Pizza feita em Cascavel e Foz do Iguaçu será recebida no Consulado da Itália para apresentação de empresária
Molho de tomate do tipo San Marzano. Farinha legitimamente italiana. Forno que atinja a temperatura exata de 480 graus. Jeitos e trejeitos específicos para a massa, que depois de passar pela longa fermentação de 24 a 48 horas, só pode ser aberta de forma manual, sempre do meio para as bordas. Estes são apenas alguns dos requisitos para que a experiência da pizza napolitana seja autêntica e o mais próximo possível daquela vivida na região de Nápoles, na Itália.
Foi essa tradição – e o respeito a cada uma das etapas – que conquistou Luiza Zenatti Fadanelli durante um intercâmbio em Portugal. Pertinho de casa, ela conheceu uma pizzaria que oferecia muito mais que pizza; lá, além da comida, ela tinha acesso a uma experiência italiana. Pensando nisso, quando retornou para a cidade natal, a empreendedora decidiu que Cascavel e Foz do Iguaçu, cidades onde as pizzarias sempre estão no topo das escolhas, mereciam uma experiência tão boa quanto.
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“Eu comia a pizza desse lugar e percebia que havia algo diferente e por isso fui tentando entender como era. Quando voltei pra Cascavel, quis trazer essa experiência para as pessoas. Coloquei como objetivo trazer para a minha região uma pizza que remeta às tradições italianas, mas de um jeito descomplicado, trazendo aquela ideia de reunir amigos e família ao redor da mesa para dividirem uma boa refeição”, relembra.
E é assim que, há cinco anos, Luiza revolucionou o jeito de comer pizza na cidade e também em Foz do Iguaçu, onde a empreendedora tem uma filial da pizzaria. No conceito do empreendimento liderado por ela e pela mãe, Marilene Zenatti, o incentivo é à pizza tradicional e sem frescuras, podendo-se até comer com as mãos, como o próprio restaurante lembra em cada uma das mesas.
“Muitas pessoas ainda se confundem, achando que a pizza napoletana, é aquela do sabor napolitano, com tomate. Mas na verdade, a pizza que trouxemos tem tanta história que é tombada como patrimônio cultural da humanidade pela Unesco. Para preservar essas origens, existe uma série de requisitos que atestam se a receita é realmente próxima da original e na Luigia, trouxemos isso para as pessoas, dando a chance de elas terem uma experiência gastronômica diferente dentro da cidade”, ressalta.
A missão foi cumprida. É o que garante a professora de italiano Saliza Menegat. Ítalo-brasileira, ela morou na Itália por mais de dez anos (entre idas e vindas ao Brasil) e procura a pizzaria para se sentir um pouco mais próxima do país.
“Na Itália, temos vários tipos de pizza, como a romana e a napoletana, por exemplo. As pizzas da Luigia são fiéis ao que temos na Itália, da parte de Nápoles. Claro que alguns sabores se adaptam ao paladar brasileiro, mesmo assim ainda mantém a base italiana. A massa, o formato, os ingredientes de qualidade fazem com que o conjunto nos proporcione uma viagem gastronômica mesmo estando longe fisicamente da Itália”, compartilha Saliza.
Gastronomia é de família
Luiza relata que esse respeito pela gastronomia já vem de gerações. Na família, o grupo de empreendimentos é composto pela Quinta da Oliva, Portal Churrascaria, Páteo do Fogo, Fundo do Fosso e Luigia.
“Minha mãe conta que poucos dias depois de eu ter nascido, ela já me levava para trás do balcão da churrascaria enquanto ela trabalhava. Cresci nesse mundo, aprendendo desde cedo a limpar mesa, tirar lixo, atender os clientes… Foi natural que eu me apaixonasse pelo segmento e quando voltei do intercâmbio, vim decidida a montar algo ligado à pizza napoletana”, conta.
O objetivo deu certo – tão certo que, ainda neste mês, Luiza será recebida no Consulado da Itália do Rio de Janeiro, dada a qualidade da nova tradição que estabeleceram não só em Cascavel, mas também em Foz do Iguaçu, onde a pizzaria tem uma segunda unidade.
“É a realização de um sonho e uma grande honra. Gosto de falar que vendemos mais que pizza, porque toda a equipe tem paixão pelo que faz e o nosso verdadeiro produto é, na verdade, um momento feliz, regado a muita pizza e, às vezes, um bom Aperol (bebida típica italiana)”, completa.
A cerimônia de recepção será neste mês e, por lá, autoridades mundiais do universo da pizza estarão presentes, comprovando que a pizza napoletana também tem lugar especial no oeste paranaense.