Redação

TOLEDO

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