Polícia Civil conclui inquérito sobre morte de motociclista em Toledo
Numa entrevista coletiva nesta terça-feira (7), a Polícia Civil de Toledo falou sobre o inquérito que apura as causas do acidente que matou a motociclista Jocelaine Barbosa Meira, de 23 anos, em Toledo na madrugada do último dia 25 de janeiro. A motorista, conforme explicou o delegado Fábio Freire, poderá responder por homicídio doloso”, porque existem provas de que ela assumiu o risco na condução do carro”.
Além do excesso de velocidade, a investigação reuniu provas de que a condutora do HB20 ingeriu bebida alcoólica e fez uso de drogas antes de dirigir, conforme relato de testemunhas e de socorristas que atenderam a ocorrência no dia do acidente.
O delegado Fábio Freire explicou ainda que o caso foi tratado como homicídio culposo na direção de veículo no início, entretanto, diante do avanço nas nas investigações “as circunstâncias denotaram crime doloso, por dolo eventual, que é quando se assume o risco de matar”, afirmou o delegado, acrescentando ainda que “a condutora, ela mesmo prevendo que poderia acontecer o resultado morte em decorrência do acidente, ela sumiu o risco de produzi-lo”.
Ainda de acordo com o delegado, durante as diligências foram apuradas circunstâncias como a velocidade que o carro estava, “que arremessou a vítima por aproximadamente 23 metros e só parou ao bater num anteparo que estava na rua; a forma com que a condutora passou por vários cruzamentos, desrespeitado as preferenciais; além também dos danos causados, como muro destruído e que estava ao lado com estragos, além dos estragos nos veículos que estavam na via, na moto e o HB20”.
Fábio Freire informou também que todo material foi encaminhado à Polícia Científica para elaboração de um laudo a fim de constatar a velocidade que o veículo trafegava no exato instante do acidente.
“Há indícios, que foi possível apurar durante as investigações, de que ela teria feito uso de bebida alcoólica e até drogas. Isso foi possível devido às oitivas de testemunhas, alguns socorristas do Corpo de Bombeiros militares falaram que sentiram o odor etílico durante o atendimento da condutora e também ouviu de uma das passageiras do HB20 que elas próprias teriam consumido whisky no sítio e também feito uso de drogas”, comentou o delegado.
JUSTIÇA – Segundo também informou o delegado-chefe da 20ª Subdivisão Policial, doutor Alexandre Macorin, a Polícia Civil encerrou as investigações e apresenta ao Ministério Público do Paraná as circunstâncias do acidente. “O Ministério Público decidirá se há ou não as circunstâncias caracterizadoras e se vai apresentar denúncia ao Poder Judiciário”, acrescentou o delegado Fábio Freira.
Caso a motorista responda por homicídio doloso a pena é de 6 a 12 anos de prisão.
O advogado da família de Jocelaine Barbosa Meira, Gustavo Paiva, disse que a conclusão do inquérito traz, de certa forma, “conforto à família porque se entende que está sendo feita Justiça”. Ainda de acordo com o advogado, este caso representa um divisor de águas dentro do Judiciário de Toledo, “porque não houve um acidente, mas sim um homicídio que precisa ser punido”.
O CASO – Jocelaine Barbosa Meira, de 23 anos, morreu em grave acidente de trânsito registrado na madrugada do dia 25 de janeiro, no cruzamento das ruas Tomaz Gonzaga e Getúlio Vargas, na Vila Boa Esperança, em Toledo. Outras três mulheres ficaram feridas na batida.
Segundo informações e câmeras de segurança que registraram o acidente, a vítima seguia pela rua Getúlio Vargas em uma Honda CG quando foi atingida pelo Hyundai HB20, o qual trafegava pela Rua Tomaz Gonzaga e avançou a preferencial. Com o impacto, a motociclista foi lançada por cima do muro de uma residência e atingiu o pilar de um barracão. Jocilaine não resistiu e morreu antes da chegada das equipes de socorro.
O carro ainda arrastou a moto e parou a cerca de 100 metros do local da batida após colidir contra o muro e a cerca de um imóvel. Uma das mulheres que estavam no automóvel ficou presa às ferragens e foi resgatada pelo Corpo de Bombeiros. As três ocupantes foram encaminhadas ao hospital com ferimentos considerados graves, mas sem risco de morte.