População deve ser a protagonista no combate à dengue

Cuidados básicos evitam a proliferação do mosquito Aedes aegypti. Essa frase é repetida com frequência pelas autoridades a cada ano com o objetivo de evitar uma epidemia. Combinadas às altas temperaturas, as chuvas impactam diretamente nos casos de doenças virais transmitidas pelo mosquito. Apesar de amenizar o calor, o fenômeno favorece o acúmulo de água parada, condição ideal para a proliferação do vetor, e exige, consequentemente, maior atenção no combate à dengue.

De acordo com o Boletim Epidemiológico Dengue de Toledo, divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde, a equipe da Vigilância Epidemiológica realizou 964 notificações no período de 28 de julho até a última sexta-feira (11). Do total citado, 794 notificações foram descartadas e 161 aguardavam os resultados. Além disso, nove pessoas testaram positivo. O Município não registrou óbito no período, conforme o último Boletim da Dengue.

No Paraná, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), por meio da Coordenadoria Estadual de Vigilância Ambiental, registrou mais 264 casos da doença. O novo Boletim do Estado será divulgado nesta terça-feira (15). Somados os dados do novo período epidemiológico, iniciado em 28 de julho de 2024, o Paraná registra 19.586 notificações e 2.460 casos confirmados, sem mortes.

ORGANIZAÇÃO – A diretora do Departamento de Vigilância em Saúde no município Juliana Beux Konno tem chamado a atenção para as ações preventivas por parte da população. “Existe uma preocupação por parte da equipe. Atualmente, estamos no momento de organização para um período preocupante. A previsão é ruim, porque a situação do Estado não é favorável”.

Juliana reforça que o período considerado mais preocupante da dengue é entre os meses de novembro e março. “Atualmente, vivemos uma fase tranquila no município de Toledo. Porém, avaliamos que no Estado a condição não é boa”.

A diretora salienta que as equipes analisam e organizam os locais de assistência aos pacientes e capacitam os profissionais que estão na linha de frente.

ORIENTAÇÃO – Outro fator destacado por Juliana é o trabalho de orientação à população. “Os Agentes de Combate de Endemias (ACEs) estão dialogando e atuam nesta linha com as pessoas. Além disso, já estamos em conversa com o setor de Comunicação de Toledo para iniciar uma campanha de orientação para a sociedade”, afirma.

Segundo a diretora, os cuidados para evitar o desenvolvimento do mosquito são diários. Uma recomendação de Juliana é que cada pessoa caminhe pelo seu quintal e faça uma revisão após cada chuva para identificar e eliminar possíveis locais com água parada. “Também é preciso lavar os pratos de plantas (não usar areia); lavar os recipientes de animais e manter calhas limpas e bem fixadas”, enfatiza.

A diretora pondera que alguns dos problemas no município estão relacionados ao lixo doméstico, pratos de plantas e recipientes de animais. “Nós precisamos da colaboração da população. As ações e os trabalhos devem acontecer em conjunto entre gestão e sociedade, assim conseguiremos combater e evitar focos do mosquito, além de prevenir que pessoas fiquem doentes”.

DENGUE – A dengue é uma doença infecciosa febril aguda, que pode se apresentar de forma benigna ou grave, dependendo de alguns fatores, entre eles: o vírus envolvido, infecção anterior pelo vírus da dengue e fatores individuais como doenças crônicas (diabetes, asma brônquica, anemia falciforme).

O diretor da 20ª Regional de Saúde de Toledo Fernando Pedrotti explica que o vírus da dengue pertence à família dos flavivírus e é classificado no meio científico como um arbovírus, os quais são transmitidos pelos mosquitos Aedes aegypti. São conhecidos quatro sorotipos: 1, 2, 3 e 4.

“Isso significa que é possível contrair dengue por até quatro vezes; uma vez por cada subtipo. Exemplo: se eu já tive dengue pelo subtipo um, eu poderei ter a dengue do subtipo dois, três ou quatro; se eu já tive dengue pelo subtipo dois, poderei ter dengue um, três ou quatro, pois ao sorotipo dois eu já terei imunidade”, esclarece o diretor.

Atualmente, os sorotipos um e dois são os predominantes nos municípios que compõem a 20ª Regional de Saúde de Toledo. Pedrotti relata que os quatro sorotipos são capazes de causar a doença. “A situação da dengue sempre é considerada preocupante pelas autoridades, independente dos números”.

O diretor da 20ª Regional de Saúde menciona que a dengue é uma doença prevenível e ela pode levar a complicações e óbitos. “Portanto, sendo uma doença prevenível todo e qualquer caso é um sinal de alarme. A população deve colaborar para evitar a proliferação do mosquito”.

Da Redação

TOLEDO

Quais os sintomas?*

O doente pode apresentar sintomas como febre, dor de cabeça, dores pelo corpo, náuseas ou até mesmo não apresentar qualquer sintoma. O aparecimento de manchas vermelhas na pele, sangramentos (nariz, gengivas), dor abdominal intensa e contínua e vômitos persistentes podem indicar um sinal de alarme para dengue hemorrágica. Esse é um quadro grave que necessita de imediata atenção médica, pois pode ser fatal. É importante procurar orientação médica ao surgirem os primeiros sintomas, pois as manifestações iniciais podem ser confundidas com outras doenças, como febre amarela, malária ou leptospirose e não servem para indicar o grau de gravidade da doença.

*Fonte: Biblioteca Virtual em Saúde

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