Piscicultura do Paraná planeja novas políticas públicas e oeste é base

A região Oeste do Paraná é destaque na piscicultura no Brasil, sendo considerada o maior polo de produção de peixes em viveiro escavados e na industrialização para produção de filés. Mas, a disponibilidade hídrica está cada vez menor e preocupa produtores e autoridades. Esses são alguns dos resultados do projeto Ordenamento Territorial da Piscicultura do Estado. A ação é considerada pioneira e criará um documento técnico. Ele será responsável por orientar o planejamento e a formulação de políticas públicas, garantindo a expansão sustentável da piscicultura.

O projeto é desenvolvido pela Unidade Mista de Pesquisa e Inovação (Umipi) do Oeste Paranaense, uma iniciativa colaborativa entre o Biopark, o Biopark Educação e a Embrapa. A Umipi visa promover a pesquisa, o desenvolvimento e a inovação em áreas estratégicas para a região.

Outros dados do projeto foram demonstrados durante a segunda oficina participativa, na tarde da última quarta-feira (24). Áreas mais promissoras foram apresentadas e recomendações para políticas públicas do setor foram criadas.

METODOLOGIA

Segundo a analista de Sistemas de Informações Geográficas da Embrapa Pesca e Aquicultura Marta Eichemberger Ummus, o Ordenamento Territorial da Aquicultura foi realizado no Estado para identificar bacias com disponibilidade hídrica ou regiões mais aptas para o cultivo de tilápia em viveiro escavado.

Marta explica que a principal inovação do projeto é a metodologia participativa. “Nós consultamos o setor e os profissionais; eles indicaram as variáveis ambientais. Agora, precisamos que o setor valide os resultados para construirmos um modelo de aptidão ao Estado, ou seja, uma carta de recomendação. Ela deve conter diversos itens, como leis de incentivo para a produção aquícola, capacitação de técnicos, leis ambientais ou sugerir um novo sistema de produção”.

PESQUISA

O estudo foi baseado em um sistema produtivo, como de viveiros escavados. A pesquisa aconteceu em um ano. No período, duas oficinas participativas foram realizadas. Na sequência, a equipe pretende dar continuidade ao projeto e estabelecer novas parcerias.

Marta destaca que cada região tem sua particularidade ambiental, social e cultural. “A região Oeste do Paraná está organizada em cooperativas; possui infraestrutura adequada e unidade de beneficiamento. O fator de sucesso para a piscicultura na região é a tradição de cultivo, a integração e verticalização do processo”.

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Por sua vez, o principal desafio identificado no estudo é a escassez hídrica. “O Oeste e outras regiões do Paraná precisam pensar em novos sistemas de produções”, pontua a analista.

Ela recomenda que intensificar a produção pode ser uma alternativa para que o Estado se mantenha na liderança na produção de peixes, mas fazendo o uso mais racional da água.

INÉDITO

O pesquisador da Umipi Oeste Paranaense Bruno Aparecido da Silva pontua que a principal demanda do setor é saber quais são as áreas mais interessantes para expandir a piscicultura. “Diversas regiões no Paraná estão com a disponibilidade hídrica no limite. O estudo conseguiu identificar as áreas – a nível estadual – com condições mais ideais ou toleráveis para expandir a cadeia”.

Conforme Silva, o município de Toledo tem uma área considerada ideal, assim como o Estado. “O estudo é considerado inédito no Brasil. Ele será revisado e, na sequência, será publicado no site da Embrapa oficial e disponibilizado para as Prefeituras com interesse no assunto”.

MISSÃO

Na ocasião, a gerente de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PDI) do Biopark Educação Carolina Balera Trombini destaca que o Biopark e o Biopark Educação possuem como missão inovar para a vida. “Nós sempre fazemos pesquisas com o objetivo de trazer solução para alguma demanda. No caso do estudo, são propostas com benefícios para a sociedade”.

O Ordenamento Territorial da Piscicultura do Estado do Paraná é o primeiro projeto da Umipi. “Ele visa a união de forças para a realização da pesquisa. Nós queremos desenvolver soluções aos desafios da região. Com isso, poderemos aumentar a produtividade, a sustentabilidade e, consequentemente, trazer mais riqueza para região por resolver problemas que hoje limitam a produção”, finaliza Carolina.

Da Redação

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