Pós em Desenvolvimento Regional e Agronegócio da Unioeste comemora 20 anos

O Núcleo de Desenvolvimento Regional (NDR), da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) campus de Toledo, promoveu uma edição especial das Conferências do NDR para recuperar a história do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional e Agronegócio (PGDRA), com a presença de quatro professores fundadores do Programa e do atual coordenador, professor Lucir Reinaldo Alves.

O professor Jefferson Andronio Ramundo Staduto relembrou a trajetória do PGDRA desde a fundação do Grupo de Pesquisa em Desenvolvimento Regional e Agronegócio (Gepec), em 1996. Staduto falou que o Gepec surgiu como um grupo de acompanhamento de preços e análise de conjuntura.

Staduto contou que a ideia do Gepec surgiu em uma viagem à Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (ESALQ/USP em Piracicaba/SP), onde observou que havia um grupo de pesquisa envolvendo os alunos e os professores e pensou em criar algo parecido na Unioeste.

A pesquisa realizada por alunos e professores resultava em um panfleto que era distribuído na cidade, com as variações de preços e análises feitas pelo grupo, chamados de Informe Gepec. Aos poucos, conta Staduto, o Informe foi incorporando as análises e pesquisas sobre ciência regional. O professor avalia que o Informe Gepec consolidou as duas linhas de pesquisa que vieram a criar o PGDRA (Desenvolvimento Regional e Economia do Agronegócio). “Foi um momento em que se consolidou os pesquisadores e a produção do curso para depois se propor um Programa de Pós-Graduação a partir do conjunto da produção dos professores”, conta Staduto.

O professor Weimar Freire da Rocha Júnior lembrou as dificuldades da época para levantar informações. “Na época não existia internet, então para levantar as informações era preciso telefonar, bater de porta em porta, era muito mais difícil”, conta.

O professor Pery Francisco Assis Shikida lembrou uma primeira tentativa de criar um mestrado, ainda em 1998, que acabou frustrada. De acordo com ele, este mestrado estaria mais focado na área de economia. Apenas posteriormente foi sugerido criar um Programa na área de Desenvolvimento Regional.

Shikida relatou que o desejo de criar um Programa de pós-graduação estava ligada à produção de conhecimento na região. De acordo com ele, as aulas em mestrado e doutorado são mais enriquecedoras para os alunos e, também, para os professores, pois o término das disciplinas se dá com a construção de um artigo, o que gera conhecimento sobre a área estudada durante o semestre.

Um dos pesquisadores que sugeriu a área de trabalho do PGDRA foi Décio Zylbersztajn, que observou as pesquisas feitas pelos professores do curso de Ciências Econômicas e sugeriu a área de Planejamento Urbano e Regional/Demografia.

Os docentes de Ciências Econômicas se reuniram após a negativa do primeiro projeto e construíram um projeto de Pós-Graduação em Estudos Regionais. Shikida ficará responsável por entrar em contato com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), mais especificamente com Diana Oya Sawyer, coordenadora do Comitê de Planejamento Urbano e Regional/Demografia e o consultor da CAPES, professor João Eustáquio de Lima.

Shikida contou que, ao ler a proposta elaborada pelo grupo, Sawyer enrolou-a e a colocou, com todo respeito, na lata de lixo. “Vamos começar o projeto todo do zero”, teria dito a coordenadora. A partir dali, o grupo passou a reconstruir o projeto, seguindo as orientações da professora Diana e do professor João, para encaminhá-lo para a aprovação, que veio entre os dias 21 e 22 de novembro de 2002 com a seguinte recomendação: “Trata-se de uma proposta de Programa promissor e com condições de, num prazo bastante curto, se tornar referência regional e mesmo nacional. Em realidade, este programa poderia ser recomendado como nota 4. Entretanto, é política da área que – com exceção de expansões ou desmembramentos de cursos já apoiados – nenhum curso novo poderá receber nota superior a 3”, [retirado da Ficha de Recomendação da Capes sobre a avaliação do projeto de 2002].

Ex-coordenador do PGDRA e um dos fundadores do Programa, Jandir Ferrera de Lima contou que assumiu a coordenação com a proposta de viabilizar o doutorado. “Nós tivemos, na época, a visita do coordenador de área de Planejamento Urbano e Regional/Demografia da Capes aqui em Toledo, o professor Rainer Randolph. Isso praticamente consolidou o PGDRA no Sul do Brasil, foi o primeiro PPG com doutorado na área de Desenvolvimento Regional aprovado no Paraná (nós somos pioneiros nesse sentido) e, além do nosso, só havia um Programa de doutorado no Rio Grande do Sul, na Universidade de Santa Cruz do Sul”, relata o professor. Lima também relatou que, além da aprovação do doutorado, o PGDRA conseguiu, nessa mesma época, a entrada na Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Planejamento Urbano e Rural (ANPUR).

Shikida relatou que a maior alegria que sente ao olhar o nível que atingiu o PGDRA após 20 anos de atividade (recentemente conquistou nota 6 na avaliação da Capes) é de não ter decepcionado aqueles que apostaram na ideia do Programa, seja os professores que contribuíram para a construção do projeto, seja a cidade de Toledo que apoiou a implementação da Pós ou os colegas de trabalho que estiveram juntos na criação do PGDRA.

O atual coordenador ressaltou a importância de todo o trabalho desenvolvimento desde a concepção e criação do PGDRA, bem como agradeceu a todos que contribuíram durante esses vinte anos de história do Programa: aos professores, aos mestrandos e doutorandos, as assistentes, e a todos os setores da Unioeste que apoiaram e contribuíram, direta ou indiretamente, para o sucesso do Programa.

TOLEDO

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